Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Uma Chamada Perdida ***

04.10.05, Rita

T.O.: Chakushin ari. Realização: Miike Takashi. Elenco: Kou Shibasaki, Shin'ichi Tsutsumi, Kazue Fukiishi, Renji Ishibashi, Anna Nagata, Atsushi Ida, Mariko Tsutsui. Nacionalidade: Japão, 2003.





Yoko (Anna Nagata), uma jovem, tem uma chamada perdida no seu telemóvel. O estranho é que essa chamada vem do seu próprio número, a mensagem deixada tem a data de dois dias depois: é a sua própria voz que se ouve dizendo “Oh, está a chover” seguida de um grito assustador. Na data e hora marcada do telefonema, e após um misterioso som, Yoko morre violentamente. E agora é a vez de um outro colega receber um telefonema idêntico. Até que chega a vez de Yumi (Kou Shibasaki, na foto).


Um homem tem seguido de perto estes incidentes por motivos pessoais e será ele que tentará ajudar Yumi, ao mesmo tempo que procura respostas às dúvidas que o inquietam.


Este é um filme de terror por excelência. Primando por uma considerável falta de originalidade, consegue, no entanto, aliar com eficácia todos os truques habituais, desde os gritos afinados, à música adequada (tirando o pop do genérico final), e uma que outra imagem nojenta. Miike surpreende o espectador, ou então dá-lhe exactamente o que ele espera para no minuto seguinte o chocar. Faz aumentar a tensão com cada morte, e cada cena é mais arrepiante que a outra. Bem... pelo menos as que vi por entre os dedos.


O tema geral do filme, esquecido no meio de tanta agitação, gira em torno dos abusos familiares que passam de geração em geração, de fobias criadas, de maus-tratos feitos para receber afecto.


A um filme sobre o universo do fantástico não se pede que seja credível, mas pelo menos coerente, por forma a que a lógica do “vale tudo” não nos faça perder o interesse pelo que possa acontecer às personagens. Aqui, o fim confunde mais do que clarifica e possivelmente muitas coisas neste filme não fazem qualquer sentido. Mas as emoções... essas tiveram direito a uma montanha russa.