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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Chaos Theory **

18.12.08, Rita

Realização: Marcos Siega. Elenco: Ryan Reynolds, Emily Mortimer, Stuart Townsend, Sarah Chalke, Mike Erwin. Nacionalidade: EUA, 2007.





Frank Allen (Ryan Reynolds) tem a vida cuidadosamente (ou melhor, obsessivamente) organizada em fichas e num rigoroso calendário que não lhe dá margem de manobra e lhe oferece a tranquilidade de não ter de lidar com o inesperado. Após ter escrito um livro sobre o uso eficiente do tempo, Frank dá palestras “evangélicas” sobre este modo de vida. Tudo corre na perfeição até ao dia em que a sua mulher Susan (Emily Mortimer), em vez de adiantar o relógio 10 minutos para que ele lhe possa fazer um recado, acaba por atrasá-lo 10 minutos, abalando por completo o estruturado dia de Frank.


Este é o começo do desmoronamento de Frank como ele sempre se conheceu. Mas, em vez de abdicar do seu hábito, Frank transforma-o, passando a usar as fichas para escrever as diversas opções que se lhe deparam e escolhendo uma aleatoriamente (nem sempre a melhor ou a mais racional). Decidido a assumir o acaso como um elemento inevitável, Frank ver-se-á obrigado a questionar muito da sua vida no caminho para a verdade última.


O argumento de Daniel Taplitz não é dos mais consistentes, apelando a uma série de coincidências e azares que recaem sobre Frank e que nada têm a ver com o referido atraso de 10 minutos. Além disso, os abundantes clichés (como a mota símbolo de “liberdade”) tiram bastante potencial à história. A realização de Marcos Siega não é particularmente surpreendente, sobretudo tendo em conta a sua mais recente participação na terceira temporada da série televisiva ‘Dexter’.


Existe, no entanto, o esforço de dimensionar correctamente as personagens, especialmente Frank cujo equilibrado papel de pai e marido contrasta com o seu lado mais obsessivo. Ryan Reynolds tem a sua veia cómica bem afinada, mas o seu lado dramático deixa algo a desejar. O mesmo não acontece com a versátil Emily Mortimer, que, de forma sustentada, contrapõe a sua Susan a Frank sem se transformar nunca no seu oposto.


“Chaos Theory” fica além da expectativa lançada pelo seu próprio título quando falha em mostrar a componente orgânica da transformação. O que seriam as consequências naturais da mudança, aqui não passam de uma série de situações forçadas. Fica a ideia de que a verdadeira liberdade é aquela que se alcança quando nos atrevemos a sair de dentro de nós mesmos.






CITAÇÕES:


“Do you have any idea how embarrassing it is to show up late to a lecture on the efficiency use of time?”
RYAN REYNOLDS (Frank)



















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