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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Héctor ****

13.06.05, Rita

Realização: Gracia Querejeta. Elenco: Adriana Ozores, Nilo Mur, Damián Alcázar, Joaquín Climent, Unax Ugalde, Núria Gago, Pepo Oliva. José Luis Gª Pérez, Mariano Peña, Elia Galera. Nacionalidade: Espanha, 2004.





Héctor (Nilo Mur) tem 16 anos e acaba de perder a sua mãe. Apesar de não os ver há já muitos anos, Héctor muda-se para casa dos seus tios, Tere (Adriana Ozores) e Juan (Joaquín Climent) num bairro de Madrid. Para combater a insónia, Héctor lê e cozinha a meio da noite. No seu silêncio guarda rancor à mãe que pouco se ocupou dele e ao pai que não conhece. Um pai que ao saber da morte da mãe de Héctor, regressa do México na tentativa de conhecer o filho e recuperar o tempo perdido.


Apesar do título, este filme é bastante mais do que uma personagem. O argumento de Gracia Querejeta e David Planell traduz personagens consistentes e tri-dimensionais, unindo-as nas suas diversas relações com credibilidade, para o que contribui a muito boa direcção de actores.


Todos eles procuram um caminho, corrigir erros do passado, querendo definir-se a eles próprios. Em suma, procuram construir a sua vida através de decisões, nem sempre fáceis.


Juan debate-se com o dilema de entrar como sócio da empresa de transportes onde trabalha e o empréstimo que isso iria implicar ou continuar ao volante do seu camião. Tere enfrenta um casamento pleno de incompreensão, e o receio de perder o sobrinho recuperado. A prima de Héctor, Fany (Núria Gago) mantém, por inércia, uma relação amorosa com o seu chefe.


Esta família vai revelando, aos poucos, os segredos de uma mulher desequilibrada cuja existência afectou o filho, a irmã e o pai do seu filho, desenhando o seu retrato póstumo. Como símbolo dessa progressão, está a cozinha e seus temperos, também eles metáfora para a vida, onde é preciso ir construindo as receitas à medida que se vai provando.


“Héctor” é um filme sobre o medo: do futuro, da solidão, do amor, do compromisso. A belíssima canção ‘Miedo’ nas vozes de Pedro Guerra e Lenine faz o resto.






CITAÇÕES:


“Solo se vuelve atrás cuando uno es tan libre que volver atrás no significa rendirse.”



MIEDO
(Letra: Pedro Guerra, Lenine, Rodney D´Assis. Música: Pedro Guerra)


Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da.

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da.

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor.

Tienen miedo de reír y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se aprieta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar.

Tienen miedo de la gente y de la soledad
Tienen miedo de la vida y miedo de morir
Tienen miedo de quedarse y miedo de escapar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de encender y miedo de apagar
Tienen miedo de aguardar y miedo de partir
Tienen miedo de correr y miedo de parar
Miedo que da miedo del miedo que da.

Tienen miedo de caer y miedo de avanzar
Tienen miedo de amarrar y miedo de romper
Tienen miedo de exigir y miedo de pasar
Miedo que da miedo del miedo que da

Miedo de mirar el fondo