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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Anthony Zimmer **

20.10.05, Rita

Realização: Jérôme Salle. Elenco: Yvan Attal, Sophie Marceau, Sami Frey, Daniel Olbrychski, Gilles Lellouche, Samir Guesmi, Dimitri Rataud. Nacionalidade: França, 2005.





Anthony Zimmer é um traficante de droga especializado em branquear dinheiro e procurado em todo o mundo. Até hoje, escapou sempre da polícia, sobretudo porque ninguém sabe como ele é. Mas Akerman (Sami Frey), um polícia alfandegário, sabe qual é o seu calcanhar de Aquiles – Chiara (Sophie Marceau). Através dela conseguirão, mais dia menos dia, chegar até Zimmer.


Chiara tem um encontro marcado com Zimmer, mas, apercebendo-se de que ela está a ser seguida, Zimmer falta ao encontro e dá instruções a Chiara para que ela seduza um desconhecido, que deverá ser confundido por ele aos olhos da polícia. François Taillandier (Yvan Attal), um tradutor recentemente deixado pela mulher e com duas semanas de férias, é o elegido. Entre a máfia russa e a polícia alfandegária, François terá com que se entreter.


Com um sabor de Hollywood em francês, mas longe da categoria de um “Rivières Pourpres” ou um “Empire des Loups”, a primeira longa-metragem de Jérôme Salle tem o sabor desconsolador de uma tentativa frustrada.


Salle faz uso dos clichés e códigos do thriller, mas falta-lhe a subtileza necessária para manter o espectador na ignorância, e com interesse, até ao momento da verdade. A tensão alimenta-se da dinâmica da caça, ainda que percamos rapidamente o interesse sobre quem manipula quem. Apesar do bom ritmo geral do filme, o final surge tarde, porque esperado, sem surpresa de maior e embrulhado num papel não totalmente verosímil. Por sua vez, o uso dos cenários parece forçado, explorando a sua beleza em vez de os usar em benefício da narrativa.


Quanto às interpretações, Sophie Marceau é a mulher fatal por excelência, com destaque para a bela visão inicial dos seus tornozelos; Yvan Attal é um convincente homem apaixonado, incrédulo e revoltado; e Sami Frey é de uma autoridade tenebrosa.


“Anthony Zimmer” tem um visual sofisticado, cheio de charme e estilo. Mas para um filme sobre engano e traição era de esperar que o espectador fosse mais bem manipulado.