Um filme sobre vingança e desapego, com as referências estéticas dos anos 80, a tensão do film noir e o desconforto da inevitabilidade.

Para quem tenha visto “Fear X” de 2003 (com o genial John Turturro) ou “Bronson” de 2009 (com o fabuloso Tom Hardy), a força da realização de Nicolas Winding Refn não deverá surgir com surpresa.

“Drive” tem essa mesma garra e contenção que só um trabalho muito meticuloso pode produzir. Os actores são coreografados, mais que dirigidos; os travellings de câmara irrepreensíveis; as cenas iluminadas com a sensibilidade de uma pintura.

Drive é conduzir. É também ímpeto. E um homem atrás do volante de um carro pode simplesmente estar a ir a lugar nenhum.