A Génese
Tudo começou com os “Aristogatos” (1970), de Wolfgang Reitherman, um filme animado que devo ter visto umas 10 vezes entre os 5 e os 8 anos, ou seja, entre 1981 e 1984.
O primeiro filme que fui ver sem companhia foi “Herbie no Rally de Monte Carlo” (1977), de Vincent McEveety. Mal eu sabia que isso seria o prenúncio de que a grande maioria das minhas experiências cinematográficas se iriam fazer a solo.
Mas foi só aos 12 anos, em 1988, que pela primeira vez me deixei tocar por um filme: “Fuga Sem Fim”, de Sidney Lumet.
Seguiu-se “O Meu Pé Esquerdo” (1989), de Jim Sheridan, o único filme que fui ver sozinha com a minha mãe.
“Um Anjo à Minha Mesa” (1990), de Jane Campion, gerou diversas discussões entre os rapazes e as raparigas do grupo. Os primeiros detestaram e recusaram-se a voltar a fiar-se nas nossas escolhas, e nós (já umas quase-mulheres) a defendermos com unhas e dentes que nem só de James Bonds vive o Homem.
Desde aí tem sido uma interminável viagem por estilos, países, culturas, um mundo de imagens que a cada cena me traz uma parte de um sonho. Hoje, com mais de 1000 filmes vistos (e isto numa listagem exaustiva ordenada por realizador) e com pelo menos uns 500 na lista de pendentes, encontro-me entre o “Intermission”, de John Crowley e o “Fahrenheit 9/11”, de Michael Moore.
Foi no início deste ano que se começou a desenhar na minha mente a possibilidade da simbiose de duas das minhas paixões: o cinema e a escrita. Pouco depois tinha algumas opiniões guardadas na gaveta, ou melhor, num folder do computador. Palavras fechadas e estanques, das quais tirei apenas o prazer de as escrever. Mas sabia que o prazer maior estava na partilha, em lançá-las no mundo e ver que palavras traziam elas de volta.
Por isso estou aqui hoje, neste preciso momento, a iniciar um jogo de opiniões, que ambiciosamente espero possa ser enriquecedor para todas as partes.
Bem-vindos e divirtam-se.