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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

7ª FESTA DO CINEMA FRANCÊS

30.09.06, Rita


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ALIGN=JUSTIFY>De 4 de Outubro a 21 de Novembro a 7ª edição da Festa do Cinema Francês estará em cartaz por Lisboa (Cinema São Jorge, Instituto Franco-Portugais e Cinemateca), Porto (Cinema Cidade do Porto), Coimbra (Teatro Gil Vicente), Faro (SBC Forum Algarve), Almada (Auditório Fernando Lopes-Graça), Évora (Auditório Universidade de Évora) e Funchal (Teatro Municipal Baltazar Dias).

ALIGN=JUSTIFY>Além dos 32 filmes em estreia nacional ou absoluta, à semelhança do ano passado haverá uma programação especial na televisão pública, da qual constarão filmes como “La Reine Margot”, “Swimming Pool”, e “Triple Agent”, e onde se inclui a “História dos Cahiers du Cinéma em 20 Filmes”.

ALIGN=JUSTIFY>Uma boa oportunidade para ver:




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/36/04/64/18474082.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>13 TZAMETI, de Gela Babluani (2005, 1h33)



com Georges Babluani, Aurélien Recoing, Augustin Legrand

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Algures, num lugar recôndito à beira mar, Sébastien, 22 anos, está a reparar o telhado de uma casa. O proprietário morre de overdose depois de ter recebido uma estranha convocação que lhe devia permitir ganhar muito dinheiro. Sébastien pega no envelope e decide tomar o seu lugar. Começa então para ele um percurso atribulado que o irá levar até a um mundo clandestino, assustador, um pesadelo em que homens apostam na vida de outros homens...




SRC=http://213.63.186.194/ficheiros/cartaz/vivaldi.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>ANTONIO VIVALDI, UN PRINCE À VENISE, de Jean-Louis Guillermou (2006, 1h35)


com Stefano Dionisi, Michel Serrault, Diana Fertikh, Annette Schreiber, Delphine Depardieu, Michael Galabru, Christian Vadim, Bernard-Pierre Donnadieu

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Antonio Vivaldi, un prince à Venise é o primeiro filme sobre Vivaldi (1678-1741). Não se trata exactamente de uma homenagem “religiosa” ao grande compositor barroco, mas sim de um filme musical e burlesco sobre a vida de Vivaldi. Ordenado padre aos 20 anos, Vivaldi nunca disse uma missa por causa de uma doença incurável e misteriosa. Alcunhado de “Padre Ruivo”, viveu atormentado pela hierarquia religiosa e, especialmente, pelo patriarcado de Veneza que tudo fará para aniquilar a sua vida de músico, impedindo-o sobretudo de compor as suas Óperas.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/62/81/00/18652390.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>CALL ME AGOSTINO, de Christine Laurent (2004, 1h45)


com Jeanne Balibar, Hélène Fillières, Martin Wuttke

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Hélène, Marianne, duas mulheres apaixonadas... Uma sonha e tem muitas dúvidas. A outra atira-se de cabeça e encontra soluções. Um desafio humano, efémero, irá juntá-las num desgosto que vão decidir parodiar juntas. Quanto a esse Agostino Stone que as seduzio, irá desaparecer do mapa, não sem antes ter deixado as suas marcas de empreiteiro conquistador.




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com Denis Lavant, Isild Le Besco, Pascal Bongard

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Um parque de campismo à beira de um lago, durante as férias de Verão. Camille, 17 anos, arrasta o seu tédio, sufocada entre os pais e o namorado. Conhece então Blaise, um quarentão acabado de ser contratado como monitor de vela. Camille e Blaise partilham ambos da mesma insatisfação com a vida, que os aproxima e afasta dos outros. A sua cumplicidade alimenta os rumores de um caso entre os dois, para exaspero de quantos os rodeiam, acabando por desencadear paixões. Lançam-se, então, de corpo e alma, numa perigosa história de amor…




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com James Thiérrée, Natacha Régnier, Dominique Reymond, Kaori Tsuji, Johan Leysen

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Carmen foge do centro de investigação sobre a linguagem, onde nasceu e se tornou uma adolescente esperta e atrevida. Lá fora, descobre o medo, a fome e, sobretudo, a incompreensão dos homens. Acaba numa jaula. Até que um dia, cruza o olhar de um homem. Chama-se Mercier, jovem licenciado à procura do primeiro emprego e prestes a ser pai. Carmen irrompe na vida dele como um escândalo. Mercier vai aprender a conhecer Carmen ao seu justo valor. Carmen é uma jovem bonobo, prima do chimpanzé.




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com Emmanuel Mouret, Frédérique Bel, Fanny Valette

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Recém-chegado a Paris, David, um músico, tímido e desastrado, apaixona-se loucamente pela sua jovem aluna, Julia. E tenta de tudo para a seduzir. A sua amiga Anne, com quem partilha a mesma casa, procura incentivá-lo, dá-lhe conselhos e consola-o… apaixonadamente!






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com Monica Bellucci, Bernard Campan, Gérard Depardieu

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>No Pigalle dos cabarés, Daniela é a Beldade profissional. Quando o cliente a vê, fica sem folgo. O cliente acaba de ganhar um prémio chorudo na totolo. Chama-se François. Então, pergunta a Daniela "Quanto é que levas?" e, imediatamente, pede-lhe para ser sua mulher. Daniela aceita... Mas não se deixa assim tão facilmente Charly e o mundo da noite...




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/60/14/30/18668386.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>DANS PARIS, de Christophe Honoré (2006, 1h32)



Com Romain Duris, Louis Garrel, Joana Preiss

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Dans Paris segue as aventuras sentimentais de dois irmãos e vai desenhando o retrato de uma família cuja divisa poderia ser "Ignora a tristeza dos teus".









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com Hanan Turk, Mohamed Mounir, Mohamed Mounir

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Estudante de poesia sufi e dança oriental no Cairo, Dunia procura um sentido para a sua vida e anseia tornar-se bailarina profissional. Num concurso, conhece o sedutor Dr. Beshir, ilustre pensador sufi e homem de letras. Com ele, irá saborear o prazer das palavras nas suas pesquisas sobre o êxtase na poesia sufi, e descobrir, nos seus braços, o prazer dos sentidos. Só que vai ter de lutar contra a tradição, que lhe destruiu a capacidade de sentir prazer, para conseguir libertar o corpo e dançar com a alma.




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com Cécile de France, Albert Dupontel, Valérie Lemercier

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Uma actriz popular que sonha com cinema intimista, um pianista sobredotado que sonha tocar para um público ignorante e ingénuo, um coleccionador que vende numa só noite a obra de toda sua vida, uma jovem provinciana que tenta a sua sorte em Paris, porque a avó lhe disse: "como eu não tinha recursos suficientes para viver no luxo, decidi trabalhar no meio dele." Todas estas personagens e os seus companheiros vão cruzar-se e encontrar-se durante uma noite no Bar des Théâtres, onde irão curar as suas neuroses diante de um café ou de um “bife tártaro com batatas fritas".




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com Samuel Boidin, Adélaïde Leroux, Henri Cretel

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Nos dias de hoje, na região da Flandres, Demester e um punhado de rapazes da terra partem como soldados para um conflito longínquo. Apaixonado pela jovem Barbe, Demester suportava os seus estranhos hábitos e os seus amantes. À espera dos soldados, sozinha na Flandres, Barbe definha. Face a esse conflito, Demester transforma-se em guerreiro. Tragicamente, a guerra irá exacerbar os sentimentos e os laços destes dois seres, levando-os até aos extremos da sua condição.




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com Diane Kruger, Jeannick Gravelines, Brigitte Catillon

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Frankie, 26 anos, anjo louro de beleza fria e frágil, acaba de ser internada numa clínica psiquiátrica, onde, pouco a pouco, se vai reconstruindo... O que terá acontecido a Frankie para chegar a este ponto? A sua história é a de uma modelo cuja juventude e beleza já não são o que eram. Vagabunda de luxo, passeia a vida e a bagagem entre hotéis, bares e agências... Num mundo de lantejoulas e hipocrisias, onde reinam a juventude e o efémero, Frankie sente-se deslocada. Desilusão de uma mulher em fim de carreira, que se apercebe da sua imensa solidão... Só com Tom consegue encontrar compreensão, amizade, talvez amor...




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/62/57/18454008.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>GENTILLE, de Sophie Fillières (2004, 1h42)



com Emmanuelle Devos, Lambert Wilson, Bruno Todeschini

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Fontaine Leglou é médica anestesista numa clínica psiquiátrica de luxo. Bonita, nos seus 30 anos, ama a profissão e ama Michel, o companheiro com quem vive há já alguns anos. O que leva então Fontaine a ficar sem resposta, quando ele a pede em casamento, incapaz de responder nem SIM, nem NÃO? Porque a perturba tanto esse pedido que deveria deixá-la radiante? Talvez por não ser insensível ao charme de Philippe, um dos seus pacientes, ele próprio médico... Talvez porque Fontaine se sente simultaneamente bastante bem mas também bastante mal... Seja como for, vai ser preciso responder SIM ou NÃO…




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com Olivia Bonamy, Michaël Cohen

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Lucas e Clémentine, um casal de franceses expatriados na Roménia, vivem há pouco tempo numa casa isolada nos arredores de Bucareste. Ela é professora de francês e ele é romancista. Mas, uma noite, a sua vida feliz e tranquila vai mudar radicalmente... Lá fora, chove torrencialmente. O telefone toca, ouvem-se vozes longínquas … incompreensíveis. O casal não está sozinho... O pesadelo começa... ELES estão ali...




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ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Todas as semanas, uma psicóloga e dois médicos atendem homens e mulheres doentes devido ao trabalho. Quatro pessoas descrevem o seu sofrimento no emprego, durante uma entrevista única. Através da intimidade, da intensidade e da verdade de todos estes dramas vulgares, o filme testemunha a banalização do sofrimento no mundo do trabalho. “Ils Ne Mouraient Pas Tous Mais Tous Étaient Frappés” é um espaço cinematográfico fechado onde ganha corpo e significado uma realidade invisível e silenciosa. O título foi retirado de Animaux malades de la peste, uma fábula de La Fontaine.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/98/78/18441668.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>JE NE SUIS PAS LÀ POUS ÊTRE AIMÉ, de Stéphane Brizé (2004, 1h33)



com Patrick Chesnais, Anne Consigny, Georges Wilson

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Solicitador, 50 anos, coração e sorriso cansados, há muito tempo que Jean-Claude Delsart abandonou a ideia de que a vida possa dar-lhe alegrias. Até ao dia em que empurra a porta de uma aula de tango...







SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/77/95/18447908.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>KIRIKOU ET LES BÊTES SAUVAGES, de Michel Ocelot e Bénédicte Galup (animação, 2005, 1h15)



vozes: Pierre-Ndoffé Sarr, Awa Sène Sarr, Robert Liensol

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Nem toda a história fora contada... Na sua gruta azul, o avô esclarecia: "A história de Kirikou e a feiticeira era bem curta. Não houve tempo para se contar tudo quanto realizara o pequeno Kirikou e haviam sido belas e louváveis as suas façanhas, algo que não convém esquecer. Pois bem, aqui vai, eu vo-las contarei." E assim, disse-nos como o imaginativo Kirikou se tornou jardineiro, detective, oleiro, vendedor, viajante, médico, e sempre o mais pequeno e destemido dos heróis!




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com Clémence Boulouque, Elsa Zylberstein

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Sou filha do juiz Boulouque, do terrorismo, dos anos 80, dos atentados de Paris. E sou órfã de tudo isso. Já ninguém se lembra do meu pai e a vaga de atentados nos anos 80 em Paris confunde-se com todas as demais que se lhe seguiram. (...) Tinha eu 13 anos, quando o meu pai disparou sobre si mesmo, naquela noite de 13 de Dezembro de 1990, e sobre as nossas vidas. Tendo por pano de fundo as tomadas de reféns, os atentados mortíferos em Paris, as pressões políticas, a máquina mediática e judicial, esta é a história de uma menina despreocupada, brutalmente confrontada com as ameaças de morte, com os guarda-costas, com o medo e… uma noite do Inverno de 1990, o desfecho dramático!




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/82/51/18430145.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>LA PETITE JERUSALEM, de Karin Albou (2004, 1h34)



com Fanny Valette, Elsa Zylberstein, Bruno Todeschini

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Nos arredores de Paris, em Sarcelles, num bairro chamado «A pequena Jerusalém», numa alusão ao grande número de judeus que lá vivem. Laura, 18 anos, está dividida entre a sua educação religiosa e os seus estudos de filosofia que a entusiasmam e lhe dão uma outra visão do mundo. Enquanto a irmã Mathilde tenta dar um novo impulso ao seu casamento, Laura sucumbe às primeiras emoções amorosas. Este confronto com o desejo vai abalar as suas certezas.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/36/32/06/18653822.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>LA RAISON DU PLUS FAIBLE, de Lucas Belvaux (2005, 1h56)



com Eric Caravaca, Natacha Régnier, Lucas Belvaux

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>A história decorre em Liège, Bélgica, na actualidade. É a história de quatro homens, uma mulher e uma criança que o destino irá juntar. É uma história que começa com o calor. O calor do Verão, o calor de um café onde os homens se juntam para jogar às cartas. É também uma história de pudor, onde só se contam as mágoas quando já é tarde demais. É uma história onde o dinheiro faz falta num lado e é demasiado visível noutro. É a história de pessoas que não podem mais, gastas, exaustas, arrasadas pelo trabalho. É a história de homens que pegam em armas para irem buscar o dinheiro onde ele está, no bolso dos outros, porque pensam que têm esse direito! Uma história sem bons e sem maus. Uma história de fortes e de fracos, onde cada um tem as suas razões, onde cada um escolhe o seu lado. É uma história onde uns morrerão enquanto outros irão sobreviver, mas da qual ninguém sairá ileso…




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/36/35/31/18649139.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>LA TOURNEUSE DE PAGES, de Denis Dercourt (2006, 1h25)



com Catherine Frot, Déborah François, Pascal Greggory

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Apaixonada por piano, Mélanie passa uma audição no Conservatório de Versailles, na presença de uma pianista de renome mundial. Durante a sessão, esta mostra-se tirânica. Traumatizada, Mélanie decide então abandonar o piano. Uns dez anos mais tarde, Mélanie é admitida como estagiária num grande escritório de advogados dirigido pelo Dr. Fouchécourt, marido da mulher que mudou certamente o rumo da sua vida. Pouco depois, o Dr. Fouchécourt contrata-a para sua casa, para tomar conta do filho. O encontro com a Senhora Fouchécourt, que ainda é pianista, decorre às mil maravilhas, já que Mélanie se mostra muito sensível à música e se torna sua leitora vira-páginas…




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com Julie Depardieu, Eric Caravaca, Vincent Rottiers

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Thomas acaba de receber a notícia da morte do irmão Richard, que não via há vários anos. Deixa Paris e vai a Marselha para reconhecer o corpo. Recolhe os pertences do irmão e volta para a sua terra natal. Mal chega, regressa à casa onde passou a infância, sem, contudo, ali se demorar muito. Aluga um quarto num hotel dos arredores da cidade. Não há ninguém por aquelas paragens, a não ser Jeanne, a dona do hotel, Lucas, um adolescente que Jeanne recolheu, e Joseph, um velho mecânico. Todos eles conheceram bem Richard. Thomas decide não revelar a sua identidade...




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com Frederic Van Den Driessche, Maroussia Dubreuil, Lise Bellynck

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>François, cineasta, está a preparar as filmagens de um policial. Nos testes de casting para uma cena de nu, uma actriz revela-lhe o prazer que sente ao transgredir pequenos tabus eróticos. Impelido pelo desejo de trazer algo de novo ao cinema, decide realizar um filme que misture ficção e realidade, em torno daquilo que, inesperadamente, se revela um enigma e um tabu: as pequenas transgressões que dão prazer. A sua pesquisa no campo erótico confronta-o com questões de fundo que, tal como a Ícaro ao aproximar-se do sol, lhe queimarão as asas.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/95/94/18602612.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>0SS 117 - LE CAIRE NID D’ESPIONS, de Michel Hazanavicius (2005, 1h39)



com Jean Dujardin, Bérénice Bejo, Aure Atika

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Egipto, 1955, a cidade do Cairo é um verdadeiro ninho de espiões. Todos desconfiam uns dos outros, toda a gente conspira contra toda a gente: ingleses, franceses, soviéticos, a família do destronado Rei Faruk que aspira recuperar o trono, os Águias de Kheops, seita religiosa determinada a tomar o poder. O Presidente da República Francesa, René Coty, envia a sua mais poderosa arma para restabelecer a ordem naquela barafunda à beira do caos: Hubert Bonisseur de la Bath, conhecido por OSS 117.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/53/46/18452859.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>PALAIS ROYAL!, de Valérie Lemercier (2004, 1h40)



com Valérie Lemercier, Lambert Wilson, Catherine Deneuve

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Uma terapeuta da fala muito simples, mas casada com o filho mais novo do rei e que, contra a sua vontade, ascende a rainha por morte do monarca... E nem sempre a vida das cabeças coroadas é divertida...ou, talvez sim!







SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/36/32/16/18645003.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>PARIS, JE T’AIME (2005, 1h50)



ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Um filme que aposta no amor. Em vinte bairros de Paris, o amor passageiro, velado, gestualizado, vampirizado, maltratado ou revelado... Paris reinventada por 20 realizadores internacionais.


MONTMARTRE - de Bruno Podalydès
QUAIS DE SEINE - de Gurinder Chadha
LE MARAIS - de Gus Van Sant
TUILERIES - de Joel e Ethan Coen
LOIN DU 16e - de Walter Salles e Daniela Thomas
PORTE DE CHOISY - de Christopher Doyle
BASTILLE - de Isabel Coixet
PLACE DES VICTOIRES - de Nobuhiro Suwa
TOUR EIFFEL - de Sylvain Chomet
PARC MONCEAU - de Alfonso Cuaron
QUARTIER DES ENFANTS ROUGES - de Olivier Assayas
PLACE DES FÊTES - de Oliver Schmitz
PIGALLE - de Richard LaGravenese
QUARTIER DE LA MADELEINE - de Vincenzo Natali
PÈRE-LACHAISE - de Wes Craven
FAUBOURG SAINT-DENIS - de Tom Tykwer
QUARTIER LATIN - de Gena Rowlands (argumento), Gérard Depardieu e Frédéric Auburtin (realização)
14e ARRONDISSEMENT - de Alexander Payne



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com Mathieu Demy, Eléonore Pourriat, Julie Depardieu

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Aos 35 anos, Maxime Maréchal, médico brilhante, leva uma vida pacata entre a mulher advogada, os amigos que o admiram e uma família satisfeita. Até ao dia… em que conhece Chine, uma cantora vai provocar o electrochoque que todos tanto temiam. Max decide dizer adeus à carreira para criar um grupo de rock, retomando um antigo sonho de juventude. Na sua corrida desenfreada, irá arrastar toda a gente à sua volta, transtornando completamente a vida de uns e de outros.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/79/24/18475898.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>RENAISSANCE, de Christian Volckman (2006, 1h45, animação)



ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>2054 – Uma Paris labiríntica onde tudo o que acontece é controlado e filmado. Ilona Tasuiev, uma jovem cientista invejada por todos pela sua beleza e inteligência, é raptada. Avalon, a empresa onde trabalha Ilona, pressiona Karas, um polícia controverso, especializado nos casos de raptos, para encontrar, o mais depressa possível, a jovem desaparecida. Karas logo se sente perseguido. Definitivamente, não é o único no encalço de Ilona, e os seus perseguidores parecem prontos a tudo para se lhe anteciparem. Encontrar Ilona torna-se então vital: a jovem é o objecto de uma guerra oculta que a ultrapassa; ela é a chave de um protocolo do qual depende futuro da humanidade – o Protocolo Renaissance...




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/36/06/92/18454480.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>SAUF LE RESPECT QUE JE VOUS DOIS, de Fabienne Godet (2005, 1h30)



com Olivier Gourmet, Dominique Blanc, Julie Depardieu

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Aos 40 anos, François tem tudo para ser feliz: uma família, um trabalho, amigos... Porém, dá-se um acontecimento trágico dentro da sua empresa que irá pôr em causa os princípios que até aí regiam a sua vida. Saberá François despertar e recusar o que agora lhe parece intolerável?






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com Jean-Pierre Bacri, Vincent Lindon, Benoît Magimel

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Uma cidade à beira do Atlântico, época baixa. Três dias, sete personagens, sete vidas em movimento, em busca de elas próprias, que se cruzam, se desencontram, se roçam, se chocam e que, ao despedirem-se, nunca mais serão as mesmas.






COLOR=#E90909>SUZANNE ET LES VIEILLARDS, de Viviane Candas (2006, 1h32)



com Patrick Bauchau, Jean-Pierre Kalfon, Christine Citti

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Desde a morte do filho, Frank e Mado cultivam uma certa forma de desprendimento, uma leveza de viver. Max, um amigo de infância, apresenta-lhes as suas amantes, encontradas através de anúncios, porque pretende voltar a casar. Quando Mado morre subitamente, todo o universo de Frank desmorona. Um dia, num jardim, repara em Suzanne, com a qual já se cruzava há vários meses sem lhe prestar atenção. No início do Verão, apaixona-se por ela. Max vai imediatamente tentar conquistá-la. A rivalidade entre os dois amigos revela-se então algo estrambólica, pois, não há tempo a perder.




SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/35/99/84/18456388.jpg ALIGN=RIGHT BORDER=10> COLOR=#E90909>VERS LE SUD, de Laurent Cantet (2005, 1h55)



com Charlotte Rampling, Karen Young, Louise Portal

ALIGN=JUSTIFY>SIZE=1>Haiti, início dos anos 80. Um pequeno hotel numa praia paradisíaca. No meio das famílias de turistas, contam-se umas quantas americanas sozinhas: Brenda, uma quarentona moralista; Ellen, professora universitária de francês, com os seus cinquenta anos, e um pouco a rainha do grupo; e Sue, uma avantajada canadiana do Quebeque, muito frontal e cheia de vida. Em torno do hotel gravita um bando de jovens rapazes que trocam os seus encantos e a sua gentileza por alguns favores. Entre eles, Legba, o favorito de Ellen, na frescura dos seus 18 anos, lindo de morrer, que elas ali encontram todos os anos e que vai mudar para sempre as suas vidas.




ALIGN=JUSTIFY>Mais detalhes em http://www.festadocinemafrances.com.


COLOR=#AAAAAA SIZE=1>* Sinopses retiradas do site oficial











































































































































Amor Idiota ****

29.09.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Ventura Pons. Elenco: Santi Millán, Cayetana Guillén Cuervo, Mercè Pons, Marc Cartes, Jordi Dauder, Gonzalo Cunill, Daniela Corbo. Nacionalidade: Espanha, 2004.


SRC=http://eur.i1.yimg.com/eur.yimg.com/ng/mo/uno/20060125/23/2616366596.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>“A minha vida constitui um longo e proveitoso caminho em direcção à estupidez. Um dia, quando era adolescente, dei-me conta de que era idiota. Uns quanto anos mais tarde, descobri que não era o único. Agora que vou a caminho dos trinta e cinco anos estou convencido não só de que todo o mundo é idiota, mas também que nunca deixamos de o ser.”

ALIGN=JUSTIFY>Assim começa “Amor Idiota”, uma reflexão na primeira pessoa, feita com ironia e cepticismo mas também com humor (negro por vezes), sobre o eterno desencontro que é o amor.

ALIGN=JUSTIFY>Pere-Lluc (Santi Millán) encontra-se numa fase complicada da sua vida. Tudo lhe parece irrelevante e sem consequência, sente-se desiludido, perdido, oscilando entre a auto-flagelação e a auto-comiseração. Desde início, Ventura Pons mostra-o no seu nível mais baixo, num acto infantil e exibicionista num jantar do Gabinete Cárdenas de Orientação Psico-profissional, onde trabalha. Isto serve para nos situar no seu processo, e para que vejamos como ele se vai elevando do seu infortúnio, e vai abandonando o seu estado de despojo humano.

ALIGN=JUSTIFY>Ao final de uns dias, Pere-Lluc descobre que o seu grande amigo Nicco Zenone (Gonzalo Cunill), um actor argentino, morreu. Revoltado por apenas tomar conhecimento do sucedido 5 meses depois, Pere-Lluc embebeda-se para esquecer a sua dor. De regresso a casa, choca com as escadas de uma rapariga (Cayetana Guillén Cuervo) cujo trabalho consiste em pendurar cartazes publicitários nos postes de electricidade de Barcelona. O embate não é mais forte do que a fascinação que Pere-Lluc sente por esta desconhecida, que o ignora completamente. Mas, para ele, foi apenas preciso um momento para se apaixonar, e para se obcecar por ela. Assumindo a idiotice como parte de si mesmo (há inclusive uma referência clara ao ‘O Idiota’ de Dostoiévski), Pere-Lluc não tem intenções de a corrigir, mas sim de tirar o melhor partido dela, e, a partir desse momento, a vida de Pere-Lluc terá o ritmo das suas perseguições, ao trabalho dela, ao bar onde espera pelo marido, ou à casa de ambos.

ALIGN=JUSTIFY>A vida plácida e aborrecida de Pere-Lluc encontra um novo fôlego, o risco e a adrenalina de espiá-la fazem-no sentir-se vivo. E a obsessão que o devora é também aquilo que lhe devolve a integridade.

ALIGN=JUSTIFY>Baseado no livro ‘Amor d’Idiota’ de Lluís-Anton Baulenas, Ventura Pons aborda o tema da necessidade de comunicação e de afecto, a procura do outro e a necessidade de nos revermos noutro ser. Neste caso, essa busca é excessiva, descontrolada, ilógica e patológica. A ânsia de Pere-Lluc é a mesma ânsia da câmara, a imagem em permanente movimento a la Dogma, rápida, abrupta, nervosa, excitada; primeiro pela perseguição do objecto desejado, depois pelo desesperado devorar do mesmo, e finalmente pela angústia das decisões difíceis.

ALIGN=JUSTIFY>Tanto Santi Millán (que eu já tinha tido oportunidade de ver no filme “Di Que Sí” (2004) de Juan Calvo, uma comédia romântica sem grandes consequências onde contracena com Paz Vega) como Cayetana Guillén Cuervo se envolvem nas suas personagens, humanizando-as. Ele, omnipresente e obsessivo, ela, acossada e agredida na sua intimidade. Ele, um livro aberto, ela, enigmática, pois apenas existe como objecto do olhar daquele que a deseja e a persegue. No entanto, o filme desequilibra-se quando se afasta dos dois protagonistas, quer quando envolve o padrinho de Pere-Lluc, quer o romance atabalhoado dos seus dois amigos, Jordina (Mercè Pons) e Àlex (Marc Cartes), quer os flashbacks ao amigo argentino.

ALIGN=JUSTIFY>Em “Amor Idiota” a palavra tem um papel fundamental, focado que é numa personagem que explora, durante constantes monólogos em off, um comportamento idiota do qual sente, simultaneamente, uma certa vaidade. O texto é brilhante e inteligente, com rasgos de existencialismo, feitos com o humor necessário para evitar que se tornem presunçosos.

ALIGN=JUSTIFY>“Amor Idiota” é também uma crónica da cidade de Ventura Pons - Barcelona: as placas das ruas, os passeios em mota, as escadas das casas, a linha do horizonte, os bares (que estranhamente reconfortante é reconhecermos num filme um espaço do qual já fizemos parte - em “Amor Idiota” isso aconteceu-me com o Bar “La Confiteria”, primeiro insinuado e depois confirmado numa segunda cena). Por isso lamento ter visto a versão dobrada em castelhano, quando grande parte do diálogo é em catalão.

ALIGN=JUSTIFY>A história de Ventura Pons fala da simplicidade dos sentimentos, mesmo sendo obsessivos ou idiotas, e das questões intelectuais que complicam o amor. Fala de um amor que é inseparável da loucura, porque é desenfreado, porque é uma luta sem regras. Fala de uma paixão onde o sexo urgente assume um tom de absurdo desespero, como se, mais do que o culminar, fosse um meio para alcançar o afecto.

ALIGN=JUSTIFY>Quando amamos portamo-nos como idiotas, infringindo todas as leis: pessoais, sociais, gravitacionais, de sobrevivência. Mandamos o alarme do instinto à fava e pisamos solo movediço. Somos repugnantes, execráveis, desprezíveis, submissos, generosos, sublimes e sobre-humanos.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Mi vida constituye un largo y provechoso viaje hacia la idiotez. Un día, siendo adolescente, me di cuenta de que era idiota. Unos cuantos años más tarde, descubrí que no era el único. Ahora que voy camino de los treinta y cinco años estoy convencido de que no solamente todo el mundo es idiota, sino que además nunca dejamos de serlo.”
SANTI MILLÁN (Pere-Lluc)


ALIGN=JUSTIFY> “A experiência não nos torna mais sábios, apenas mais velhos.”
SANTI MILLÁN (Pere-Lluc)

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA> “Los idiotas sólo podemos tener fe, esperanza y caridad. Y un poco de amor porque es gratis.”
SANTI MILLÁN (Pere-Lluc)













World Trade Center **1/2

28.09.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Oliver Stone. Elenco: Nicolas Cage, Michael Peña, Maria Bello, Maggie Gyllenhaal, Michael Shannon, Armando Riesco, Jay Hernandez, Jon Bernthal. Nacionalidade: EUA, 2006.


SRC=http://us.movies1.yimg.com/movies.yahoo.com/images/hv/photo/movie_pix/paramount_pictures/world_trade_center/michael_pena/worldtradecenter1.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Oliver Stone corre o sério risco de ser classificado, na minha lista pessoal, como o próximo Steven Spielberg, ou seja, o realizador que, estabelecendo uma reputação invejável, com grandes obras, se deixa cair nos tentáculos da indústria que o alimenta e se alimenta dele, deixando a arte, a inovação e o risco para os mais novos (ou ainda menos comprometidos). Spielberg rompeu o ciclo com “Munich”. Mas Stone, já desde “Natural Born Killers” (1994) que não me emociona. Com “World Trade Center” também não.

ALIGN=JUSTIFY>Este filme relata a experiência verídica de dois polícias da Autoridade Portuária de Nova Iorque, John McLoughlin e Will Jimeno (interpretados por Nicolas Cage e Michael Peña, respectivamente), que, juntamente com mais três colegas (entre os quais o português António Rodrigues), ficaram soterrados debaixo dos escombros das torres gémeas no fatídico dia do atentado. McLoughlin e Jimeno sobreviveram após 12 horas debaixo de cimento e metal, os seus companheiros não.

ALIGN=JUSTIFY>Os eventos dramatizados acompanham a agonia destes dois homens, que contam apenas um com o outro, para não se deixarem adormecer e para manterem a fé. Mas nenhum deles é mostrado como herói. O único que se aproxima de algum tipo de heroísmo é o marine Dave Karnes (Michael Shannon), que parece isolado na sua determinação de encontrar sobreviventes. Infelizmente, é também ele o mensageiro do desejo de vingança (as notas finais referem que ele participou posteriormente em duas missões no Iraque).

ALIGN=JUSTIFY>Oliver Stone abdica do seu ego, do seu prestígio, e sacrifica a ficção para se cingir à matéria-prima: uma aborrecida realidade, onde prevalece o sentimentalismo barato de um filme de sábado à tarde. A tragédia é convertida em entretenimento: os espectadores investem as suas emoções nos dois indivíduos miraculosamente salvos do desastre em vez de se focarem na anónima multidão que morreu nesse dia. “Não estamos preparados para nada desta dimensão” e talvez este filme venha provar isso mesmo, a incapacidade de lidar de frente com um monstro deste tamanho. Aliás, os atentados são apenas aflorados, e a vontade de que esta obra fosse apolítica é levada ao extremo de sentirmos que tudo se poderia passar em qualquer outro momento, em qualquer outro lugar.

ALIGN=JUSTIFY>Não quero com isto desvalorizar a experiência pessoal dos envolvidos, cuja violência não consigo sequer imaginar. Mas “World Trade Center” não é um memorial, e nem sequer é um filme muito bom.

ALIGN=JUSTIFY>Stone reconhece a importância do mostrar em vez do dizer, e trabalha a imagem de uma forma irrepreensível. A sombra de um avião, a agitação do embate, as cenas de desmoronamento, a restrição física dos escombros (e dos dois protagonistas), tudo isto aliado a uma montagem sem falhas. Stone tem ainda o mérito de conseguir que um filme que vive de duas horas de conversa entre dois homens imobilizados e desfalecidos não seja a coisa mais aborrecida do mundo. Para isso contribuem, as coloridas incursões pela vida familiar, actual e passada, de ambos, retratando a ansiedade das suas famílias enquanto esperam notícias, entre a angústia controlada da mulher de McLoughlin, Donna (Maria Bello), e o desespero da mulher de Jimeno, Allison (Maggie Gyllenhaal).

ALIGN=JUSTIFY>“World Trade Center” é um filme sobre entreajuda quando queria ser um filme sobre coragem, sobre salvar homens quando queria ser sobre salvar valores, sobre desígnio divino quando queria ser sobre esperança. Glorificar este filme não serve de nada, não é cinema de excepção, não ajuda a perceber o sofrimento, nem incita à resolução do problema subjacente, além de deixar uma subtil germinação de vingança.

ALIGN=JUSTIFY>O 9/11 servirá ainda de alimento para muitos na indústria de Hollywood e não só. Esperemos que o tempo coloque os factos na devida proporcionalidade e torne as abordagens mais corajosas.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Pain is your friend.”
MICHAEL PEÑA (Will Jimeno, citando o filme “G.I. Jane”)


ALIGN=JUSTIFY> “God made a curtain with the smoke to shield us from what we're not yet ready to see.”
MICHAEL SHANNON (Staff Sergeant Dave Karnes)












Quelques Jours en Septembre **1/2

27.09.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Santiago Amigorena. Elenco: Juliette Binoche, John Turturro, Sara Forestier, Tom Riley, Nick Nolte. Nacionalidade: Itália / França / Portugal, 2006.


SRC=http://www.cinemovies.fr/images/data/photos/G11876849269351.jpg WIDTH=500>

ALIGN=JUSTIFY>A primeira realização de Santiago Amigorena, co-argumentista de “Ni pour, ni contre (bien au contraire)” falha exactamente onde a experiência mais devia ajudar: na história.

ALIGN=JUSTIFY>“Quelques Jours en Septembre” quer ser, simultaneamente, um filme de espionagem, uma reflexão sobre o estado do mundo no momento prévio aos atentados do 11 de Setembro de 2001, e uma meditação sobre o amor. Dada a falta de eficácia do resultado, parece que a intenção era, de facto, demasiado ambiciosa.

ALIGN=JUSTIFY>Antes de finalizar a sua missão, o espião americano Elliott (Nick Nolte) quer resolver os seus problemas domésticos. Para o efeito, encarrega a sua ex-colega Irène (Juliette Binoche) de juntar a sua filha, Orlando (Sara Forestier), que ele abandonou há 10 anos, e o seu filho adoptivo americano David (Tom Riley). Mas um discípulo de Elliott, William Pound (John Turturro) está decidido a colocar entraves a esse reencontro. Eliott é também procurado por investidores árabes, que necessitam confirmar que a informação financeira que Elliot lhes deu é verdadeira, ou seja, que a Bolsa de Nova Iorque cairá 25% nos próximos dias e que eles deverão retirar todo o seu dinheiro dos Estados Unidos.

ALIGN=JUSTIFY>A acção desenrola-se entre Paris e Veneza, pelo período de uma semana, nos dias precedentes ao atentado. Numa contagem decrescente, as trajectórias das personagens acabam por estar marcadas por esse ponto de chegada. Entre Irène, Orlando e David estabelece-se desde logo um triângulo de sedução-repulsão, mas nem as suas conversas, nem os seus passeios, nem suas discussões sobre a hegemonia dos Estados Unidos, nos desviam a atenção desse elemento.

ALIGN=JUSTIFY>Mas para um filme de espiões, a “Quelques Jours en Septembre” falta-lhe o dinamismo. A maior parte do tempo as personagens passeiam-se pela pitoresca Veneza e citam poetas ingleses. Nem mesmo a personagem de Turturro, um espião torturado que, como lhe recomenda o seu terapeuta, procura “matar o pai”, hesita em declamar William Blake antes de premir o gatilho. Adicionalmente, o cliché do conflito como máscara do desejo, serve apenas para conferir artificialidade a um filme com alguma potencialidade para ser interessante.

ALIGN=JUSTIFY>As interpretações são boas, sem excepção, incluindo os jovens actores Sara Forestier (“L’Esquive” (2003), de Abdel Kechiche) e Tom Riley. E John Turturro nunca desilude. Mas é pena vê-los num mar cinzento chumbo sem terem onde se agarrar.

ALIGN=JUSTIFY>Existem dois elementos interessantes neste filme. Um, é o contraste entre a enormidade histórica e os pequenos detalhes quotidianos. Outro, a brincadeira que Irène faz, tirando de vez em quando os seus óculos e aproveitando a sua miopia para ver o mundo de forma distinta.

ALIGN=JUSTIFY>Talvez não seja má ideia, lembrarmos, de vez em quando, de ver o mundo de diferentes perspectivas, a velha história de retirar os olhos do nosso próprio umbigo, “walk in another man’s shoes”, vulgo EMPATIA.







O fim do King Kard... as we know it.

25.09.06, Rita




Ainda noutro dia dizia a um amigo que a grande razão que me impede de emigrar é o King Kard. O meu cartão está mais gasto que o multibanco e tenho o gesto tão automático que dou por mim a querer pagar cafés com ele.


Mas a partir do dia 1 de Outubro tudo será diferente. A Medeia Filmes SA decidiu retirar-se deste projecto, o que em termos práticos resulta em que o actual King Kard será válido única e exclusivamente nas salas do Cinemas Millenium SA.


Em Lisboa, das 32 salas inicialmente disponíveis, os portadores do King Kard vêem-se assim limitados à oferta mais comercial (mas não desprezível) das 16 salas do Alvaláxia.


A Medeia Filmes SA, no entanto, não está parada, estando já em fase de subscrição o novo cartão Medeia que, pelo que percebi, funcionará de modo semelhante ao do King Kard. Detalhes em http://www.medeiacard.com.


Caberá a cada um pesar as alternativas. Incluindo ficar no país ou emigrar.




An Inconvenient Truth ****

21.09.06, Rita

Realização: Davis Guggenheim. Com: Al Gore. Nacionalidade: EUA, 2006.





“An Inconvenient Truth” é a versão cinematográfica de uma palestra que Al Gore tem vindo a fazer não só nos Estados Unidos, mas também na Europa e Ásia, apresentando dados científicos sobre o escalar da crise climática, alertando para o aquecimento global, de uma forma clara, rigorosa e motivadora.


Ainda que esta abordagem possa supor uma plataforma para a campanha presidencial de 2008, é demasiado fácil e redutor desviar o foco deste filme do seu tema central. Até porque o filme tem o mérito de fazer de Gore apenas um veículo, o emissor de uma mensagem que muita gente se tem recusado a escutar e mesmo a entender. O mesmo Gore, citando Upton Sinclair refere que não é possível fazer alguém entender algo quando o seu salário está dependente do facto de não o entender.


Com efeito, durante o seu serviço governamental, Gore foi sempre um apoiante das políticas ambientais. E desde que perdeu as eleições presidenciais de 2000 para George W. Bush, Gore focou os seus esforços nesta luta. Gore não é um cientista, mas o seu estudo exaustivo do tema permite-lhe explicar os factos científicos a leigos sem necessidade de os simplificar exageradamente, e fá-lo racionalmente e de uma forma acessível, metódica, lúcida, apelativa e com humor.


A sua crítica à administração Bush, no entanto, não deixa de estar presente. Algo que seria inevitável dado o seu comportamento autista relativamente às estratégias internacionais, nomeadamente no que se refere à recusa de assinatura (à semelhança da Austrália) do Protocolo de Kyoto referente à limitação das emissões de gases poluentes. Apesar disso, muitas cidades americanas estão, a título individual, a tomar medidas em consonância com o mesmo. O tom de esperança é reforçado pelo comentário de Gore: “Na América, a vontade política é um recurso renovável.”


Mas para Gore o colapso planetário é um assunto ético e moral, e do seu empenho pessoal nesta missão transparece uma paixão que nenhuma das suas campanhas políticas tinha insinuado - talvez porque o assunto é bastante mais sério.


Com a ajuda de um clip de Matt Groening, criador dos Simpsons, Gore inicia a sua apresentação explicando o efeito de estufa criado pelas emissões de dióxido de carbono (CO2), que conduzem a temperaturas atmosféricas mais elevadas, induzindo o degelo de glaciares, a alteração das correntes, a subida do nível médio das águas e a potenciação de tempestades.


Os principais contribuidores para essas emissões de CO2 são os combustíveis fósseis e a queima das florestas (não só as tropicais), aos quais se deve acrescentar o impressionante aumento populacional a que o planeta foi sujeito desde a passada geração. Por ser um fenómeno gradual não quer dizer que não esteja a suceder, e porque as implicações mais graves não sucederão no nosso tempo de vida, é fácil ignorá-las, evitando pensar em que condições deixaremos este planeta aos nossos descendentes.


Gore desfaz também o falso mito da mútua exclusividade entre eficiência económica e a preservação do planeta. Por exemplo, os construtores de carros americanos estão actualmente a perder dinheiro, uma vez que o facto dos seus automóveis não respeitarem os padrões ambientais impede que os mesmos sejam vendidos em outros países, incluindo a China. A recusa de associar determinados comportamentos humanos / económicos a claras consequências ambientais está fortemente correlacionada com os cheques que muitos pseudo-especialistas recebem dos lobbies petrolíferos.


A verdade é inconveniente, especialmente ao (grande) bolso de uns poucos. Mas perante a simulação gráfica dos efeitos do degelo de metade da Gronelândia, submergindo grande parte da superfície costeira dos vários continentes (onde se inclui Xangai, Calcutá, Manhattan), percebemos que filmes como “The Day After Tomorrow” não são puramente ficcionais, especialmente se pensarmos na elevada concentração populacional destas áreas.


O realizador Davis Guggenheim constrói “An Inconvenient Truth” com filmagens da palestra, e com gráficos e dados usados na mesma. Mas, por qualquer razão, achou (na minha opinião equivocadamente) que isso não seria suficiente para agarrar a atenção do espectador. Por isso, optou por introduzir segmentos biográficos de Gore, onde momentos de séria gravidade parecem querer emprestar mais credibilidade ao homem. Tendo em conta a profunda e evidente dedicação de Gore a esta causa, esta “humanização” era desnecessária.


“An Inconvenient Truth” merece ser visto como um argumento científico, político e moral para que o mundo, e nomeadamente os Estados Unidos, modifiquem a sua atitude na luta contra o aquecimento global. A mensagem de Gore é urgente mas sem alarmismo, com esperança mas sem complacência. Espero - sinceramente - que filmes como este contribuam para combater a desinformação. “An Inconvenient Truth” pode não ser o filme de maior entretenimento deste final de Verão, mas é, sem dúvida, um dos mais importantes.


Para mais informações consultar http://www.climatecrisis.net.






CITAÇÕES:


“I'm Al Gore, I used to be the next president of the United States.”
AL GORE


“It ain't what you don't know that gets you into trouble. It's what you know for sure that just ain't so.”
AL GORE [citando Mark Twain]


“You can't make somebody understand something if their salary depends upon them not understanding it.”
AL GORE [citando Upton Sinclair]


“In America, political will is a renewable resource.”
AL GORE


“When you pray, move your feet.”
PROVÉRBIO AFRICANO



I NEED TO WAKE UP
de Melissa Etheridge


Have I been sleeping?
I’ve been so still
Afraid of crumbling
Have I been careless?
Dismissing all the distant rumblings
Take me where I am supposed to be
To comprehend the things that I can’t see

Cause I need to move
I need to wake up
I need to change
I need to shake up
I need to speak out
Something’s got to break up
I’ve been asleep
And I need to wake up
Now

And as a child
I danced like it was 1999
My dreams were wild
But the promise of this new world
Would be mine
Now I am throwing off the carelessness relief
To listen to an inconvenient truth

Well I need to move
I need to wake up
I need to change
I need to shake up
I need to speak out
Something’s got to break up
I’ve been asleep
And I need to wake up
Now

I am not an island
I am not alone
I am my intentions
Trapped here in this flesh and bone

And I need to move
I need to wake up
I need to change
I need to shake up
I need to speak out
Something’s got to break up
I’ve been asleep
And I need to wake up
Now

I want to change
I need to shake up
I need to speak out
Something’s got to break up
I’ve been asleep
And I need to wake up
Now


Oldboy *****

19.09.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Park Chan-wook. Elenco: Choi Min-sik, Yu Ji-tae, Kang Hye-jeong, Ji Dae-han, Oh Dal-su, Kim Byeong-ok. Nacionalidade: Coreia do Sul, 2003.


SRC=http://us.movies1.yimg.com/movies.yahoo.com/images/hv/photo/movie_pix/tartan/oldboy/choi_min_sik/old5.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Antes de “Oldboy”, de Park Chan-wook apenas tinha visto o segmento “Cut” do filme “3... Extremos” (aproveito para mencionar o facto de na semana passada ter estreado a versão longa do segmento “Dumplings”, de Fruit Chan). O tema mantém-se. Baseado na obra gráfica de manga de Tsuchiya Garon, “Oldboy” é um retrato sobre a vingança, cru, inteligente e sem compromissos.

ALIGN=JUSTIFY>Oh Dae-su (Choi Min-sik) está embriagado e de regresso a casa no dia de aniversário da sua filha. De repente, acorda num quarto sujo que será a sua prisão nos 15 anos seguintes. Incapaz de escapar e sem possibilidade sequer de se matar, começa a perder tudo o que lhe resta de humanidade. Sem nada, a única motivação que ele encontra é descobrir quem lhe fez isto, porquê e vingar-se. Com apenas uma televisão por companhia (através da qual ele descobre que a sua mulher foi morta), Oh Dae-su vai mantendo um treino físico lutando contra sombras, ao mesmo tempo que tenta a fuga. Finalmente, da mesma forma repentina com que Oh Dae-su foi aprisionado, é libertado no mundo real. Ao providenciar-lhe roupa, um telemóvel e algum dinheiro, o seu captor é quem faz o primeiro movimento naquele que será um jogo de gato e rato.

ALIGN=JUSTIFY>Oh Dae-su sente-se de facto como um animal, e refere-se a si próprio como ‘Monstro’. Uma jovem chefe de sushi, Mido (Kang Hye-jeong), sente pena dele e decide ajudá-lo na sua busca. Oh Dae-su terá um prazo de 5 dias para descobrir porque foi preso. Caso ele não o consiga, Mido será morta. Oh Dae-su ver-se-á obrigado a escavar na sua juventude, mas mais importante do que saber porque foi preso, é descobrir porque foi libertado.

ALIGN=JUSTIFY>Neste caminho da vingança, a verdade será aquilo que ele vai encontrar. Mas a verdade nem sempre é aquela em que acreditamos, e talvez todo o treino de Oh Dae-su não seja suficiente para absorver todo o sofrimento que ainda o espera.

ALIGN=JUSTIFY>“Oldboy” é um filme brutal. Sem viver do gore, tem cenas verdadeiramente impressionantes, cujo impacto varia com a sensibilidade gástrica de cada um. Envolvente e perturbante, intenso e revoltante, “Oldboy” faz uso da violência como um elemento necessário, e não de prazer. Mas a violência física não é nada quando comparada com a violência emocional, e é a tensão que Park Chan-wook coloca em cada cena que cria o verdadeiro incómodo.

ALIGN=JUSTIFY>A interpretação de Choi Min-Sik é soberba. A versatilidade da sua aparência é equivalente à sua flexibilidade num registo complexo, que vai do heróico ao patético, do corajoso ao desprezível. Yu Ji-Tae como o captor está igualmente irrepreensível, num misto de elegância e ameaça.

ALIGN=JUSTIFY>Park Chan-wook recusa condenar as suas personagens, ou encaixá-las em versões estanques de “herói” ou “vilão”. Ele gosta delas, aproximando-as de nós, e é isso que se torna realmente assustador. Pensar que todos temos animais debaixo da pele, e que quando empurrados para lá dos nossos limites, todos podemos eventualmente tornarmo-nos monstros. A hipnose faz de deus ex machina na resolução final do filme, mas um sorriso ambíguo tem o poder de sugerir que uma cura milagrosa nunca será possível.

ALIGN=JUSTIFY>O Grande Prémio do Júri na edição de 2005 do Festival Internacional de Cinema de Cannes está inteiramente justificado num óptimo argumento, nas óptimas interpretações, na óptima fotografia de Jeong Jeong-hun e no óptimo trabalho de câmara (de referir a coreográfica sequência da luta no corredor).

ALIGN=JUSTIFY>Se a vingança é um prato que se serve frio, a de “Oldboy” é gelada e imensamente perversa. Mas o que sucede quando se satisfaz a vingança que serviu de motivo para uma vida? O que resta depois disso? Quando nem sequer existe a possibilidade de nos perdoarmos a nós mesmos...


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Ainda que eu não seja mais que um animal, não terei ainda assim direito a viver?”


ALIGN=JUSTIFY>“A TV é relógio e calendário, é a tua escola, a tua casa, a tua igreja, a tua amiga... a tua amante...”

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Ri e o mundo ri contigo, chora e choras sozinho.”


ALIGN=JUSTIFY>“Seja um grão de areia ou uma pedra, na água, ambos se afundam.”

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“... Unwatchably ugly and breathtakingly beautiful, gut-wrenching and delicate, heartbreakingly emotional and coldly manipulative, mind-bogglingly entertaining and almost arrogantly artistic, “Oldboy” is a mass of contradictions that nonetheless coheres as a whole... “Oldboy” is without doubt the most purely cinematic (both in form and content) piece of work, the truest motion picture, released in South Korea this year”.
KYU HYUN KIM










FESTIVAIS CANADIANOS

18.09.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>O Canadá andou agitado na última quinzena em termos de festivais. Aqui ficam os premiados, para futuras referências.


SRC=http://www.ffm-montreal.org/images/en_titr_mtl2003.gif>


COLOR=#E90909>29º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE MONTRÉAL



LONGAS-METRAGENS

COLOR=#AAAAAA>Grande Prémio das Américas

“NAGAI SANPO” (“A LONG WALK”) de Eiji Okuda (Japão)
“O MAIOR AMOR DO MUNDO” de Carlos Diegues (Brasil)

COLOR=#AAAAAA>Prémio Especial do Júri

“SNOW IN THE WIND” de Yang Yazhou (China)

COLOR=#AAAAAA>Melhor Realizador

“GYMNASLAERER PEDERSEN” (“COMRADE PEDERSEN”) de Hans Peter Moland (Noruega)

COLOR=#AAAAAA>Melhor Contribuição Artística

Guy Dufaux por “THE CHINESE BOTANIST'S DAUGHTERS” de Dai Sijie (França/Canadá)

COLOR=#AAAAAA>Melhor Actriz

Ni Ping, em “SNOW IN THE WIND” de Yang Yazhou (China)

COLOR=#AAAAAA>Melhor Actor

Filip Peeters, em “DEL HEL VAN TANGER” (“HELL IN TANGIER)” de Frank Van Mechelen (Bélgica/Espanha)

COLOR=#AAAAAA>Melhor Argumento

“WARCHILD” de Christian Wagner (argumento de Edin Hadzimahovic (Alemanha/Eslovénia)

COLOR=#AAAAAA>Prémio de Inovação

“RUIDO” de César Rodriguez (Porto Rico)


CURTAS-METRAGENS

COLOR=#AAAAAA>Primeiro Prémio

“RÉVOLUTION” de Xavier Diskeuve (Bélgica)

COLOR=#AAAAAA>Prémio do Júri

“CHECKPOINT” de Ben Phelps (Austrália)


ZENITHS PARA MELHOR PRIMEIRA LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO

COLOR=#AAAAAA>Zenith de Ouro

“MÁS QUE A NADA EN EL MUNDO” de Andrés León Becker e Javier Solar (México)

COLOR=#AAAAAA>Zenith de Prata

“QUÉ TANT LEJOS” (“HOW MUCH FURTHER?”) de Tania Hermida (Equador)

COLOR=#AAAAAA>Zenith de Bronze

“OMARET YACOUBIAN” (“THE YACOUBIAN BUILDING”) de Marwan Hamed (Egipto)


PRÉMIOS DO PÚBLICO

COLOR=#AAAAAA>Filme mais popular do festival

“THE CHINESE BOTANIST'S DAUGHTERS” de Dai Sijie (França/Canadá)

COLOR=#AAAAAA>Filme canadiano mais popular

“THE CHINESE BOTANIST'S DAUGHTERS” de Dai Sijie (França/Canadá)

COLOR=#AAAAAA>Prémio Glauber Rocha para melhor filme latino-americano

“MARIPOSA NEGRA” de Francisco Lombardi (Peru/Espanha)

COLOR=#AAAAAA>Melhor Documentário

“L'ART DE VIEILLIR” (“THE ART OF AGING”) de Jean-Luc Raynaud (França)

COLOR=#AAAAAA>Melhor curta-metragem canadiana

“JACK & JACQUES” de Marie-Hélène Copti (Canadá)


COLOR=#AAAAAA>PRÉMIO FIPRESCI (CRÍTICOS DE CINEMA INTERNATIONAIS)

“NAGAI SANPO” (“A LONG WALK”) de Eiji Okuda (Japão)

COLOR=#AAAAAA>PRÉMIO ECUMENICAL

“NAGAI SANPO” (“A LONG WALK”) de Eiji Okuda (Japão)


COLOR=#AAAAAA>Prémios especiais pela sua excepcional contribuição para a arte cinematográfica

BRUNO GANZ
RÉMY GIRARD
BULLE OGIER



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COLOR=#E90909>31º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE TORONTO



COLOR=#AAAAAA>Prémio Swarovvski de Inovação Cultural

“TAKVA - A MAN’S FEAR OF GOD” de Özer Kýzýltan (Turquia/Alemanha)

COLOR=#AAAAAA>Prémio do Público

“BELLA” de Alejandro Gomez Monteverde (EUA)

COLOR=#AAAAAA>Prémio Diesel Discovery

“REPRISE” de Joachim Trier (Noruega)

COLOR=#AAAAAA>Prémio dos Críticos Internacionais (Prémio FIPRESCI)

“DEATH OF A PRESIDENT” de Gabriel Range (Reino Unido)

COLOR=#AAAAAA>Prémio CITYTV para Melhor Primeira Longa-metragem Canadiana

“SUR LA TRACE D’IGOR RIZZI” de Noël Mitrani

COLOR=#AAAAAA>Prémio Cidade de Toronto para Melhor Longa-metragem Canadiana

“MANUFACTURED LANDSCAPES” de Jennifer Baichwal (documentário)

COLOR=#AAAAAA>Prémio para Melhor Curta-metragem Canadiana

“LES JOURS” de Maxime Giroux






















































































Hustle & Flow ***

15.09.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Craig Brewer. Elenco: Terrence Howard, Anthony Anderson, Taryn Manning, Taraji P. Henson, DJ Qualls, Ludacris, Paula Jai Parker, Elise Neal. Nacionalidade: EUA, 2005.


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ALIGN=JUSTIFY>“Hustle & Flow” passou pelos Oscar®, mas não pelas nossas salas de cinema. “It’s hard out here for a pimp” é o refrão do hino que marca este filme (e da canção que ganhou a estatueta dourada): a história de um chulo de Memphis que sonha sair do gueto através da música.

ALIGN=JUSTIFY>DJay (Terrence Howard) tem três mulheres a seu cargo: Shug (Taraji P. Henson), grávida de DJay e cumprindo o papel doméstico da esposa, Lexus (Paula Jai Parker) que trabalha como stripper, e Nola (Taryn Manning) encarregue de satisfazer homens no banco de trás dos carros. Juntos, eles compõem um tipo estranho de família. Ao encontrar Key (Anthony Anderson), um amigo de infância actualmente engenheiro de som, recuperam o sonho de gravarem juntos.

ALIGN=JUSTIFY>Key diz a DJay que existem dois tipos de pessoas no mundo: os que fazem e os que falam. DJay está decidido a fazer. DJay sente que tem muito para dizer, o rap é o meio. E o sonho. De mudar de vida, de lhe dar sentido. Com a ajuda de Shelby (DJ Qualls), um organista branco da igreja local, os dois amigos iniciam uma viagem criativa, que arrasta consigo as pessoas que giram à sua volta. O sonho de DJay é contagioso, e permite que todos ao seu redor acreditem na possibilidade de escaparem do seu mundo.

ALIGN=JUSTIFY>Vencedor do Prémio do Público na edição de 2005 do Festival de Cinema de Sundance, estava a contar aborrecer-me com mais uma história sobre a ténue linha que separa o crime a milionária indústria discográfica, estava a contar cansar-me da música e dos estereótipos associados aos guetos e à violência, mas nada disso aconteceu. Primeiro, porque tirando uma das cenas finais, “Hustle & Flow” não é nada violento, e segundo porque não transforma este improvável herói num ainda mais improvável êxito comercial.

ALIGN=JUSTIFY>Fugindo ao melodrama, o estreante realizador Craig Brewer consegue criar uma história envolvente com personagens cheios de falhas mas que preservam a sua humanidade. Existem dois momentos francamente tocantes: um é quando Shug agradece a DJay a oportunidade de a deixar cantar numa faixa, como se ela tivesse a noção de que na vida dela aquele seria o momento mais importante; outro, é a revolta, cheia de frustração, desespero e desilusão, de Nola quando DJay troca os seus serviços por um microfone.

ALIGN=JUSTIFY>DJay não é uma personagem que, à partida, crie grandes empatias, é autoritário e manipula as pessoas que o rodeiam. Mas é também um homem fiel e que projecta a força da liderança. Os lampejos de gentileza aparecem as vezes suficientes para evitar que nos distanciemos dele. E Terrence Howard (“Crash”), numa boa prestação, impregna-lhe a sensibilidade necessária para o humanizar.

ALIGN=JUSTIFY>Taryn Manning está excelente como uma prostituta que se sente perdida no mundo, como ela mesma diz “Toda a gente tem alguma coisa para fazer, menos eu”. É Nola que personifica a capacidade das pessoas excederem os seus supostos limites, quando lhes é dada a oportunidade para tal. Elise Neal está igualmente bem como esposa de Key, dividida entre o seu estilo de vida e as novas ambições do marido.

ALIGN=JUSTIFY>Sem que cheguemos a sentir pena destes indivíduos, ou achar que eles mereciam algo melhor, o filme termina com um tom de desencanto, mas com uma luz de esperança. Lembrando que podemos ser muito mais do que aquilo que somos, se não desistirmos de acreditar em nós próprios e se nos empenharmos nos nossos sonhos.


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ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Just because you got the bacon, lettuce, and tomato don't mean I'm gonna give you my toast.”
ANTHONY ANDERSON (Key)


ALIGN=JUSTIFY> “There are two types of people: those that talk the talk and those that walk the walk. People who walk the walk sometimes talk the talk but most times they don't talk at all, 'cause they walkin'. Now, people who talk the talk, when it comes time for them to walk the walk, you know what they do? They talk people like me into walkin' for them.”
ANTHONY ANDERSON (Key)

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA> “I'm here trying to squeeze a dollar out of a dime, and I ain't even got a cent man.”
TERRENCE HOWARD (DJay)













10º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa

14.09.06, Rita


Tem início amanhã a 10ª edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, uma organização da Associação Cultural Janela Indiscreta que terá lugar nos cinemas Quarteto e São Jorge. Na cerimónia de abertura será apresentado o filme argentino “UN AÑO SIN AMOR” (2005, 95’) de Anahí Berneri, que conta a história de Pablo (Juan Minujín), um escritor com SIDA que se obriga a si mesmo a escrever um diário. Procurando o contacto humano pelos clubes de Buenos Aires, Pablo acaba envolvido num grupo com práticas sado-masoquistas. O seu “ano sem amor” é 1996, quando se implementaram as terapias com cocktails de drogas que transformaram a SIDA numa doença crónica e não necessariamente mortal.


Além deste, na competição das longas-metragens estarão a concurso também os seguintes filmes:


18.15 UHR AB OSTKREUZ (Alemanha, 2006, 110’), de Jörn Hartmann
“ELECTROSHOCK” (Espanha, 2006, 98’), de Juan Carlos Claver
GO WEST (Bósnia e Herzegovina, 2005, 97’), de Ahmed Imamović
GYPO (Reino Unido, 2005, 98’), de Jan Dunn
HARD PILL (EUA, 2005, 95’), de John Baumgartner
LOGGERHEADS (EUA, 2005, 101’), de Tim Kirkman
LOVE SICK – LEGATURI BOLNAVICIOASE (Roménia, 2006, 90’), de Tudor Giurgiu
“RONDA NOCTURNA” (Argentina, 2005, 81’), de Edgardo Cozarinsky
UNVEILED (Alemanha / Áustria, 2005, 97’), de Angelina Maccarone


A competição de documentários é composta por:


“AU-DELÀ DE LA HAINE” (França, 2005, 86’), de Olivier Meyrou
“BETWEEN THE LINES – INDIA’S THIRD GENDER” (Alemanha, 2005, 95’), de Thomas Wartmann
“EYE ON THE GUY: ALAN B. STONE & THE AGE OF BEEFCAKE” (Canadá, 2006, 48’), de Philip Lewis & Jean-Françoise Monette
“FILTHY GORGEOUS: THE TRANNYSHACK STORY” (EUA, 2005, 84’), de Sean Mullens
GAY SEX IN THE 70’S (EUA, 2005, 70’), de Joseph Lovett
“HOTEL GONDOLIN” (Argentina, 2005, 52’), de Fernando Lopez Escriva
“MARICONES” (Canadá, Peru, 2005, 52’), de Marcos Arriaga
“THE OTHER HALF” (Suiça, 2005, 60’), de Francesca Molo
“POLITICS OF THE HEARt” (Canadá, 2005, 67’), de Nancy Nicol
“SAY AMEN!” (Israel, 2005, 65’), de David Deri

Há ainda uma secção de competição de curtas-metragens (ficção e documentário), além de diversas secções fora de competição onde se inclui uma retrospectiva de cinema LGBT espanhol, um ciclo de cinema digital (com lugar no Goethe-Institut) e um panorama do circuito comercial. Deste último fazem parte obras como BREAKFAST ON PLUTO de Neil Jordan, BROKEBACK MOUNTAIN de Ang Lee, CAPOTE de Bennett Miller, “ODETE” de João Pedro Rodrigues, e TRANSAMERICA de Duncan Tucker.


Mais detalhes em http://www.lisbonfilmfest.org.




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