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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

25 Watts **

26.07.05, Rita

Realização: Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll. Elenco: Daniel Hendler, Jorge Temponi, Alfonso Tort, Roberto Suárez, Carolina Presno, Federico Veiroj, Valentín Rivero, Valeria Mendieta, Walter Reyno, Damián Barrera, Leo Trincabelli. Nacionalidade: Uruguai, 2001.





“25 Watts” conta a história de três amigos, Javi (Jorge Temponi), Seba (Alfonso Tort) e Leche (Daniel Hendler), que acompanhamos durante 24 horas de aborrecimento (deles e nosso, infelizmente) na cidade de Montevideo. Leche tem um último exame para terminar, o de italiano, mas a sua paixão pela professora dificulta a concentração. Javi vê-se obrigado a conduzir um carro cujo altifalante vai papagueando publicidade, e aturar as observações do filho do patrão. Seba, um pouco desajustado de tudo, tenta alugar um filme pornográfico para ajudar a passar o tempo.


Em suma: a vida deles parece caminhar no mesmo sentido que um hamster numa roda, sem vontade de trabalhar, estudar ou comprometer-se.


O primeiro filme de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, foi rodado com poucos recursos, a preto e branco. Isso não justifica, no entanto, que tenham sido tão escassos em enredo, abusando, sem sentido, dos tempos mortos e do humor disparatado (à excepção do momento em que eles resolvem utilizar a avó de Leche como antena de televisão). O aspecto positivo de “25 Watts” limita-se a um ou outro plano, artisticamente interessantes, mas que produzem pouco efeito na narrativa.


A narrativa não vai a nenhum lado, as personagens, preguiçosas e irresponsáveis, não sofrem qualquer transformação/evolução, não permitem qualquer empatia, e nem sequer fiquei a torcer por que superassem os seus problemas. As sua ideias são tão básicas que não conseguiriam acender uma lâmpada com a voltagem do título. No fundo, está é uma história que não precisava ser contada.


Como história sobre aborrecimento, “25 Watts” está a anos luz de um “Temporada de Patos” (2004), de Fernando Eimbcke. Mas se foi preciso passar por isto para produzir a pérola que é “Whisky” (2004), então valeu a pena.