Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Factory Girl ***

14.09.07, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: George Hickenlooper. Elenco: Sienna Miller, Guy Pearce, Hayden Christensen, Jimmy Fallon, Jack Huston, Armin Amiri, Tara Summers, Mena Suvari, Shawn Hatosy, Beth Grant, James Naughton. Nacionalidade: EUA, 2006.


SRC=http://us.movies1.yimg.com/movies.yahoo.com/images/hv/photo/movie_pix/weinstein_company/factory_girl/sienna_miller/factory2.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Edie Sedgwick era uma jovem e rica estudante de arte que no final dos anos 60 se muda para Nova Iorque e entra em contacto com o mundo bizarro de Andy Warhol. Esta pobre menina rica, cuja juventude foi marcada por um pai abusivo, por um internamento psiquiátrico e pela morte de dois irmãos, sai de um mundo de privilégios e entra, sem reservas, na cena artística nova-iorquina, movida por estilos e modas e marcada por excessos. Warhol faz dela a sua musa, incluindo-a em diversos dos seus filmes experimentais, e tornando-a numa estrela dos media e num dos ícones da pop art – a 'It girl' dos 60s. A par da espiral crescente da fama, que Sedgwick parece sempre sentir como imerecida, ela entra na espiral descendente das drogas e, em 1971, Edie Sedgwick morre vítima de overdose. Tinha 28 anos.

ALIGN=JUSTIFY>O filme de George Hickenlooper tem início em 1970, com uma sessão de terapia de Edie (Sienna Miller), após ter regressado à Califórnia para uma cura de desintoxicação, e termina com uma selecção de fotografias da Edie real e segmentos de entrevistas de alguns que a conheceram. Mas o cerne de “Factory Girl” é a relação desta frágil mas fascinante actriz-modelo-artista com o enigmático e magnético Andy Warhol (Guy Pearce), para quem Edie foi uma espécie de Holly Golightly. Hickenloope tenta retratar a atmosfera da Factory, o estúdio onde se centrava a produção artística de Warhol, povoado por um caleidoscópio de artistas, encarregados de materializar as fantasias de Warhol. Mas nesta visão fica a faltar uma certa força à aura das personagens e à essência da Factory.

ALIGN=JUSTIFY>Sienna Miller (“Casanova”, “Alfie”) tem uma interpretação competente, mas ofuscada por um Guy Pearce brilhante em cada detalhe de reprodução dos trejeitos do excêntrico Andy Warhol. Hayden Christensen surpreende na personagem de Billy Quinn, especialmente no trabalho de voz daquele que é um não oficial retrato de Bob Dylan(Dylan ameaçou com uma acção legal caso o argumento não fosse revisto, exigiu a mudança do nome da personagem e recusou qualquer ligação a este projecto).

ALIGN=JUSTIFY>“Factory Girl” é um biopic indiscutivelmente parcial. Sedgwick surge desculpabilizada das suas escolhas, com base na sua ingenuidade e vulnerabilidade, Warhol, sem qualquer benefício, é mostrado como um predador da beleza, o feiticeiro que a cativa e explora. De fora fica a ambição e a escuridão que a envolvia. A força de “Factory Girl” é, sobretudo visual, graças ao óptimo trabalho de reconstituição do designer de produção Jeremy Reed e o guarda-roupa de John Dunn. À semelhança do mundo que retrata, “Factory Girl” é, essencialmente, um produto plástico. E é nessa plasticidade – e no misticismo que está por trás dela – que reside a sua força.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=CENTER>SIZE=1 COLOR=#BBBBBB>Edie Sedgwick (1943-1971)



SRC=http://natfinkelstein.com/photos/warhol/edie/images/edie3.jpg WIDTH=433>


SRC=http://www.blogsmithmedia.com/www.cinematical.com/media/2007/02/edie1-(3).jpg>














The Kovak Box **1/2

12.09.07, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Daniel Monzón. Elenco: Timothy Hutton, Lucía Jiménez, David Kelly, Georgia MacKenzie , Gary Piquer, Annette Badland. Nacionalidade: Espanha / Reino Unido, 2006.


SRC=http://www.cinebel.be/portal/resources/movie/1001874/b179211.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>David Norton (Timothy Hutton) é um famoso escritor de ficção científica, convidado para falar numa conferência em Mallorca. David aproveita o local idílico para pedir a sua namorada Jane (Georgia MacKenzie) em casamento. Nessa mesma noite Jane salta da varanda do quarto de hotel. Noutro ponto da ilha, uma outra mulher, Silvia (Lucía Jiménez), atende o telemóvel onde escuta a voz de Billie Holiday cantando ‘Gloomy Sunday’ e salta da janela do seu apartamento. Ao contrário da noiva de David e de outras pessoas em toda a ilha, Silvia sobrevive. Sem se recordar do que aconteceu, Silvia está convicta de que nunca terá saltado de livre vontade. David e Silvia acabam por se juntar para descobrir este estranho fenómeno por trás do qual parece estar o primeiro livro de Norton e o cientista Frank Kovak (David Kelly).

ALIGN=JUSTIFY>O realizador mallorquino Daniel Monzón consegue em “The Kovak Box”um thriller consistente, respeitando a inteligência do espectador e sem explicações desnecessárias. Peca, no entanto, por nos deixar sem uma resposta exacta ao porquê. Apesar do crescendo de tensão até às magníficas Cuevas del Infierno (na realidade tratam-se das Cuevas del Drach, uma atracção que recomendo sem reservas), o filme sofre com a falta de ritmo, especialmente na sua segunda metade. As interpretações de Timothy Hutton e Lucía Jiménez são pouco mais que satisfatórias, e a química entre ambos é nula. O ecrã só se enche com a presença do veterano David Kelly (“Charlie and the Chocolate Factory”).

ALIGN=JUSTIFY>O mais interessante de “The Kovak Box” é o dilema moral a que a personagem de Hutton é sujeita, obrigado que é a escolher entre os seus valores morais e a vida de terceiros. Decisões que, na escrita, podem parecer inócuas, como a morte de personagens, assumem um carácter diametralmente oposto quando transpostas para a realidade. Fica o aviso: a partir do momento em que começamos a imaginar algo, esse algo começa a existir.

ALIGN=JUSTIFY>No final, “The Kovak Box” é um eficiente folheto de promoção turística de Mallorca – mesmo com o insólito de quase toda a gente parecer falar inglês sem sotaque (facto que a minha experiência de um ano e meio na ilha desmente por completo). De todos modos, este é um bom exemplo da eficácia do financiamento público. A Câmara Municipal de Lisboa deveria abrir os olhos para estas best practices e, de uma vez por todas, criar um gabinete de promoção de Lisboa como cenário cinematográfico (incluindo a agilização de licenciamentos). Potencial para thrillers temos a rodos!








Hellboy

11.09.07, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Uma boa história, um bom herói, um bom realizador, uma boa equipa técnica. Uma boa noite.


SRC=http://www.mufumo.com/pensamento/imagens/_hellboy.jpg>

ALIGN=CENTER>SIZE=1 COLOR=#BBBBB>“HELLBOY” de Guillermo del Toro (2004)







S&Man ***

10.09.07, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: J.T. Petty. Elenco: Carol J. Clover, Debbie D, Michelle Glick, Erik Marcisak, Fred Vogel, Bill Zebub. Nacionalidade: EUA, 2006.


SRC=http://media.outnow.ch/movies/images/2006/SMan/set.ws/01.jpg WIDTH=500>


ALIGN=JUSTIFY>J.T. Petty é um realizador de filmes de terror que pretendia fazer um documentário sobre um vizinho seu que colocou câmaras escondidas na vizinhança e gravou 191 cassetes ao longo de 9 meses. Quando os vizinhos perceberam que o processo legal obrigaria ao visionamento de todas as cassetes em tribunal, a queixa contra ele foi retirada. Perante a recusa deste homem em participar no documentário, Petty concentrou-se na dicotomia entre o terror visual no cinema, nomeadamente os filmes undergound, e o voyeurismo.

ALIGN=JUSTIFY>Em “S&Man” (leia-se ‘sandman’) Petty entrevista psicólogos e estudiosos, como é o caso de Carol J. Clover, autora do livro "Men, Women, and Chain Saws: Gender in the Modern Horror Film". Começando por fazer uma breve passagem por clássicos como “The Texas Chainsaw Massacre” ou “Henry: Portrait of a Serial Killer”, Petty aborda posteriormente realizadores underground como Fred Vogel (“August Underground”) e Bill Zebub (“Kill the Scream Queen”, “Jesus Christ: Serial Rapist”) questionando-os sobre os seus métodos. Mas o título do filme de Petty deriva da série de episódios feita por Eric Rost, um jovem que recebe Petty na lúgubre cave da casa da sua mãe, e que tem por hábito fazer o casting das protagonistas femininas seguindo-as na rua sem elas saberem e, conseguindo a sua colaboração, leva-as para um sítio recôndito e “mata-as”, simulando um ‘snuff movie’.

ALIGN=JUSTIFY>“S&Man” tem um ritmo lento, que nem a competente narração de Petty alivia. Mas a sua mais-valia reside no seu carácter informativo e na forma aberta e sem preconceitos com que Petty lida com inquietantes questões. De que forma o trabalho desenvolvidos por estes profissionais (realizadores e actores) se confunde com a sua própria identidade? Serão todos eles nerds constantemente rejeitados por raparigas bonitas que agora se vingam a frio “matando-as” no ecrã das formas mais cruéis? A atracção pelo amadorismo técnico destes filmes residirá na fantasia de que a morte filmada é real?

ALIGN=JUSTIFY>Os minutos finais de “S&Man” desfocam essa ténue linha entre ficção e realidade. E aquilo que começa por ser um documentário transforma-se, através dessa estranha realidade, num “filme” de terror. Falando directamente ao voyeur sociopata que vive em cada um de nós, que se fascina com o horror, a tortura e violência, Petty pergunta: como é possível que perante as cenas mais escabrosas não sejamos capazes de desviar o olhar? O que nos impele a ver o sofrimento dos outros? É a compaixão quando nos colocamos no lugar da vítima ou o sadismo quando nos vemos através dos olhos do agressor? Talvez o prazer do horror resida exactamente no frágil equilíbrio entre estes dois elementos.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“I don't shoot movies to make art; I shoot movies so perverts will give me money.”
BILL ZEBUB












Boas razões

07.09.07, Rita

ALIGN=CENTER>Se eu já tinha uma óptima razão para querer ver "The Dark Knight”:


SRC=http://i.realone.com/assets/rn/img/9/4/9/5/16255949-16255951-large.jpg WIDTH=500>



ALIGN=CENTER>agora tenho duas:


SRC=http://i.realone.com/assets/rn/img/7/0/1/6/16256107-16256109-large.jpg WIDTH=500>











Vacancy **1/2

06.09.07, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Nimród Antal. Elenco: Kate Beckinsale, Luke Wilson, Frank Whaley, Ethan Embry, Scott G. Anderson, Mark Casella, David Doty. Nacionalidade: EUA, 2007.


SRC=http://us.movies1.yimg.com/movies.yahoo.com/images/hv/photo/movie_pix/columbia_pictures/vacancy/_group_photos/luke_wilson2.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>O casal David (Luke Wilson) e Amy (Kate Beckinsale) está prestes a divorciar-se. De regresso de uma reunião familiar onde se viram obrigados a fingir que tudo estava bem entre ambos, o seu carro avaria-se no meio de uma estrada secundária. Forçados a passar a noite num motel longe de tudo, apenas povoado por um arrepiante empregado que insiste que eles fiquem na suite nupcial. Para passar tempo, David decide ver televisão, mas perante a falta de captação da antena decide espreitar as cassetes que estão no quarto. Todas elas contêm aquilo que parecem ser snuff videos, filmes de baixo orçamento que exploram o lado visual de agressões violentas. David e Amy não demoram muito a perceber que o cenário filmado é precisamente o quarto onde se encontram, e de que estão perante um contexto real de horror no qual serão eles as próximas vítimas.

ALIGN=JUSTIFY>Seguindo todas as regras dos filmes de terror consegue-se um filme que funciona. O que não quer dizer que se consiga um filme original. “Vacancy” tem um bom trabalho visual (especial destaque para o genérico inicial) e sonoro que trata o suspense com um respeito clássico. Os planos são irrepreensíveis e Nimród Antal contrasta a extrema evidência dos slasher movies das cassetes com uma subtileza cheia de bom gosto.

ALIGN=JUSTIFY>Infelizmente, a previsibilidade do argumento – todos sabem que nos lugares em que há assassinos psicóticos os telemóveis nunca têm rede – impede que o resultado global da experiência perdure na nossa lembrança. O que é agravado pelo facto das personagens não serem particularmente cativantes e cedo nos deixarmos de importar com o que lhes acontece. A gritante falta de química entre Wilson e Beckinsale torna-se um sério handicap num contexto de amor menos problemático.

ALIGN=JUSTIFY>Mas pensando bem, “Vacancy” não chega a ser sequer previsível. Até ao final esperamos que haja um twist surpreendente onde sejam dadas algumas explicações, momento que nunca chega a ocorrer. Uma que me teria agradado particularmente seria a de um centro de terapia conjugal cujo método patenteado seria colocar casais desavindos num ambiente de terror onde só pudessem contar um com o outro (em oposição ao ambiente de terror que criam um ao outro), para ver se o afecto vinha à tona. Ou não.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“At least they could've provided us with a little bit of porn.”
LUKE WILSON (David Fox)












Motel X

02.09.07, Rita

SRC=http://fotos.sapo.pt/almeida_rita/pic/0002g1d6 WIDTH=500>


ALIGN=JUSTIFY>De 5 a 9 de Setembro, o Cinema São Jorge em Lisboa irá receber o Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa. Os filmes apresentados irão dividir-se por seis secções, nenhuma delas de carácter competitivo.


COLOR=#E90909>O CULTO DOS MESTRES VIVOS - Masters of Horror


(2006, EUA)
PRO-LIFE de John Carpenter
PELTS de Dario Argento
THE BLACK CAT de Stuart Gordon
FAMILY de John Landis
SOUNDS LIKE de Brad Anderson
VALERIE ON THE STARS de Mick Garris
RIGHT TO DIE de Rob Schmidt

(2005, EUA)
IMPRINT de Takashi Miike
INCIDENT ON AND OFF A MOUNTAIN ROAD de Don Coscarelli
DREAMS IN THE WITCH HOUSE de Stuart Gordon
JENIFER de Dario Argento
CHOCOLATE de Mick Garris
JOHN CARPENTER'S CIGARETTE BURNS de John Carpenter
HOMECOMING de Joe Dante


COLOR=#E90909>ABOMINÁVEL MUNDO NOVO - Guillermo del Toro

EL LABERINTO DEL FAUNO (2006, México/EUA)
HELLBOY (2004, EUA)
BLADE II (2002, EUA)
EL ESPINAZO DEL DIABLO (2001, Espanha)
MIMIC (1997, EUA)
CRONOS (1993, México)


COLOR=#E90909>MOSTRA TRASH BRASIL - Ivan Cardoso

O SARCÓFAGO MACABRO (2006)
A MARCA DO TERRIR (2005)
UM LOBISOMEM NA AMAZÔNIA (2005)
AS SETE VAMPIRAS (1986)
O SEGREDO DA MÚMIA (1982)
O UNIVERSO DE MOJICA MARINS (1978)



COLOR=#E90909>DOC TERROR

S&MAN de J.T. Petty (2006, EUA)
MIDNIGHT MOVIES: FROM THE MARGIN TO THE MAINSTREAM de Stuart Samuels (2005, EUA)
HELL'S HIGHWAY: THE TRUE STORY OF HIGHWAY SAFETY FILMS de Bret Wood (2003, EUA)
ELECTRIC YAKUZA, GO TO HELL! de Yves Montmayeur (2003, França)
THE AMERICAN NIGHTMARE de Adam Simon (2000, EUA) COLOR=#E90909>ROOM SERVICE

BLACK SHEEP de Jonathan King (2006, Nova Zelândia)
MULBERRY STREET de Jim Mickle (2006, EUA)
THE LIVING AND THE DEAD de Simon Rumley (2006, Reino Unido)
H6: DIARIO DE UN ASESINO de Martín Garrido Barón (2005, Espanha)


COLOR=#E90909>CURTAS

SANGUE SOBRE VERMELHO de Pedro Baptista (2007, Portugal)
ROOM/MATE de Manuel Pureza (2007, Portugal)
A NOIVA de Ana Almeida (2007, Portugal)
HANDYMAN de Simon Rumley (2006, Reino Unido)
MÁQUINA de Gabe Ibanez (2006, Espanha)
NUNCA ESTOU ONDE PENSAS QUE ESTOU de Jorge Cramez (2005, Portugal)
THE LOST SOUL de Nuno Cera (2005, Portugal)



ALIGN=JUSTIFY>Programa e detalhes no site oficial do festival.