Capitalism: A Love Story ***
Realização: Michael Moore. Género: Documentário. Nacionalidade: EUA, 2009.
Temos de dar a Michael Moore o crédito de ser um dos melhores manipuladores da actualidade. Também devemos perceber que Moore faz filmes para o público americano, não o europeu. Essencialmente, porque esse já está do “seu” lado.
Ainda assim, se retirarmos o melodrama barato com cheiro a soap opera, sobra uma realidade assustadora e que, infelizmente, não é só americana. Bem, talvez as empresas que, em segredo, fazem seguros de vida para os seus trabalhadores e se indicam como beneficiários, lucrando depois com a sua morte, seja uma coisa mais deles...
A bandeira do capitalismo é agitada pelas mesmas mãos que, em tempo de crise, se viram para o estado a exigir que os ajude. Podemos deixar ir à falência milhares de empresas, que deixam os seus empregados no desemprego e as suas famílias desamparadas, mas podemos usar o dinheiro dos contribuintes para “salvar” meia dúzia de bancos que, não só não têm de prestar contas pelo dinheiro que lhes é emprestado, como, ao primeiro sinal de lucro, esquecerão o auxílio de que foram alvo e premiarão de forma pantagruélica os seus administradores.
Moore volta a colocar importantes assuntos na mesa de discussões, e é esse o seu principal mérito. E (caramba!) o homem tem um sentido de humor fabuloso.
A laia de suma, resta-me dizer que “capitalismo” assim a seco, é nojento. Sem a componente “social”, é a coisa mais indigesta e tóxica que se pode imaginar. Digo eu, que fui doutrinada durante 4 anos na escola da economia hiper-liberal.