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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

I Could Never Be Your Woman **1/2

03.07.07, Rita

Realização: Amy Heckerling. Elenco: Michelle Pfeiffer, Paul Rudd, Tracey Ullman, Saoirse Ronan, Jon Lovitz. Nacionalidade: EUA, 2007.





“I Could Never Be Your Woman” é uma comédia romântica sobre as impossibilidades do amor. Rosie (Michelle Pfeiffer) é produtora de uma série juvenil na televisão que se apaixona pelo mais recente actor do elenco, Adam (Paul Rudd), cerca de 10 anos mais jovem que ela, ao mesmo tempo a sua filha adolescente, Izzie (Saoirse Ronan), está a viver a sua primeira paixão. Num caminho emocional de aproximação e afastamento, mãe e filha experimentam angústias e inseguranças ironicamente parecidas.


A personagem de Tracey Ullman é uma omnipresente Mãe-Natureza em incursões que tendem a interromper o ritmo do filme, e que vai ditando regras, no mínimo discutíveis, sobre o que devem ser as relações amorosas e como cada um se deve comportar. É igualmente discutível até que ponto o amor romântico faz de facto parte da natureza humana, enquanto instinto de sobrevivência e, necessariamente, reacção química à necessidade de propagação da espécie.


Mas fugindo dos temas metafísicos, o filme de Amy Heckerling (“Look Who's Talking”), que teve a sua antestreia no Lisbon Village Festival, é uma bem-disposta comédia de situações quase episódicas, que satiriza também o mundo da televisão feita para o público jovem, com modelos moralmente perigosos.


Michelle Pfeiffer está lindíssima e a química com Paul Rudd funciona bastante bem. Mas a presença mais marcante é a da jovem Saoirse Ronan, com um olhar quase demasiado irónico para a sua idade, que se reflecte em duas cómicas versões de êxitos musicais de Britney Spears e Alanis Morissette.


Pressupõe-se que o amor adulto deva ser mais maduro e racional, pesando os prós e contras das acções e dos sentimentos. Mas, no fundo, isso é simplesmente camuflar a essência da paixão e da entrega inteira a um outro ser. Quando amamos somos todos imaturos e ridículos, não há forma de escapar. E, se houvesse, quem iria querer?






CITAÇÕES:


“Rosie – You’re not even in your 30s!
Adam – Neither are you.”
MICHELLE PFEIFFER (Rosie) e PAUL RUDD (Adam)