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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

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CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Shrek 2 *****

31.08.04, Rita

Realização: Andrew Adamson, Kelly Asbury, Conrad Vernon. Vozes V.O.: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Julie Andrews, Antonio Banderas, John Cleese Rupert Everett, Jennifer Saunders. Nacionalidade: EUA, 2003.





Foi o filme Shrek em 2001 que me fez recuperar o prazer de ver desenhos animados no cinema. A surpresa do humor inteligente, a beleza gráfica, a exímia escolha da banda sonora, tudo elementos que me fizeram ansiar durante estes anos pela sequela. E, sabem que mais?, valeu a pena.


A simples existência de uma sequela vem de encontro à própria filosofia Shrek, porque o “E foram felizes para sempre...” costuma ser onde terminam os contos de fadas. Mas Shrek não é um conto de fadas normal, aliás, preza-se disso mesmo. A sua irreverência e audácia são mais uma vez comprovados em Shrek 2, onde a vida feliz dos dois feios protagonistas é perturbada por uma série de novos personagens: um sogro/pai inconformado (John Cleese), uma fada madrinha com um laivo de Don Corleone (Jennifer Sounders, a Edina da britcom Absolutely Fabulous), um príncipe encantado certamente patrocinado pela L’Oreal (Rupert Everett), e um Gato das Botas entre o felino feroz e o doce bichano (Antonio Banderas).


A apresentação aos sogros, a concorrência com outro pretendente, a pressão da sociedade, os sonhos de juventude da sua companheira, Shrek (Mike Myers) tem que enfrentar as dificuldades de qualquer homem, dificuldades que nada têm a ver com contos de fadas. E fá-lo da melhor maneira, ou seja, aceitando a ajuda e sugestões do seu melhor amigo, o Burro (Eddie Murphy). E, como qualquer homem, mete os pés pelas mãos, e mais uma vez é a donzela, ou melhor ex-donzela, Fiona (Cameron Diaz) que tem de resolver a questão. Alguma semelhança com a vida real é pura coincidência? Não me parece.


Tal como o anterior, este filme está também pleno de referências a outros filmes, como é o caso do beijo romântico do Homem-Aranha e da aliança trocada ao sabor do Senhor dos Anéis, e a particularidades dos actores intervenientes, como a eterna ferida de guerra de John Cleese no seu período Monty Python, e o companheiro amoroso de Cameron Diaz, referenciado no poster de Sir Justin.


E o conjunto não ficaria completo se a banda sonora não acrescentasse ainda mais valor a esta preciosa peça. De destacar o Accidentaly in Love (Counting Crows), a versão do tema Changes (Butterfly Boucher com Bowie), o dueto do Burro e do Gato das Botas (Livin’ la Vida Loca) e, para finalizar, I Need a Hero na versão da Fada Madrinha.


Uma obra irrepreensível e imperdível!


P.S.- Esperem pelo final do genérico. Há uma pequena surpresa para terminar.






CITAÇÕES:


“Oh, Shrek. Don't worry. Things just seem bad because it's dark and rainy and Fiona's father hired a sleazy hitman to whack you.”
BURRO

“- You're supposed to say "You have the right to remain silent!". No one said I have the right to remain silent! (BURRO)
- Donkey, you HAVE the right to remain silent. What you lack, is the capacity. (SHREK)”

“SHREK: Quick tell a lie!
PINÓQUIO: What should I say?
BURRO: Say something crazy... like you're wearing ladies underwear.
PINÓQUIO: Um, ok. I'm wearing ladies underwear.
PINÓQUIO: [silêncio]
SHREK: Are you?
PINÓQUIO: I most certainly am not.
PINÓQUIO: [o nariz cresce]
BURRO: It looks like you most certainly am are.
PINÓQUIO: I am not.
PINÓQUIO: [o nariz cresce]
GATO DAS BOTAS: What Kind?
HOMEM DE GENGIBRE: IT'S A THONG!”