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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Hostel *

18.04.06, Rita

Realização: Eli Roth. Elenco: Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Gudjonsson, Barbara Nedeljakova, Jan Vlasák, Jana Kaderabkova, Jennifer Lim, Keiko Seiko, Lubomir Bukovy, Jana Havlickova. Nacionalidade: EUA, 2005.




Porque será que Quentin Tarantino se dispôs a associar o seu nome a este projecto, é uma questão para a qual não encontro resposta. Especialmente, porque um nome como o dele não deixa de ser uma importante referência, pelo menos para mim. Ao sair de “Hostel” não pude deixar de me sentir enganada. O trailer prometia medo, choque e terror. Em vez disso, “Hostel” é um filme eurofóbico sobre turismo sexual, que, depois de se arrastar durante uma primeira parte de softcore que apenas satisfaria os sonhos eróticos de universitários americanos, decide explorar - somente de uma forma visual - o escabroso mundo da tortura e crueldade desenfreadas.


“Hostel” tem início com três amigos em Amesterdão, dois americanos (Jay Hernandez e Derek Richardson) e um islandês (Eythor Gudjonsson), apenas interessados em droga e sexo. Aí conhecem um rapaz que lheS indica uma pousada da juventude na Eslováquia, onde o alojamento é barato, a droga acessível e as mulheres lindas e loucas por americanos. Quando chegam a Bratislava, os seus sonhos tornam-se realidade, mas os seus pesadelos não estão muito longe. Um grupo restrito de gente rica e perturbada está disposta a pagar para poder torturar e matar sem dar satisfações a ninguém.


Já cansados de um torturante início (talvez este seja o verdadeiro sadismo do realizador Eli Roth) que se prolonga bem mais do que o devido e onde se conta muito pouco, com personagens vazias e onde somos erroneamente conduzidos para uma personagem principal que afinal não o é, com diálogos miseráveis e nada originais, e motivações forçadas, Roth (“Cabin Fever”, 2002) entra finalmente onde queria: o desmembramento e a mutilação. A história é pouco consistente, evidente e sem ponta de suspense. Consideravelmente mal escrita, também por Roth.


O (único) ponto a favor vai para as cenas de tortura, trabalhadas ao detalhe e bastante bem filmadas. Mas o seu carácter gratuito, inserido numa história que nada tem a dizer sobre a crueldade que descreve, onde apenas se explora o nu ou o violento (na mente de Roth parece que a analogia sexual entre ambos é evidente), faz com que “Hostel” não seja sequer assustador, apenas repulsivo. É tão ineficaz nos seus mecanismos, incluindo os recursos ao humor, que a palavra ‘terror’ só poderá ser pronunciada pelos estudantes americanos que leiam a mensagem “Não venham à Europa!”.











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