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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

The Island ***

25.08.05, Rita

Realização: Michael Bay. Elenco: Ewan McGregor, Scarlett Johansson, Djimon Hounsou, Sean Bean, Steve Buscemi, Michael Clarke Duncan, Ethan Phillips, Brian Stepanek. Nacionalidade: EUA, 2005.





“A Ilha” tem a imagem de marca de Michael Bay (“Armageddon” - 1998; “Pearl Harbor” - 2001), com sequências de perseguição de tirar o fôlego e efeitos pirotécnicos. Mas desta vez, ele consegue, com isso e apesar disso, contar uma história consistente, com personagens sólidos, onde os efeitos são menos gratuitos que o Bay-normal e respondem ao propósito da narrativa. A utilização de um conjunto de actores praticamente desligado dos blockbusters também parece ter ajudado.


Apesar disso, continua a haver algum em cenas de perseguição que se estendem por demasiado tempo. E os patrocínios através de “product placement” tornam-se a maioria das vezes intrusivos na história: Puma, Aquaviva, MSN, Nokia e Cadillac (e estes são só os que me lembro). Mas talvez a sociedade americana do futuro seja isso mesmo, um grande e constante patrocínio.


Lincoln Six Echo (McGregor) e Jordan Two Delta (Johansson) são dois dos habitantes da biosfera artificial de 2019, construída para resistir ao ar contaminado que dizimou a vida na Terra. À excepção de um único lugar – A Ilha –, o prémio para os que ganharem o sorteio da lotaria. Todos vivem em função desse momento, em espera constante e sem outros objectivos. Mas Lincoln Six Echo começa a questionar-se sobre o seu trabalho e o porquê de não poder por uma vez vestir roupa de outra cor que não o branco. Para esclarecer algumas das suas dúvidas, arrisca a própria vida para ir falar com McCord (Buscemi), um dos operários que trabalha do lado de fora. E chega o momento em que descobre que A Ilha não existe.


Não quero entrar muito na história, porque é preferível deixar a descoberta para cada um. Os produtores, no entanto, não devem ter achado o mesmo, e o efeito surpresa é eliminado por um trailer que revela demasiado.


Com uns laivos de “1984” e “Admirável Mundo Novo”, foi elaborado um mundo tecnológico e frio, onde a ordem social e a dinâmica de grupo são severamente controladas. Os agentes da autoridade estão atentos às mudanças de humor, aos cuidados alimentares e aos “alertas de proximidade” entre indivíduos.


Com uma clara distinção entre a primeira e a segunda partes do filme, é como se assistíssemos aos preliminares para depois romper a verdadeira e explosiva acção. Mas o que faz realmente este filme é a inegável química entre McGregor e Johansson. Infelizmente, Bay dá-lhes menos do que devia, reduzindo-os por vezes a simples adereços. O mesmo acontece relativamente ao restante e excelente elenco: Sean Bean (mais conhecido por Boromir), Steve Buscemi, Michael Clarke Duncan e o belíssimo Djimon Hounsou.


Michael Bay tem uma boa história e tem um bom elenco. Mas as empresas que pagaram pelas perseguições e pelas explosões queriam o “anúncio” a que tinham direito. Por isso sacrificou-se algum talento. Alguém acredita que Johansson se pode limitar a ser uma donzela em apuros?






CITAÇÕES:


“EWAN McGREGOR (Lincoln Six-Echo) – Who is "God"?
STEVE BUSCEMI (McCord) – You know when you really want something, you close your eyes and wish for it really hard? God is the guy that ignores you.”

“Jeez, why do I always have to be the one to tell the kids there is no Santa Claus?”
STEVE BUSCEMI (McCord)

“Just cause you wanna eat the burger, doesn't mean you wanna meet the cow.”
STEVE BUSCEMI (McCord)





















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