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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

What the #$*! Do We (K)now!? *

31.01.07, Rita



Realização: William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente. Elenco: Marlee Matlin, Elaine Hendrix, John Ross Bowie. Nacionalidade: EUA, 2004.





“What the #$*! Do We (K)now!?” (‘#$*!’ lê-se ‘bleep’) é um filme existencialista, unindo religião e ciência em torno da física quântica, para explicar como as nossas emoções afectam a nossa vida. Infelizmente, o interesse de algumas opiniões na parte documental, com entrevistas a cientistas e pensadores, é intercalado com aborrecidas dramatizações de Marlee Matlin no papel de Amanda, uma fotógrafa recém-divorciada.


Segundo “What the #$*! Do We (K)now!?” a realidade não existe independentemente de nós. Ou melhor, existe, mas existem também todas as outras possibilidades alternativas. E é pelo uso dos sentidos que escolhemos apenas uma delas. Porque nós mudamos o nossos mundo/corpo/vida através da percepção que temos deles. Ao sermos capazes de alterar a realidade que nos rodeia, significa que temos responsabilidade sobre as nossas vidas. Mas não sermos vítimas do mundo e das circunstâncias pode ser assustador. E pode obrigar-nos a agir com consciência.


Estas são algumas das ideias que restam deste filme. O ritmo de informação por fotograma demasiado voraz parece especialmente pensado para dificultar a digestão e, consequentemente, a colocação de questões pertinentes que possam pôr em causa os argumentos apresentados. Eu não consigo avaliar até que ponto a física quântica é distorcida para fundamentar as teorias espirituais que estão por detrás do filme (existem inclusivamente algumas acusações de manipulação das palavras de alguns dos entrevistados na sala de montagem). Dados científicos como que os átomos são sobretudo formados por vácuo, que as partículas se movem de forma indeterminada, que os químicos que o cérebro produz afectam o corpo, são utilizados para provar que conseguimos reordenar a matéria. Pessoalmente, eu não questiono o enorme potencial da mente humana, quer em termos de pensamento quer em termos de energia, mas “What the #$*! Do We (K)now!?” é pretensioso ao ponto de utilizar a ciência para validar filosofias (quem quiser aprofundar as falácias do filme em matérica cietífica espreite aqui).


Ainda que nem todos os pontos de vista sejam particularmente interessantes e alguns cheguem ao ponto de ridículos, este filme é bom para levantar questões e promover uma boa conversa com amigos depois do jantar. Até porque a forma mais acessível para entender o mundo, passa, essencialmente, por questioná-lo.






CITAÇÕES:


“So how can you continue to see the world as real, if the self that is determining it to be real is intangible?”


“Is there a possibility that all potentials exist side-by-side?”


“Have you ever seen yourself through the eyes of someone else that you have become?”























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