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Realização: Sylvain Chomet.
Género: Animação.
Vozes V.O.: Jean-Claude Donda, Eilidh Rankin, Duncan MacNeil, Raymond Mearns, James T. Muir, Tom Urie, Paul Bandey.
Nacionalidade: Reino Unido / França, 2010.
SRC=https://fotos.web.sapo.io/i/Nb306644b/7802045_it6zz.jpeg>ALIGN=JUSTIFY>Baseado num argumento original de Jacques Tati,
“L’Illusioniste” é uma descarada e apaixonada homenagem a uma pessoa/persona que marcou o cinema de forma indelével. Transpirando Tati por todos os poros, dos trejeitos
a la M. Hulot do protagonista Tatischeff (nome de nascimento de Tati), passando pela presença em cartaz do filme
“Mon Oncle” até à dedicação final à filha de Tati, Sophie, esta é uma assumida carta de amor.
ALIGN=JUSTIFY>O humor físico, parco em diálogos, e – por isso mesmo – de uma universalidade abarcadora, o mesmo desconcerto com a modernidade (no entretenimento –representada pela banda de rock Billy Boy and the Britoons) e o desânimo pelos valores superficiais em que a mesma se alicerça, a tristeza de descobrir que as nossas capacidades laborais já não são de utilidade para ninguém.
ALIGN=JUSTIFY>Não só Tati, mas também Chomet é um ilusionista neste mundo de aguarelas. Que transforma penas em neve e a sombra das páginas desfolhadas de um livro num pássaro. Ainda assim,
“L’Illusioniste” não é exactamente o original e maravilhoso
“Belleville Rendez-Vous”. Porque a sua beleza está cheia de melancolia e a sua ternura de nostalgia.
ALIGN=JUSTIFY>Desiludir o outro, é, de uma forma não tão literal como aqui, desfazer a ilusão criada. Esse é o ingrato paradoxo da paternidade, no precário equilíbrio entre o que fazemos para proteger o amor ou a admiração despertada no outro e providenciar as ferramentas necessárias para enfrentar o mundo.
ALIGN=JUSTIFY>Afinal os mágicos existem: Tati foi um, Chomet é outro.