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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Burn After Reading **1/2

26.10.08, Rita

Realização: Joel e Ethan Coen. Elenco: George Clooney, Frances McDormand, John Malkovich, Tilda Swinton, Brad Pitt, David Rasche, J.K. Simmons, Olek Krupa. Nacionalidade: EUA / Reino Unido / França, 2008.




INTELIGENCE IS RELATIVE



Osbourne Cox (John Malkovich) é um analista da CIA que acaba de ser despromovido devido ao seu problema com a bebida. Com o choque, Cox acaba por se demitir, decidido a aproveitar o tempo para escrever as suas memórias. A sua mulher, Katie (Tilda Swinton), uma pediatra fria e distante, mostra-se indiferente à sua crise, preferindo os encontros com o seu amante, Harry Pfarrer (George Clooney), um agente federal também casado, que gosta de passear para Internet em busca de conquistas. Perante a confirmação do falhanço de vida de Cox, Katie começa a pensar no divórcio. O seu advogado aconselha-a a fazer uma cópia de todos os ficheiros do computador do marido. É essa cópia que irá inadvertidamente parar ao ginásio dirigido por Ted (Richard Jenkins) e às mãos de Linda Litzke (Frances McDormand), uma ‘personal trainer’ obcecada com uma série de cirurgias plásticas, e do seu colega Chad (Brad Pitt), que acabam por chantagear Cox pelo dinheiro da “recompensa”.


O mais recente filme dos irmãos Joel e Ethan Coen está no lado oposto ao do anterior “No Country For Old Men”. O argumento de “Burn After Reading” não tem grandes aspirações, mas é precisamente essa humildade e leveza que nos conquista. Num registo aproximado ao das ‘screwball comedies’, mistura, a um ritmo acelerado, intriga, infidelidade, sonhos e aspirações.


“Burn After Reading” foi escrito tendo em mente este elenco específico, o que faz com que as interpretações sejam, sem excepção, irrepreensíveis. Do arrepiante John Malkovich, à amarga Tilda Swinton, da superficialidade de Frances McDormand à ingenuidade tonta de Brad Pitt. No limite da caricatura, conseguimos ver algumas partes de nós em cada uma destas personagens, e é o confronto dos defeitos de cada um com a realidade que provoca os momentos de maior humor. A loucura surge escondida por trás da maior normalidade. E é nas situações mais improváveis que a natureza humana revela o seu lado mais negro.

No seio de uma cultura centrada na juventude, onde a mesa de cirurgia começa a ser considerada como a solução para consertar a vida, o maior engano ainda continua a ser aquele que cometemos com nós próprios.



Definitivamente o poster do ano.






CITAÇÕES:


“I've gotten about as far as this body can take me.”
FRANCES McDORMAND (Linda Litzke)




















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