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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Flushed Away ***

20.12.06, Rita

Realização: David Bowers e Sam Fell. Vozes: Hugh Jackman (Roddy), Kate Winslet (Rita), Ian McKellen (The Toad), Jean Reno (Le Frog), Bill Nighy (Whitey), Andy Serkis (Spike), Shane Richie (Sid). Nacionalidade: Reino Unido / EUA, 2006.





Ronny St. James (Hugh Jackman) é um rato doméstico e mimado que vive no bairro de Kensington, em Londres, e que vê o seu reino invadido por um rato de esgoto, Sid (Shane Ritchie). Na tentativa de se ver livre de Sid, Ronny acaba por ser lançado para o mundo cruel dos esgotos. Aí ele vai cruzar o seu caminho com a voluntariosa Rita (Kate Winslet), que tem contas a ajustar com o poderoso The Toad (Ian McKellen) e os seus capangas, Spike (Andy Serkis) e Whitey (Bill Nighy).


Esta co-produção da americana DreamWorks Animation, donde saíram, por exemplo, “Shrek” ou “Madagascar”, e da inglesa Aardman Features, responsável pelos geniais Wallace & Gromit, está longe da mestria das suas referenciadas produções, sobretudo em termos de história, mas ainda assim consegue arrancar-nos umas fortes gargalhadas e deslumbrar-nos do ponto de vista técnico.


A grande quantidade de água existente em “Flushed Away” exigiu uma presença mais forte dos gráficos computorizados, em detrimento do barro e do stop motion da Aardman, cujo trabalho foi também prejudicado pelo incêndio ocorrido nos seus estúdios em 2005. A colaboração das duas empresas, que tinha trazido até nós “Chicken Run” (2000) e “Wallace and Gromit: The Curse of the Were-Rabbit” (2005), foi terminada após a finalização de “Flushed Away” devido a divergências criativas.


Fazendo lembrar um pouco o “Toy Story”, “Flushed Away” apresenta uma profunda atenção ao detalhe, com soluções criativas e técnicas bastante bem conseguidas. Tirando o melhor partido de estranhos personagens (os secundários, sobretudo) e de situações mirabolantes, mais do que chamar a atenção para o choque de classes, este filme aproveita para evidenciar as (cómicas) diferenças entre as culturas anglo-saxónica e francesa (representada por Le Frog e a voz de Jean Reno).


Uma última palavra para a banda sonora, que em filmes de animação assume um papel especialmente determinante. “Flushed Away” começa com "Dancing With Myself” na voz de Billy Idol e termina com "What's New Pussycat?” por Tom Jones. Pelo meio estão as mais recentes "Bohemian Like You” dos The Dandy Warhols e a fabulosa "Are You Gonna Be My Girl?” de Jet. Mas o ponto alto são, definitivamente, os interlúdios musicais de um surreal grupo de lesmas.


O Natal é quase tão deprimente quanto o Verão em termos de estreias. E bastante mais deprimente que o Verão em termos de temperatura. Numa época em que os afectos são medidos em euros e o ser humano se transforma num animal de consumo, prefiro fugir da realidade. E os esgotos londrinos de “Flushed Away” são bem mais atraentes que a disparatada e revoltantemente dispendiosa árvore de Natal da Praça do Comércio.






CITAÇÕES:


“From up top, eh? I used to work at a lab up top. I tested shampoo. I used to be a lovely dark grey. My dandruff's gone, though.”
BILL NIGHY (Whitey)

“The Toad - You find my pain amusing?
Le Frog - I find everyone's pain amusing, except my own... I'm French!”
IAN McKELLEN (The Toad) e JEAN RENO (Le Frog)

“It’s just that curry you had last night, Spike. I’m the same, I’ve got a burn like the Japanese flag.”
BILL NIGHY (Whitey)

“Rita - It's impossible!
Roddy - England is winning! ANYTHING'S possible!”
KATE WINSLET (Rita) e HUGH JACKMAN (Roddy)

























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