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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

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CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Ice Age: The Meltdown ***

04.04.06, Rita

Realização: Carlos Saldanha. Vozes: Ray Romano (Manny), John Leguizamo (Sid), Denis Leary (Diego), Seann William Scott (Crash), Josh Peck (Eddie), Queen Latifah (Ellie), Will Arnett (Lone Gunslinger Vulture), Jay Leno (Fast Tony), Chris Wedge (Scrat). Nacionalidade: EUA, 2006.





À semelhança de “Ice Age”, esta sequela é também um road movie. No primeiro, Manny, o mamute (Ray Romano), Sid, a preguiça (John Leguizamo) e Diego, o tigre dente-de-sabre (Denis Leary) tinham que devolver um bebé humano à sua tribo. Em “Meltdown” o desafio é conseguirem sobreviver a uma inevitável inundação causada pelo aquecimento global.


A viagem envolve uma série de percalços, desde dois monstros aquáticos a um campo minado de géisers, passando pela inclusão na manada de novos membros, dois irrequietos gambás (Seann William Scott e Josh Peck) e a sua irmã Ellie (Queen Latifah), uma mamute com um sério problema de identidade.


“Meltdown” foca a luta dos animais pela sobrevivência, mas evita o drama da verdadeira ameaça natural que é o aquecimento global. O humor de “Ice Age” residia em grande parte no conflito do trio Manny-Diego-Sid (o protector, o guerreiro e o palhaço). Em “Meltdown” perde-se isso, e tenta-se apelar para o contributo das novas personagens. Infelizmente, estas estão pouco desenvolvidas. A química entre Manny e Ellie não existe e a hidrofobia de Diego, além de não enriquecer a personagem, fica sem explicação.


Não há grande mensagem nesta história, e sem uma nova visão das relações destas personagem ou mesmo novos desafios dramáticos este regresso perde um pouco o sentido. Ainda assim, “Meltdown” tem um bom ritmo, algum suspense e muito humor, e é uma boa desculpa para passarmos mais um tempo, que tinha sabido a pouco, com Scrat, o esquilo na eterna busca pela bolota, qual Sísifo em CGI, que em “Meltdown” tem direito a maior tempo de antena e relevância (e que teve já direito à sua própria curta: “Gonne Nutty”, de Chris Wedge).


Tecnicamente, “Meltdown” é consideravelmente mais rico que “Ice Age”, desde o pêlo dos animais ao gelo, passando pela água nas suas várias texturas e pela exuberância da vegetação. O som acompanha de forma impressionante todo o filme, com especial destaque para os ruídos do gelo a partir-se.


Mas a Blue Sky está ainda longe da originalidade e talento de uma DreamWorks (“Shrek”) ou de uma Pixar (“Toy Story”, “Monsters, Inc.”), bastante mais consistentes em termos de argumento e com personagens mais complexas. Quanto à animação manual, Hollywood parece já ter desistido do artesanal. Nesse campo, resta-nos quase somente Hayao Miyazaki (“A Princesa Mononoke”, “O Castelo Andante”).


A laia de resumo, “Meltdown” vale a pena por Scrat e pelo momento musical dos abutres cantando “Food, Glorious Food” (do musical “Oliver!”, da autoria de Lionel Bart), que faz lembrar muito o absurdo Monty Pythonesco.






CITAÇÕES:


“Sid - Maybe we could rapidly evolve into water creatures.
Diego - That's genius Sid.
Sid - Call me "Squid"!”


“Manny - You really think she's the girl for me?
Sid - Sure. She's tons of fun, you're no fun. She completes you.”


“Do not leave your children unattended. Unattended children will be eaten.”



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