Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

1408 **1/2

27.10.07, Rita

Realização: Mikael Håfström. Elenco: John Cusack, Samuel L. Jackson, Mary McCormack, Tony Shalhoub, Jasmine Jessica Anthony, Len Cariou. Nacionalidade: EUA, 2007.





Mike Enslin (John Cusack) é o céptico autor de uma série de guias sobre casas assombradas, que costuma classificar o seu nível de susto atribuindo um número de ‘caveiras’. Enslin recebe um postal avisando-o para não se hospedar no quarto 1408 do Dolphin Hotel em Nova Iorque, o que apenas serve para despertar a sua curiosidade e completar o volume sobre os hotéis assombrados. Gerald Olin, o gerente do hotel (Samuel L. Jackson) tenta convencê-lo de todas as formas a não ficar num quarto que já fez 56 vítimas todas elas em menos de uma hora, mas Enslin não se deixa demover nem assustar. Mas mais difícil do que o check-in, será o check-out.


Cedo se percebe que o que puxou Enslin para a escrita do seu primeiro livro, essa vontade interior, esse entusiasmo deixou de existir, fazendo-o optar por um distanciamento em relação ao mundo que o rodeia. Será o quarto, também ele uma personagem temperamental, que o fará olhar de frente os demónios interiores que o atormentam, usando as suas memórias e experiências mais dolorosas como uma arma, levando-o ao limite da sua sanidade numa dimensão que não se rege pela realidade.


Infelizmente, o efectivo terror, apesar de boas soluções visuais, é muito menos interessante que a construção prévia do mesmo. Mikael Håfström (“Derailed”) vai adicionando camadas de paranóia e medo sem, no entanto, conseguir ser verdadeiramente original quanto à materialização do terror. A adaptação do conto “1408”, integrante da antologia “Everything's Eventual: 14 Dark Tales” de Stephen King, é uma história de fantasmas competente, mas pouco mais que isso.


Sou fã confessa de Cusack, mas o prazer de o ver como um espertalhão cínico no início do filme é mal substituído pelo histerismo de um homem à beira do colapso psicológico. Quanto a Samuel L. Jackson, sabe sempre a pouco, e o seu duelo verbal com Cusack é certamente o ponto alto de “1408”. E quanto a Stephen King no cinema, é melhor esperar por “The Mist” de Frank Darabont, que deverá estrear nos EUA no próximo mês.






CITAÇÕES:


“Look, I'm not telling you not to stay in that room for your own good or for the profit of the hotel. Frankly, selfishly, I just don't want to clean up the mess.”
SAMUEL L. JACKSON (Gerald Olin)

“Hotels are a naturally creepy place... Just think, how many people have slept in that bed before you? How many of them were sick? How many... died?”
JOHN CUSACK (Mike Enslin)