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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Dear Wendy ****

28.09.05, Rita

Realização: Thomas Vinterberg. Elenco: Jamie Bell, Bill Pullman, Michael Angarano, Danso Gordon, Novella Nelson, Chris Owen, Alison Pill, Mark Webber. Nacionalidade: Dinamarca / França / Alemanha / Reino Unido, 2005.





Dick (Jamie Bell) é um rapaz tímido que vive numa pobre cidade mineira do sul dos Estados Unidos. Por não trabalhar na mina, Dick é um pária naquela sociedade. Até ao momento em que aparece uma pistola na sua vida, uma pistola pela qual ele se sente irremediavelmente atraído apesar dos seus ideias pacifistas. Stevie (Mark Webber), um outro “marginal” junta-se a Dick para fundar um clube secreto – Os Dandies – onde lhes é permitido usar armas, mas onde a regra essencial é nunca as sacar.


O clube alarga-se a Susan (Alison Pill), Huey (Chris Owen) e Freddy (Michael Angarano), bem como às “parceiras” de cada um, ou seja, as suas armas. A idolatria que se gera à volta das pistolas, cada uma com o seu nome próprio, contrasta com os ideais pacifistas partilhados por todos. Mas são as armas que aumentam a sua auto-estima e os fazem sentir seguros, não em relação ao exterior mas em relação a eles mesmos.


A inspiração do grupo vem de livros que estão na biblioteca do seu templo – uma mina abandonada –, livros como “The Picture of Dorian Gray” de Oscar Wilde (o dandy por excelência), “The Art of Strategy” de Sun Tze, “The Three Musketeers” de Alexandre Dumas e “The Prince” de Maquiavel.


The Dandies são jovens que procuram uma “família”, à semelhança de qualquer um. The Dandies são um grupo de pacifistas com armas, exactamente como a maioria da sociedade actual. A chegada de Sebastian (Danso Gordon), o neto da ama de Dick, um delinquente cuja atitude para com as armas é do menos Dandy possível, vem causar instabilidade dentro do grupo, pondo em causa a sua filosofia.


Thomas Vinterberg pegou no argumento do seu colega Lars Von Trier (certamente ainda imbuído do espírito do segundo filme da sua trilogia sobre os Estados Unidos – “Manderlay”, 2005), que volta a centrar a sua crítica na sociedade americana, desta feita na parte apologista do porte de armas.


O ambiente teatral do filme, com o cenário limitado a uma rua, e apresentando apontamentos que reportam a “Dogville” (Lars Von Trier, 2003), deixa transparecer a claustrofobia de uma pequena cidade, onde a necessidade de aceitação assume uma especial relevância. As interpretações, com destaque para Jamie Bell, protagonista do aclamado “Billy Elliot” (Stephen Daldry, 2000), são fortes e fluídas, aumentando a densidade e a complexidade moral de “Dear Wendy”.


A banda sonora, a cargo de The Zombies, um grupo pop britânico dos anos 60, com uma sonoridade bem mais interessante que os Beatles, são mais uma razão para ver este filme (isto é, se chegar às nossas salas). [ACTUALIZAÇÃO 28 Junho 2007: Pelos vistos, chegou!]






CITAÇÕES:


“Lee is cold as ice
Grant is hot as hell
I think they are both real nice
And I hope it all ends well”
ALISON PILL (Susan)


“What is youth except a man or a woman before it is ready of fit to be seen?”
EVELYN VAUGHN

“If you have not bonded with true emptiness You will never undersand the way to peace.”


“Consistency is the last refuge of the unimaginative.”
OSCAR WILDE

“To hit your opponent is to hit yourself. To control agression without harming is the way to peace.”


“Loyalty and devotion lead to bravery. Bravery leads to spirit of self-sacrifice. Spirit of self-sacrifice creates the power of love.”


“If you master the divine techniques that belong to the art of peace no enemy will dare challenge you.”




























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