Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Eu Servi o Rei de Inglaterra **1/2

26.08.08, Rita

ALIGN=JUSTIFY>T.O.: Obsluhoval jsem anglického krále. Realização: Jirí Menzel. Elenco: Ivan Barnev, Oldrich Kaiser, Julia Jentsch, Martin Huba, Marián Labuda, Milan Lasica, Josef Abrhám, Jirí Lábus, Jaromír Dulava. Nacionalidade: República Checa / Eslováquia, 2006.


SRC=http://www.nova.cz/Nova/archive/images/114-440x248-dc976b.T1163500662.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Jan Díte (Ivan Barnev) acaba de sair da prisão, ao final de uma pena de 15 anos imposta pelo regime comunista. Ao mesmo tempo que Jan vai elevando dos destroços um velho pub que lhe foi atribuído como casa perto da fronteira com a Alemanha, vamos assistindo em flashback à sua história.

ALIGN=JUSTIFY>Como um conto de fadas, onde a memória de Díte parece colorir ainda mais cada episódio, o seu começo humilde dá lugar a uma carreira ascendente como empregado de mesa chegando até ‘maître d'’. De vez em quando, Díte (Oldrich Kaiser) gosta de atirar uns trocos para o chão e quando os homens ricos se agacham para apanhar o dinheiro ele torna-se subitamente o homem mais alto e menos mesquinho da sala.

ALIGN=JUSTIFY>Díte tem um desejo patológico de agradar e, mesmo a caminho do seu sonho de se tornar milionário (onde põe em perigo a sua humanidade), ele mantém uma enorme ingenuidade. A mesma que acompanha o seu despertar sexual, marcado pela criatividade. Uma das mulheres que se cruzam no seu caminho é a jovem hitleriana Líza (Julia Jentsch, “Sophie Scholl”), por quem Jan se apaixona perdidamente, cego a ideias ou palavras. Quando a Segunda Guerra Mundial lhe entra pela porta, Díte é incapaz de ver que ser apolítico durante um período como esse é virtualmente impossível.

ALIGN=JUSTIFY>Jirí Menzel adapta pela sexta vez um livro do seu conterrâneo Bohumil Hrabal (1974). Com subtileza ele eleva o absurdo a um patamar que faz lembrar Chaplin e com a luxuriante fotografia de Jaromír Sofr ele consegue um toque de sofisticação onírica. O erotismo é tratado com tamanho bom gosto que a pele feminina não é mais do que uma ínfima parte da luxúria a que os sentidos se podem entregar.

ALIGN=JUSTIFY>Apesar do carácter desnecessário da linha narrativa do Díte mais actual, “Eu Servi o Rei de Inglaterra” é um hino à resistência Checa, mas também à vida e às suas ironias.








Olimpíadas

21.08.08, Rita


ALIGN=CENTER>Os 25 melhores posters de sempre, segundo a Premiere:


SRC=http://fotos.sapo.pt/ElcRwQ9IPpEepMJgkRUQ/x435 WIDTH=100>SRC=http://fotos.sapo.pt/P7rb0Ewrz7nuYV1VEfE4/x435 WIDTH=100 HEIGHT=149>SRC=http://fotos.sapo.pt/7eaK2JK7FHqVtv315h2y/x435 WIDTH=100 HEIGHT=149>SRC=http://fotos.sapo.pt/yGpLFDzCmVPQAof7SKwL/x435 WIDTH=100 HEIGHT=149>SRC=http://fotos.sapo.pt/OGFv3mvB2K670IG7SoSz/x435 WIDTH=100 HEIGHT=149> SRC=http://fotos.sapo.pt/L7eNZI9f57sqVehHJnbD/x435 WIDTH=100 HEIGHT=155>SRC=http://fotos.sapo.pt/MgOn9nZ6TvnEPIyGDFz2/x435 WIDTH=100 HEIGHT=155>SRC=http://fotos.sapo.pt/NimpNPPg2AWJ1aOYTolu/x435 WIDTH=100 HEIGHT=155>SRC=http://fotos.sapo.pt/EZ7suekp3CVITF755KeP/x435 WIDTH=100>SRC=http://fotos.sapo.pt/QPqKQUP7imaeDJ8PdD6n/x435 WIDTH=100 HEIGHT=155> SRC=http://fotos.sapo.pt/h7UIfYOkb7psT5IkNrIJ/x435 WIDTH=100 HEIGHT=143>SRC=http://fotos.sapo.pt/nZ28Vvy0YVmK2C4izG71/x435 WIDTH=100 HEIGHT=143>SRC=http://fotos.sapo.pt/MQz4bEerzHc6qI3mDEqj/x435 WIDTH=100 HEIGHT=143>SRC=http://fotos.sapo.pt/ZAtAhegfmsfrVPpBSTz6/x435 WIDTH=100 HEIGHT=143>SRC=http://fotos.sapo.pt/m0OV5CzfDzvVgquq4LYE/x435 WIDTH=100 HEIGHT=143> SRC=http://fotos.sapo.pt/jAailvHcksoVkRQtemr5/x435 WIDTH=100 HEIGHT=144>SRC=http://fotos.sapo.pt/MzOyRvbmIZIW1HQZKe4y/x435 WIDTH=100 HEIGHT=144>SRC=http://fotos.sapo.pt/EZhRIw6Fk7aT0e9IRulT/x435 WIDTH=100>SRC=http://fotos.sapo.pt/njMZhuuLnZfZkNBd3zi2/x435 WIDTH=100 HEIGHT=144>SRC=http://fotos.sapo.pt/rDJNPkuC80uKH1PrrgkK/x435 WIDTH=100 HEIGHT=144> SRC=http://fotos.sapo.pt/Yc3nUpo7ZbFJ2dpSNuMb/x435 WIDTH=100 HEIGHT=145>SRC=http://fotos.sapo.pt/2AvK8RGD2EEMuIL3p6e8/x435 WIDTH=100 HEIGHT=145>SRC=http://fotos.sapo.pt/IdpwlKQWZG2MQGeUAB2s/x435 WIDTH=100 HEIGHT=145>SRC=http://fotos.sapo.pt/zinaYyvqwmL7TCMbUSmu/x435 WIDTH=100 HEIGHT=145>SRC=http://fotos.sapo.pt/uH47udUr9MLmezV8sObp/x435 WIDTH=100>








The Dark Knight ****1/2

18.08.08, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Christopher Nolan. Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine, Maggie Gyllenhaal, Gary Oldman, Morgan Freeman. Nacionalidade: EUA, 2008.


SRC=http://accesshollywood.nbcunifiles.com/ah/images/content/200804/0x600/67004.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>“The Dark Knight” é, provavelmente, o melhor filme de super heróis alguma vez feito. Impregnado da melancolia que caracteriza a personagem de Batman, consegue ser, simultaneamente, um film noir e um banquete de entretenimento inteligente. A história de Christopher Nolan e David S. Goyer, cujo argumento foi desenvolvido em conjunto com Jonathan Nolan, irmão do realizador, mais do que centrar-se na luta de um homem mascarado com um vilão, “The Dark Knight” é sobre os habitantes de uma cidade encurralados por uma força destrutiva e imparável.

ALIGN=JUSTIFY>Em síntese, um vilão maníaco conhecido como Joker (Heath Ledger) junta todos os criminosos de Gotham City com um claro objectivo: matar o Batman (Christian Bale) e, pelo caminho, expor a sua verdadeira identidade. Claro que “The Dark Knight” é bastante mais denso e complexo que isso e vale bem a pena enveredar por cada um dos fios de narrativa que vão sendo desvelados. Esta preocupação com o conteúdo e o ágil domínio da estrutura acompanham personagens compostas de complexas camadas e emoções abrangentes.

ALIGN=JUSTIFY>Em “Batman Begins”, Nolan tinha já abordado as origens de Bruce Wayne e das suas compulsões. “The Dark Knight” dá continuidade à história sem demais contextos. Mas também o passado de Joker é abordado de uma forma quase orgânica através dos diálogos, sem colagens de flashbacks.

ALIGN=JUSTIFY>A linearidade do bem contra o mal é totalmente ultrapassada. O duelo é feito entre dois adultos profundamente marcados por uma infância de crueldade. O caminho para a compensação é, no entanto, feito em sentidos opostos. Subjacente a esta luta, existe uma compreensão mútua pelas perturbações do outro, como se de um espelho se tratasse. Mas enquanto Batman se debate num conflito interno que põe em causa a legitimidade na defesa da sua cidade, o Joker transfere para as suas vítimas duros dilemas morais.

ALIGN=JUSTIFY>“The Dark Knight” não abranda para respirar, mas apesar das muito boas cenas de acção (e de espectaculares efeitos especiais) não são elas que fazem avançar a história. São antes uma sua consequência. Gotham City (na realidade trata-se de Chicago) surge como uma selva (literal e metafórica) de arranha-céus fora da qual o mundo parece não existir.

ALIGN=JUSTIFY>Christian Bale oferece-nos uma interpretação sem falhas, com as doses de classe e força necessárias, onde apenas uma voz propositadamente mais grave surge algo deslocada. Mas “The Dark Knight” nunca seria tão bom se não contasse com um dos melhores grupos de secundários: Michael Caine como o mordomo Alfred Pennyworth, Morgan Freeman no papel do engenheiro Lucius Fox (Morgan Freeman), e Gary Oldman como Detective Gordon. São eles que materializam a compaixão, o humor e heroísmo. Aaron Eckhart tem também aqui um óptimo trabalho como o Procurador Geral Harvey Dent. A personagem anteriormente interpretada pela insossa Katie Holmes, a assistente de Dent, Rachel Dawes, sofre um agressivo upgrade para uma Maggie Gyllenhaal com a garra que a personagem exige.

ALIGN=JUSTIFY>Finalmente, Heath Ledger, numa interpretação que nos faz maldizer a fatalidade. Esta dose desmesurada de talento não precisa da lente de ampliação de uma morte trágica. O mérito da infalível combinação de comicidade e terror é todo seu. Não quero saber do Oscar, basta-me apreciar a prenda generosa que foi a sua dedicação, e aguardar pelo derradeiro “The Imaginarium of Doctor Parnassus” de Terry Gilliam.

ALIGN=JUSTIFY>Nunca Batman foi tão negro, tão agressivo e tão sofrido como em “The Dark Knight”. O que o salva do caos despreocupado em que Joker vive é também o único elemento que os diferencia: o afecto, seja ele por uma pessoa ou por uma cidade.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“The only sensible way to live in this world is without rules!”
HEATH LEDGER (The Joker)


ALIGN=JUSTIFY>“The Joker's just a mad dog. I want whoever let him off the leash.”
AARON ECKHART (Two-Face)

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Sometimes, truth isn't good enough, sometimes people deserve more. Sometimes people deserve to have their faith rewarded.”
CHRISTIAN BALE (Batman)


ALIGN=JUSTIFY>“You either die a hero or you live long enough to see yourself become the villain. ”
AARON ECKHART (Harvey Dent)