ALIGN=JUSTIFY>Realização: Steven Soderbergh. Elenco: Sasha Grey, Chris Santos, Philip Eytan, T. Colby Trane, Peter Zizzo, Jim Kempner, David Levien, Mark Jacobson. Nacionalidade: EUA, 2009.
ALIGN=JUSTIFY>Chelsea (a actriz porno Sasha Grey) vende o seu corpo, e, numa simulação da realidade, vende a experiência de ser namorada dos seus clientes. Na sua vida pessoal, à relação com o namorado Chris (Chris Santos), apesar de honesta e íntima, falta-lhe o ideal romântico (inculcado ao longo dos tempos por toda uma espécie diferente de filmes).
O filme de Soderbergh é também ele honesto e íntimo, mas é, sobretudo, um preocupado olhar sobre a crise económica actual através da mais velha profissão do mundo, e de como as regras do mercado nos obrigam – sim, cada um de nós – a “vendermo-nos”.
O casting de Grey chega a ser uma provocação em si mesmo, dado o filme ser bastante contido quer em sexo quer em nudez. Mas, entre a frágil vulnerabilidade e a frieza contida, Grey confere a necessária duplicidade.
Soderbergh volta a provar a sua mestria atrás da câmara e na sala de montagem. Este homem sabe como conta uma história!
ALIGN=JUSTIFY>Realização: Jonas Pate. Elenco: Kevin Spacey, Mark Webber, Keke Palmer, Saffron Burrows, Jack Huston, Pell James, Laura Ramsey, Dallas Roberts, Robert Loggia, Gore Vidal, Jesse Plemons, Robin Williams. Nacionalidade: EUA, 2009.
ALIGN=JUSTIFY>Os clichés de Hollywood: a actriz que já passou os seus anos de juventude (Saffron Burrows), a estrela de rock narcisista, o agente neurótico (Dallas Roberts), o actor alcoólico em fase de negação (Robin Williams), o jovem argumentista (Mark Webber). Em comum, o psiquiatra Henry Carter (Kevin Spacey), um homem desligado das suas emoções. ALIGN=JUSTIFY>Na tentativa de o trazer de volta à realidade (e à vida), o pai de Carter (Robert Loggia) atribui-lhe um caso pro bono com grandes semelhanças à sua tragédia pessoal. Mas, ao contrário de Carter, que se refugia num cocktail de drogas e álcool, Jenna (Keke Palmer) opta por faltar às aulas e enfiar-se em salas de cinema. ALIGN=JUSTIFY>O argumento de Thomas Moffett e a realização de Jonas Pate desenrolam-se com tanta rapidez que não existe tempo para dar dimensão às personagens nem plausibilidade às suas relações. Estamos, por isso, perante um exercício sem grandes consequências. ALIGN=JUSTIFY>No meio das suas obrigações de actor e director artístico do célebre teatro londrino The Old Vic, “Shrink” serve, sobretudo, para matar as imensas saudades de Kevin Spacey, e da sua exímia interpretação de cinismo e ennui-
ALIGN=JUSTIFY>A partir de amanhã e até 15 de Novembro, o Cinema São Jorge, receberá uma nova edição do Ciclo de Cinema Espanhol sob o tema "Contrastes: entonces y ahora".
PROGRAMA ALIGN=LEFT>COLOR=#E90909>entonces
AI CARMELA! , de Carlos Saura (1990) - 12 Novembro, 21h30 (sala 1) LA VAQUILLA, de Luis García Berlanga (1985) - 13 Novembro, 21h30 (sala 3) EL VIAJE A NINGUNA PARTE, de Fernando Fernán-Gómez (1986) - 14 Novembro, 16h00 (sala 3) EL DISPUTADO VOTO DEL SR. CAYO, de Antonio Giménez-Rico (1986) - 14 Novembro 19h00 (sala 3) – SIZE=1>não legendado
COLOR=#E90909>ahora
SIETE MESES DE BILLAR FRANCÉS, de Gracia Querejeta (2007) - 14 Novembro, 21h30 (sala 3) 14 KILÓMETROS, de Gerardo Olivares (2007) - 15 Novembro, 19h00 (sala 3) MATAHARIS, de Icíar Bollaín (2007) - 15 Novembro, 21h30 (sala 3)
ALIGN=JUSTIFY>Entrada livre no limite dos lugares disponíveis; levantamento de bilhetes a partir das 13h do dia da respectiva sessão. ALIGN=JUSTIFY>Mais informações no site oficial.
ALIGN=JUSTIFY>“The Informant!”, baseado numa história real que teve lugar em meados dos anos 90, é um daqueles filmes com elevado potencial de aborrecimento: entre o cinzento mundo empresarial (mesmo o fraudulento) e a entediante vida do protagonista Mark Whitacre (um transfigurado Matt Damon), um mitómano compulsivo e ambicioso que resolve denunciar ao FBI as actividades ilegais da empresa onde trabalha (concertação de preços, desfalques, luvas). ALIGN=JUSTIFY>Apesar disso, Soderbergh e Damon, por diferentes meios, atingem o espectador sob a forma de desconcerto. Soderbergh através de directas referências aos anos 70 (a música e o lettering usado para as localizações espaciais e temporais), Damon pela profunda ingenuidade que coexiste com a uma galopante imaginação. ALIGN=JUSTIFY>O tédio como fonte de vícios, a mentira como modo de vida. De repente penso: “cartões de crédito”...
ALIGN=JUSTIFY>Realização: Stuart Townsend. Elenco: Martin Henderson, Michelle Rodriguez, Woody Harrelson, Charlize Theron, Jennifer Carpenter, André Benjamin, Ray Liotta, Connie Nielsen, Channing Tatum, Isaach De Bankolé, Rade Sherbedzija. Nacionalidade: EUA / Canadá / Alemanha, 2007.
ALIGN=JUSTIFY>
Em 1999, uma reunião da Organização Mundial do Comércio (WTO) em Seattle foi marcada for fortes manifestações contra as suas políticas de desigualdade e pressão sobre os países do terceiro mundo. O que se pretendia uma acção pacífica acabou por ser marcada por actos de violência, pilhagem, uso excessivo de força policial e detenções ilegais de manifestantes.
A grande falha do filme que marca a estreia na realização do actor Stuart Townsend (companheiro de Charlize Theron) prende-se com o facto de, sendo um filme de causa, deixar essa mesma causa por explicar (nomeadamente as perniciosas medidas da WTO), preferindo centrar-se em intervenientes ficcionais, forçando mesmo um equilibro de pontos de vista que prejudica o envolvimento emocional do espectador.
Fica-nos a ilustração do poder individual, quando organizado, de contribuir para um mundo melhor. Essa possibilidade, ainda que ínfima, é sempre um alento.