Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Inside Man ****

21.04.06, Rita

Realização: Spike Lee. Elenco: Denzel Washington, Clive Owen, Jodie Foster, Christopher Plummer, Willem Dafoe, Chiwetel Ejiofor, Carlos Andrés Gómez, Kim Director, James Ransone, Bernie Rachelle, Peter Gerety, Victor Colicchio, Cassandra Freeman, Peter Frechette, Gerry Vichi, Waris Ahluwalia. Nacionalidade: EUA, 2006.




“Inside Man” começa ao som de ''Chaiyya Chaiyya Bollywood Joint'' de Sukhwinder Singh, Sapna Awasthi e Panjabi MC. Uma carrinha de pintura move-se nas ruas de Nova Iorque e estaciona em frente do Manhattan Trust Bank em Wall Street. Dela saem quatro pessoas vestidas de pintores, de óculos escuros e fatos de macaco. Assim que entram no banco, tomam conta do balcão controlando rapidamente empregados e clientes e instigando o medo entre os reféns.


Os dois detectives encarregues de proceder às negociações, Keith Frazier (Denzel Washington) e Bill Mitchell (Chiwetel Ejiofor), pensam poder resolver a situação com alguma facilidade, mas, depois de avaliar a situação com o capitão John Darius (Willem Dafoe), dão-se conta de que estão perante alguém que sabe o que está a fazer. E este não é um assalto normal. Aliás, os ladrões, liderados por Dalton Russell (Clive Owen) parecem estar muito pouco interessados no dinheiro existente nos cofres do banco. Entretanto, o presidente do banco (Christopher Plummer) contrata os serviços de Madeleine White (Jodie Foster), uma mulher que move influências e favores de altos membros do governo com a maior das discrições. E parece que este banqueiro tem algo a esconder.


Pela primeira vez, Spike Lee filma um argumento que não é seu, mas do estreante Russell Gewirtz, e depois do medíocre “She Hate Me” (2004), sabe bem vê-lo de novo na boa forma de “25th Hour” (2002).


Apesar de “Inside Man” fugir aos habituais manifestos de Lee, tem subjacente uma raiva socio-política que se reflecte na urbana confusão de identidades (entre Albaneses e Arménios, entre Sikhs e Arabs).


Com um elenco de excepção (Que bom ver Jodie Foster como uma arrogante manipuladora! E que pena Clive Owen estar a maior parte do tempo tapado!) e a belíssima fotografia de Matthew Libatique, “Inside Man” é um filme deliciosamente enganador, inteligente, dramático e credível. A acção do roubo é intercalada com flash-forwards dos interrogatórios feitos aos reféns já depois destes terem sido libertados pelos ladrões. Estas pessoas (como representantes de uma sociedade) passam da ameaça dos criminosos à pressão da polícia que suspeita do seu envolvimento no assalto, permanecendo num estado de permanente medo e defesa.


O bem construído argumento revela-se no jogo psicológico que se produz entre as personagens de Washington e Owen. E o bom ritmo deste filme de polícias e ladrões mantém o suspense até à última cena. No final desenha-se um estranho círculo de retorcida justiça, mas a dúvida permanece sobre quem é o verdadeiro infiltrado desta história.




CITAÇÕES:


“Dalton Russell - Soon I'm gonna be sucking down piña coladas in a hot tub with six girls named Amber and Tiffany.
Keith Frazier - No, it's more like in the shower with two guys named Jamal and Jesus... and that thing you're sucking on? It's not a piña colada!”
CLIVE OWEN (Dalton Russel) e DENZEL WASHINGTON (Keith Frazier)


“Waiter - Excuse me Sir, do you have a reservation?
Keith Frazier - I have an appointment.
Waiter - May I take your hat?
Keith Frazier - No, get your own.”
DENZEL WASHINGTON (Keith Frazier)