CineEco 2006 - a ressaca
Sobreviver a um festival de cinema como o CineEco implica uma grande dose de resistência física e uma ainda maior dose de resistência emocional. A edição deste ano foi formada sobretudo por filmes documentais, versando sobre temas tão diversos quanto a desflorestação da Amazónia, a perda de referências culturais de povos indígenas, a pressão de culturas agrícolas sobre o ambiente, catástrofes naturais, a (in)capacidade do ser humano de respeitar a natureza da qual faz parte, recursos naturais esmagados sob a pressão económica, e a extraordinária capacidade que o Homem tem de encontrar soluções que lhe permitam viver em harmonia com o resto do mundo.
Como é dito no filme “Muitchareia” de Uliana Duarte (Brasil, 2006): “quando a razão cessa é necessário um gesto de loucura”. Talvez seja disso que o mundo precisa, para entrar nos eixos e se consciencializar, de vez, que o seu futuro não é certo. Porque “o ambiente não é o que herdamos dos nossos pais mas sim o que tomamos emprestados dos nossos filhos.” (“O Pontal de Paranapanema” de Francisco Guariba (Brasil, 2005))
Este festival fornece “food for though” até, pelo menos, à próxima edição. Se cinema é informação, este festival é um banquete. A digestão tem sido lenta, mas saborosa. Os prémios já estão entregues.
PRÉMIOS DO JÚRI INTERNACIONAL
Grande Prémio – Câmara Municipal de Seia
“Conflict Tiger” / “O Ataque do Tigre”, de Sasha Snow (Rússia, 2005)
Prémio Especial de Lusofonia
“Ainda Há Pastores?”, de Jorge Pelicano (Portugal, 2006)
Prémio “Educação Ambiental”
“White Gold – The True Cost of Cotton” / “Ouro Branco – O Verdadeiro Preço do Algodão”, de Sam Cole (Reino Unido, 2005)
Prémio “Água”
“Águas Agitadas”, de Bernardo Ferrão (Portugal, 2005)
Prémio “Vida Natural”
“An Alchemy in Green” / “Uma Alquimia em Verde”, de Dave Dawson (Nova Zelândia, 2005)
Prémio “Polis”
“Shoot Back!” / “Atingido”, de Michael Trabitzsch (Alemanha, 2005/2006)
Prémio “Antropologia Ambiental”
“La Cheval Ouvrier” / “O Cavalo Operário”</i>, de Alain Marie (França, 2006)
Prémio “Camacho Costa”
“Giovanni e Il Mito Impossibilie delle Arti Visive” / “Giovanni e o Mito Impossível das Artes Visuais”, de Gabriele Gismondi & Ruggero Di Maggio (Itália, 2005)
Prémio Vídeo Não Profissional
“Muitchareia”, de Uliana Duarte (Brasil, 2006)
Menções Honrosas:
“Kiarasã Yõ Sâti, O Amendoim da Cutia”, de Komoi Panará e Paturi Panará (Brasil, 2005)
“Da Pele à Pedra”, de Pedro Sena Nunes (Portugal, 2005)
“Atomic Wounds” / “Feridas Atómicas”, de Marc Petitjean (França, 2005)
PRÉMIOS DO JÚRI DA JUVENTUDE
Grande Prémio do Júri da Juventude
“Atomic Wounds” / “Feridas Atómicas”, de Marc Petitjean (França, 2005)
Menção Honrosa
“Conflict Tiger” / “O Ataque do Tigre”, de Sasha Snow (Rússia, 2005)
Melhor Curta-Metragem
“Giovanni e Il Mito Impossibilie delle Arti Visive” / “Giovanni e o Mito Impossível das Artes Visuais” , de Gabriele Gismondi & Ruggero Di Maggio (Itália, 2005)
Menção Honrosa
“White Gold – The True Cost of Cotton” / “Ouro Branco – O Verdadeiro Preço do Algodão”, de Sam Cole (Reino Unido, 2005)
Melhor Animação
“49” , de Ichiro Iwano (Japão, 2006)
Prémio Verde
“An Alchemy in Green” / “Uma Alquimia em Verde”, de Dave Dawson (Nova Zelândia, 2005)
Menção Honrosa
“Parting Lands” / “Terras Separam-se: Uma Saga Islandesa” , de Zoltán Török (Hungria / Suécia, 2005)
Prémio Verdade Inconveniente
“Hijos de la Montanã” / “Os Filhos da Montanha” , de Juan S. Betancor (Espanha, 2005)
Menção Honrosa
“Wasser unterm Hammer” / “H2O (Água à Venda)” , de Leslie Frank (Alemanha, 2005)
Prémio Humanidade
“Les Réfugiés de la Planète Bleue “ / “Os Refugiados do Planeta Azul” , de Jean-Philippe Duval e Hélène Choquette (França e Canada, 2006)
Menção Honrosa
“Ainda Há Pastores?”, de Jorge Pelicano (Portugal, 2006)