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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINEMA COM MÚSICA - em dose tripla

31.07.06, Rita

Depois de um fim-de-semana de músicas do mundo, onde se destacou a percussão do indiano Trilok Gurtu e os blues saharianos de Mariem Hassan *, mantenho-me no tema musical, para divulgar três projectos cinematográficos em curso e com data de estreia prevista para 2007.






O realizador Todd Haynes (“Velvet Goldmine” e “Far From Heaven”) começou já as filmagem do seu novo projecto “I'm Not There” (o working title incluía ainda “Suppositions on a Film Concerning Dylan”). Numa abordagem pouco convencional (e talvez por isso conte com o apoio expresso do visado), este biopic fará uso de sete actores e actrizes diferentes que interpretarão o autor e Bob Dylan em diferentes fases da sua vida e música.


Segundo a produtora Christine Vachon, “o filme será inspirado na música de Dylan e na sua capacidade de se recriar e re-imaginar a si mesmo”. Christian Bale, Cate Blanchett, Heath Ledger, Richard Gere, Charlotte Gainsbourg, Julianne Moore e Michelle Williams estão já confirmados para o projecto.


O filme abordará o início da carreira de Dylan como cantor folk, a sua ascensão no início dos anos 60, a sua controvérsia mudança para o rock, o acidente de mota e a sua retirada de cena, bem como a sua posterior paragem nas actividades de gravação e concentração naquela que seria conhecida como a Never Ending Tour.


A banda sonora será composta por músicas de Dylan (com o novo álbum Modern Times a sair em Agosto), interpretadas por Lee Ranaldo (Sonic Youth), Richie Havens e Calexico.






Também já em andamento está a produção do filme “Control”, de Anton Corbijn (realizador de diversos vídeos de U2 e Depeche Mode) sobre Ian Curtis. Baseado no livro Touching From a Distance, de Deborah Curtis, viúva de Ian e co-produtora de “Control”, traça o perfil do vocalista da banda Joy Division, determinante no cenário punk-rock britânico dos anos 70, focando as suas atribulações pessoais e profissionais, bem como com a epilepsia, que se julga terá estado na causa do seu suicídio em 1980, com 23 anos, nas vésperas da primeira digressão dos Joy Division pelos Estados Unidos.


O papel de Curtis será interpretado por Sam Riley (“24 Hour Party People”), e o de Deborah por Samantha Morton (“The Libertine”). A banda sonora estará a cargo dos New Order, os pós-Curtis Joy Division, com novas músicas, que serão criadas como videoclips para determinadas cenas, e versões de várias músicas antigas dos Joy Division.


Site oficial: http://controlthemovie.com/






Brian Jun, cujo filme “Steel City” foi nomeado para o grande prémio da edição deste ano do Festival de Sundance, será o responsável pelo argumento e realização do biopic sobre Jeff Buckley. A produção estará a cargo de Mary Guibert, a mãe do músico, e de Michelle Sy (“Finding Neverland”).


No ano passado, o argumentista e produtor Train Houston garantiu os direitos do livro Dream Brother: The Lives & Music of Jeff & Tim Buckley, do crítico musical David Browne. Este evento que impeliu Mary Guibert vencesse as suas reticências e assumisse o controlo de um filme sobre a vida do seu filho, um músico genial e possuidor de uma voz potentíssima, que viria a falecer em 1997 por afogamento, em Memphis, com apenas 30 anos.


Por enquanto não existem mais informações sobre este projecto. Aproveito o facto do casting ainda não estar fechado para me atrever a sugerir (mas com toda a convicção) o nome de James Franco para o papel de Buckley.




(* NOTA PESSOAL: A música mostra uma vez mais a sua incrível capacidade para unir as diferenças. A harmonia com que passamos da poderosa voz da iraquiana Farida para o rasgado jazz americano dos The Bad Plus poderia servir de exemplo àqueles que acreditam que para conquistar há que dividir. Quando, na verdade, a conquista É a partilha.)