Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Les Anges Exterminateurs *

25.10.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Jean-Claude Brisseau. Elenco: Frédéric van den Driessche, Maroussia Dubreuil, Lise Bellynck, Marie Allan, Sophie Bonnet, Raphaële Godin, Margaret Zenou, Jeanne Cellard. Nacionalidade: França, 2006.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/15854.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>O realizador Jean-Claude Brisseau (“Choses Secrètes”, 2002) ambiciona ser a versão masculina de Catherine Breillat (“Sex is Comedy”). Mas falta-lhe o olhar cuidadoso, a subtileza, a sensibilidade e o bom gosto.

ALIGN=JUSTIFY>Como é que um filme com tanto sexo consegue ser tão aborrecido??? A Festa do Cinema Francês não terminou da melhor forma, mas suponho que a ter de vir, este filme tinha que ficar na última sessão, sob pena de prejudicar o restante festival.

ALIGN=JUSTIFY>Por onde começar? Bem, há uns anjos da morte que, acompanhadas do fantasma da avó de François (Frédéric van den Driessche) estão prestes a dar-lhe uma lição. Não se percebe a razão nem a extensão do castigo. Fica implícito que a própria morte. Antes fosse...

ALIGN=JUSTIFY>François é realizador, quer trazer algo de novo ao cinema e está decidido a fazer uma abordagem existencialista do sexo (e eu que pensava que “sexo logo existo” seria o suficiente). Ele quer que as actrizes se libertem dos limites (auto)impostos e se deixem levar pelas suas fantasias (claro que todas as fantasias destas mulheres passam por ter sexo com outras mulheres...!!!, vê-se logo que ele percebe disto!). Ele quer que elas ultrapassem os seus tabus eróticos (no final percebi que “seus” se referia ao próprio Brisseau). Para isso, François leva a cabo o exaustivo casting e, com as três actrizes escolhidas, ele dá largas à sua teoria sobre o prazer feminino.

ALIGN=JUSTIFY>Com efeito, Brisseau foi processado por algumas das actrizes que fizeram o casting e considerado culpado de assédio sexual. Na minha opinião, não lhe retiro a legitimidade para abordar este tema, de um ponto de vista artístico. Podia era tê-lo feito num filme com qualidade. A componente auto-biográfica do filme também não constituiu de per si um atestado de verosimilhança ou qualidade narrativa. No meu tribunal apenas o acuso (e condeno) de me ter feito perder tempo.

ALIGN=JUSTIFY>As actrizes estão todas elas desamparadas, sem um argumento onde se agarrarem e, com limitadas qualidades interpretativas, resta-lhes tirar a roupa (é para elas que vai a estrela solitária). Apenas a Lise Bellynck, no papel Julie, lhe é dada a oportunidade de algum dramatismo numa cena final. Raphaële Godin (“Trilogia Lucas Belvaux”) interpreta simultaneamente um dos anjos e Rebecca, uma anterior pupila de François, uma dualidade que obviamente fica sem explicação. A ideia parece ser criar suficiente confusão para não se notarem as falhas e o vazio. Por falar nisso, um erro básico de rapport conseguiu incomodar-me verdadeiramente logo numa das primeiras cenas de casting: filmada de frente e de costas, a actriz ter o lenço - um adereço que se revela importante - colocado de formas tão diferentes que cheguei a pensar que já era outro casting.

ALIGN=JUSTIFY>Como filme auto-justificativo, “Les Anges Exterminateurs” deixa também bastante a desejar. Na verdade, não nos importamos com qualquer uma das personagens. Nem com François, tentando equilibrar-se entre o pessoal e o profissional, nem quando os sentimentos começam a entrar no jogo (mais um estereótipo feminino...?). A importância da relação de confiança entre actrizes e realizador tem muito pouco a ver com a desinibição sexual, e há processos bastante mais violentos psicologicamente que os que aqui são retratados. “Les Anges Exterminateurs” é tão narcisista e masturbatório que Brisseau deveria tê-lo guardado na gaveta dos seus “home movies”.

ALIGN=JUSTIFY>Para finalizar, Brisseau fala do enigma do prazer feminino, como se isso fosse um mistério, um mito, tipo “yo nunca las he visto, pero que las hay, las hay”. Se ele quer explicar o prazer sexual feminino, captar o seu fascínio, a sua intensidade, a sua mística (na verdade, é uma coisa muito mais simples, nada de tão transcendental), melhor teria sido filmá-las a verem um bom filme porno. O prazer da mulher existe quando existe comunicação, em primeiro lugar com ela mesma e em segundo lugar com o(s) outro(s). Ponto final.








Selon Charlie ***1/2

24.10.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Nicole Garcia. Elenco: Jean-Pierre Bacri, Vincent Lindon, Benoît Magimel, Benoît Poelvoorde, Patrick Pineau, Arnaud Valois, Ferdinand Martin, Minna Haapkylä, Sophie Cattani, Philippe Lefebvre, Philippe Magnan, Samir Guesmi, Jérôme Robart, Valérie Benguigui, Grégoire Leprince-Ringuet. Nacionalidade: França, 2006.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13475.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Matthieu (Patrick Pineau) é paleontólogo e regressa à sua cidade natal, na província costeira francesa, para uma conferência sobre a descoberta que a sua equipa fez de um homem pré-histórico que baptizaram de “Dirk” – “o homem da solidão”. Aí ele reencontra um antigo colega, Pierre (Benoît Magimel, “La Pianiste”) que se tornou professor, casado com Nora (Minna Haapkyla), que trabalha num centro de talassoterapia. Nora engana Pierre com Serge (Vincent Lindon, “La Moustache”), um colega de trabalho. O filho de Serge (Ferdinand Martin) é o Charlie do título, 11 anos, observador e, mais tarde, catalizador da mudança na vida de alguns destes homens. Deste filme coral fazem ainda parte um Presidente da Câmara adúltero (Jean-Pierre Bacri, “Comme une Image”), um jogador de ténis em crise vocacional (Arnaud Valois), e um pequeno criminoso em liberdade condicional e com má sorte (Benoît Poelvoorde, “Entre Ses Mains”).

ALIGN=JUSTIFY>O título do último filme de Nicole Garcia (“L’Adversaire”, 2002) reporta para o ponto de vista de uma criança, que, observando um mundo de adultos à distância, irresponsáveis, infiéis, frustrados, recusa ele próprio cair nos caminhos sem lógica e sem moral, tentando corrigir esse mundo ao qual ele sabe que mais tarde se irá juntar. Obrigado a mentir à sua mãe para proteger o pai, esta criança vai, pouco a pouco, descobrindo que os adultos mais depressa se refugiam em mentiras do que procuram a verdade.

ALIGN=JUSTIFY>Nenhum destes homens consegue perceber como chegou a uma fase da sua vida tão distanciada de quem quiseram um dia ser. Os três dias em que se desenrola a acção de “Selon Charlie” servem para pôr em questão as opções que os levaram até ali. Atormentados e em sofrimento, todos estes homens estão sós, em última instância, com as suas escolhas e com a sua consciência.

ALIGN=JUSTIFY>Nicole Garcia (também co-argumentista) usa uma câmara intimista, dando ao espectador pouco mais do que aquilo a que Charlie vai tendo acesso. As histórias das diversas personagens entrecruzam-se suavemente, mas são dadas poucas explicações sobre as suas opções e o seu passado, como apenas tivéssemos direito a estes dias da sua vida, esses breves instantes em que cada um de nós se cruza com outro. Não se entende se o distanciamento a que Nicole Garcia nos vota é intencional ou não, mas a sensação de irrealidade, quase frieza, é algo que fica.

ALIGN=JUSTIFY>E se a subtileza e os sub-entendidos podem ser reflexo de um filme inteligente, podem igualmente pôr em causa o seu entendimento. Apesar das grandes interpretações, estas personagens estão desenhadas a traços largos, e algumas delas são totalmente dispensáveis na narrativa, como é o caso do jogador de ténis. Com efeito, Charlie acaba apenas por afectar a vida do seu pai (Vincent Lindon numa deliciosa dualidade entre bom pai e mau marido) e o seu professor Pierre (Benoît Magimel num registo de fragilidade). Ao dar-lhes pouca substância real (ainda que as suas atitudes estejam impregnadas em significados implícitos), cada um dele acaba por ficar fechado num tipo e é fácil haver um sentimento de dispersão.

ALIGN=JUSTIFY>Mas Nicole Garcia não perde a mão no que se refere a filmar a dor e a desnudar o ser humano. Estes fragmentos masculinos são viris mas estão fragilizados pelas suas cicatrizes e pelas suas inquietações. Cada um deles procura um sentido e uma tranquilidade. A quem num momento de loucura (ou talvez sanidade...) já não lhe apeteceu fugir que atire a primeira pedra.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Comment les hommes peuvent se tromper, emprunter une histoire, un rêve, un fantasme qui n’est pas le leur, et comment ils peuvent, dans cet égarement, remonter à eux-mêmes?”
NICOLE GARCIA












Je Ne Suis Pas La Pour Être Aimé ****

23.10.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Stéphane Brizé. Elenco: Patrick Chesnais, Anne Consigny, Georges Wilson, Lionel Abelanski, Cyril Couton, Geneviève Mnich, Hélène Alexandridis, Anne Benoît.. Nacionalidade: França, 2005.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/8531.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Jean-Claude (Patrick Chesnais) é um oficial de justiça na casa dos 50, que se cansa a subir as escadas para, como um emissário de más notícias, fazer as cobranças difíceis. Intimado pelo seu médico a fazer algum desporto, Jean-Claude opta pelas aulas de tango que tem vindo a espreitar da janela do seu escritório. Aí conhece Françoise (Anne Consigny), mais jovem que ele e prestes a casar-se com Thierry (Lionel Abelanski), um escritor em plena crise criativa.

ALIGN=JUSTIFY>Jean-Claude não espera surpresas, a sua vida é feita de rotinas. Incluindo a visita semanal à casa de repouso onde se encontra o seu pai (Georges Wilson), um tirânico que humilha de cada vez (mesmo que seja apenas pelo teor de cacau de um chocolate), e com quem Jean-Claude se limita a jogar Monopólio à falta de uma verdadeira comunicação. Jean-Claude acaba por reproduzir um pouco desta complicada relação com o seu próprio filho (Cyril Couton), que acaba de se juntar ao negócio que tem vindo a passar de geração e geração, não satisfazendo nenhuma delas.

ALIGN=JUSTIFY>Jean-Claude observa as aulas de tango da sua janela da mesma forma que o seu pai o vê partir cada final de semana, com pudor, como se apenas estivesse autorizado a ver a vida de longe. A sua vida sentimental é um deserto. Françoise, uma mulher, que, cheia de dúvidas, procura um amor absoluto e que não fica indiferente à profunda melancolia deste homem.

ALIGN=JUSTIFY>Je Ne Suis Pas Là Pour Être Aimé” está algures entre o drama intimista, o estudo de carácter e a comédia romântica. O filme de Stéphane Brizé é subtil, de sentimentos discretos mas intensos, serenos, filmado com extrema elegância e fluidez. A narrativa toma o tempo adequado para respirar, colocando nos silêncios quotidianos todo o peso da solidão, do desencanto, da resignação, da desesperança, de duas pessoas que balançam entre a tentação de ceder ao desconhecido ou a morte lenta da linha recta, calando para mais facilmente fingir que a infelicidade não existe.

ALIGN=JUSTIFY>Nada neste filme é imediato ou óbvio. O tango não é sensual, é o elemento de desconforto da intimidade, aproximando almas mais do que corpos. As interpretações são intensas. A contenção extrema de Patrick Chesnais, todo gestos e olhares, contribui para que um instante de explosão colérica se transforme num momento de forte densidade. Os papéis secundários, menos subtis e mais imprevisíveis, tornam-se imprescindíveis para o equilíbrio de Je Ne Suis Pas Là Pour Être Aimé”.

ALIGN=JUSTIFY>Stéphane Brizé transmite uma imensa ternura e respeito pelo ser humano, nas suas fragilidades, no desafio constante que é viver em harmonia com sentimentos e desejos, sonhos e pesadelos. Por isso não abdica nunca da possibilidade de renascimento.








CineEco 2006

21.10.06, Rita




Para os mais desatentos, está a decorrer o Cine’Eco – Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela. Este festival, que tem vindo a realizar-se desde 1995, recebeu o Prémio Nacional do Ambiente 2006, atribuído pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente. Até dia 29, o grande auditório da Casa Municipal da Cultura de Seia receberá um total de 60 filmes a concurso, provenientes de todo o mundo.


No cine-teatro estarão simultaneamente em cartaz ciclos de cinema sob diversos temas: Animação; Outras Terras, Outras Gentes; Guerra, Terrorismo & Dólares; Cinema e Ambiente; Cinema Português; e Clássicos.


Programa e pormenores em http://www.cineeco.org.




doclisboa 2006

20.10.06, Rita


SRC=http://www.doclisboa.org/2006/images/pt_r1_c2.gif WIDTH=500>SRC=http://www.doclisboa.org/2006/downloads/foto_gerard.jpg WIDTH=500>


ALIGN=JUSTIFY>Começa hoje o 4º Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa. Até 29 de Outubro, a Culturgest vai apresentar uma selecção do melhor que se tem feito em cinema documental.

ALIGN=JUSTIFY>O festival será composto pelas seguintes secções:


COLOR=#E90909>COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Selecção de filmes (longas e curtas metragens) de todo o mundo, produzidos em 2005 ou 2006.


“A Sunday in Pripyat”, de Frédéric Cousseau, 27', França 2006
“The Fisherman and the Dancing Girl”, de Valeri Solomin, 54', Rússia 2005
“The Seeds”, de Wojciech Kasperski, 28', Polónia 2006
“Elogio ao 1/2”, de Pedro Sena Nunes, 70', Portugal 2005
“Tweety Lovely Superstar”, de Emmanuel Gras, 18', França 2005
“Tierra Negra”, de Ricardo Iscar Alvarez, 90', Espanha 2005
“Things”, de Martha Hrubá, 18', República Checa 2005
“As the Sun Begins to Set”, de Julie Moggan, 58', Reino Unido 2005
“Gagarin's Pioneers”, de Vitali Manskij, 100', Alemanha/Rússia 2005
“Impending Doom”, de Edgar Pêra, 8', Portugal 2006
“Arcana”, de Cristobal Vicente, 96', Chile 2005
“Cigaretta Mon Amour”, de Rosa Hannah Ziegler, 6', Alemanha 2006
“La Consultation”, de Héléne de Crécy, 91', França 2005
“Babooska”, de Rainer Frimmel e Tizza Covi, 100', Áustria/Itália 2005
“Strip-Tease”, de Attila V. Nagym, 7', Hungria 2005
“Our Daily Bread”, de Nikolaus Geyrhalter, 90', Áustria 2005
“The Sky Is my Ceiling”, de Keja Ho Kramer, 11', França 2006
“Kinshaza Palace”, de Zeka Laplaine, 75', Congo/França 2006
“Into the Great Silence”, de Philip Gröning, 164', Alemanha 2005
“Atman”, de Pirjo Honkasalo, 76', Finlândia/Alemanha 1996
“Un Pont sur la Drina”, de Xavier Lukomski, 18’, Bélgica 2005


COLOR=#E90909>COMPETIÇÃO NACIONAL

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Secção competitiva com filmes de produção e/ou realização nacional, concluídos em 2005 ou 2006.


“No Fim do Mundo”, de Mariana Gaivão, 13', Portugal 2006
“Fora da Lei”, de Leonor Areal, 83', Portugal 2006
“Pintura Habitada”, de Joana Ascensão, 52', Portugal 2006
“Logo Existo”, de Graça Castanheira, 52', Portugal 2006
“Excursão”, de Leonor Noivo, 25', Portugal 2006
“Cartas da Ditadura”, de Inês Medeiros, 60', Portugal 2006
“Sombras do Passado”, de José Manuel Fernandes, 59', Portugal 2006
“A Casa Don Bosco”, de Manuel Monteiro Grilo, 47', Portugal 2006
“Pátria Incerta”, de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel, 52', Portugal 2006
“O Casino”, de Hugo Maia, 13', Portugal 2006
“À Espera da Europa”, de Christine Reeh, 58', Portugal 2006
“Onze Burros Caem no Estômago Vazio”, de Tiago Pereira, 28', Portugal 2006
“Cantai Cantigas”, de Cláudia Tomaz, 50', Portugal 2006


COLOR=#E90909>INVESTIGAÇÕES

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Secção competitiva com uma selecção de filmes de todo o mundo, explorando em profundidade temas da actualidade social ou política.


“EXIT - The Right to Die”, de Fernand Melgar, 76’, Suíça 2005
“Gitmo - The New Rules of War”, de Erik Gandini e Tarik Saleh, 82', Suécia 2005
“Oxalá Cresçam Pitangas”, de Kiluange Liberdade e Ondajki, 60', Portugal 2006
“China Blue”, de Micha X. Peled, 87’, E.U.A. 2005
“Kz”, de Rex Bloomstein, 98', Reino Unido 2005
“Sisters in Law”, de Kim Longinotto e Florence Ayisi, 106', Reino Unido 2005
“El Comité”, de Mateo Herrera, 93', Equador 2005
“Der Kick”, de Andres Velel, 82’, Alemanha 2006
“Ears, Open. Eyeballs, Click. ”, de Canaan Brumley, 95', E.U.A. 2005
“Gambit”, de Sabine Gisiger, 107', Suíça 2005
“Bien Mélanger”, de Nicolas Fonseca, 75’, Canadá, 2006


COLOR=#E90909>AMOS GITAI

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>O mais importante realizador israelita contemporâneo apresentará o conjunto de filmes de dois incontornáveis conjuntos de documentários (também designados por trilogia Wadi e por trilogia das Casas) sobre a história recente do seu país.


“News from Home/News from House”, 97', Israel 2005
“Wadi 1981-1991”, 97', França/Reino Unido 1991
“Bait (House)”, 51', Israel 1980
“Wadi Grand Canyon”, 90', Israel/França 1991
“Une Maison à Jerusalém”, 87', França/Itália 1998


COLOR=#E90909>SESSÕES ESPECIAIS

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Apresentação de filmes fora de competição, todos eles inéditos em Portugal, com destaque para as mais recentes obras de três grandes nomes do documentário internacional (Eduardo Coutinho, Vincent Dieutre e Chantal Akerman). Exibição da Trilogia do Sagrado e do Demónio de Pirjo Honkasalo (a realizadora de “Three Rooms of Melancholia”) e para a apresentação de dois documentários portugueses em antestreia em que a música é tema central.


“Fragments sur la Grâce”, de Vincent Dieutre, 101', França 2006
“Mysterion”, de Pirjo Honkasalo, 90’, Finlândia 1991
“Brava Dança”, de José Pinheiro e Jorge Pires, 75', Portugal 2006
“Tanjuska and the Seven Devils”, de Pirjo Honkasalo, 80', Finlândia 1993
“Lusofonia, a (R)Evolução”, Filme colectivo com produção da Red Bull Music Academy, 60', Portugal 2006
“Neighborhood”, de Karoi Kinoshita e Allain Della Negra, 17', França 2006
“Yellow Box”, de Ting-fu Huang, 53', Taiwan 2006
“Entre Nós”, filme colectivo, 30’. Portugal 2006
“Tout Refleurit”, de Aurélien Gerbault, 80', França 2006
“Là-Bas”, de Chantal Akerman, 79’, Bélgica 2006
“O Fim e o Princípio”, de Eduardo Coutinho, 110', Brasil 2006
“Enron: the Smartest Guys in the Room”, de Alex Gibney, 110', E.U.A. 2005


COLOR=#E90909>MOSTRAR TRABALHO

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Um programa sobre a duradoura e profícua abordagem do universo do trabalho pelo documentário, que é também uma viagem pela própria história deste género cinematográfico. Secção comissariada por Marie-Pierre Duhamel Müller, programadora e directora do festival Cinéma du Réel, de Paris.


“Les Malles”, de Samba Félix Ndiaye, 13', França 1989
“Salesman”, dos irmãos Maysles e Charlotte Zwerin, 90', E.U.A. 1968
“Makom, Avoda”, de Nurith Aviv, 81', Israel 1998
“Nosotros, los de Allá”, de Anna Klara Åhrén, Anna Weitz e Charlotta Copcutt 46', Suécia/Bolívia/Chile 2005
“Wittstock, Wittstock”, de Volker Koepp, 117', Alemanha 1997
“Surfarara”, de Vittorio De Seta, 10', Itália 1995
“Harlan County”, de Barbara Kopple, 103', E.U.A 1976
“Entuziasm: Sinfoniia Donbassa”, de Dziga Vertov, 68', URSS 1930
“Six Fois Deux - Episódio 1a Y'a Personne”, de Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville, 58', França 1976
“The Cheese & The Worms”, de Kato Haruyo, 98', Japão 2005
“British Sounds”, de Jean-Luc Godard, 97', Reino Unido 1969
“Humain, Trop Humain”, de Louis Malle, 75', França 1970
“Die Bewerbung”, de Harun Farocki, 58', Alemanha 1997
“Ils ne Mouraient pas Tous mais Tous Étaient Frappés”, de Sophie Bruneau, 80', França 2005
“Industrial Britain”, de Robert Flaherty, 21', Reino Unido 1933
“Parabola d'Oro”, de Vittorio De Seta, 10', Itália 1995
“Maria (Peasant Elegy) ”, de Alexander Sokurov, 41', URSS 1978-1988
“Saffron = (Zafaran) ”, de Ebrahim Mokhtari, 40', Irão 1992


COLOR=#E90909>HISTÓRIAS MÍNIMAS: O DOCUMENTÁRIO JAPONÊS CONTEMPORÂNEO

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Panorama histórico do documentário japonês de 1987 até ao presente. Dois dos realizadores representados nesta selecção, Makoto Sato e Naomi Kawase, estarão presentes para apresentar os seus filmes e discutir a situação do documentário no Japão.


“Magino Village - A Tale”, de Shinsuke Ogawa, 222', Japão 1986
“The Emperor's Naked Army Marches On”, de Kazuo Hara, 122', Japão 1987
“Living on the River Agano”, de Makoto Satô, 115', Japão 1992
“A2”, de Mori Tatsuya, 131', Japão 2002
“Without Memory”, de Hirokazu Koreeda, 84', Japão 1994-1996
“Embracing”, de Naomi Kawasa, 40’, Japão 1992
“Katatsumori”, de Naomi Kawasa, 40’, Japão 1994
“Memories of Agano”, de Makoto Satô, 57', Japão 2004
“Letter from a Yellow Cherry Blossom”, de Naomi Kawase, 65', Japão 2002
“Kya Ra Ka Ba A”, de Naomi Kawase, 50', Japão 2001
“Tarachime”, de Naomi Kawase, 43', França/Japão 2006


COLOR=#E90909>FICÇÕES DO REAL: NÚMERO ZERO - PROGRAMA SELECCIONADO POR PEDRO COSTA

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA SIZE=1>Uma nova secção, vocacionada para ajudar a reflectir sobre as relações entre ficção e documentário, um diálogo tão antigo quanto a história do cinema, mas que está presente de forma particularmente evidente no mais interessante cinema contemporâneo. Nesta primeira edição, a selecção dos filmes a apresentar foi feita pelo realizador Pedro Costa, cuja obra é precisamente atravessada por algumas das questões que este programa pretende iluminar.


“Les Yeux ne Veulent pas en Tout Temps se Fermer ou Peut-être qu'un Jour Rome se Permettra de Choisir à son Tour (Othon) ”, de J. M. Straub e Danièle Huillet, 88', Alemanha/Itália 1969
“Numéro Zéro”, de Jean Eustache, 110’, França 1971
“Onde Jaz o Teu Sorriso? ”, de Pedro Costa, 104', Portugal/França 2002
“Marguerite telle qu’en Elle-Même”, de Dominique Auvray, 61', França 2002
“Los Angeles Plays Itself”, de Tom Andersen, 169’, E.U.A. 2003


ALIGN=JUSTIFY>Para mais detalhes sobre o programa consultar o site oficial..

ALIGN=JUSTIFY>Divirtam-se!

















































































































La Fille du Juge ****

20.10.06, Rita

Realização: William Karel. Género: Documentário. Nacionalidade: França, 2006.





Setembro de 2001. Clémence Boulouque tem 21 anos e está em Nova Iorque. Os atentados ao World Trade Center levam-na de regresso à sua infância, também ela profundamente marcada pelo terrorismo.


Clémence Boulouque é filha do juiz anti-terrorista Gilles Boulouque, encarregado dos inquéritos sobre os atentados de 1985-1986 em Paris, entre outros. Na sequência dessa investigação, e após os inquéritos, Boulouque liberta o suspeito Wahid Gordji, dada a ausência de provas de que Gordji fizesse parte da rede da terroristas. Boulouque é acusado por muitos dos seus pares de trair a independência da justiça e de ceder a pressões políticas, tendo usado a libertação de Gordji como moeda de troca para dois reféns franceses retidos no Líbano. Boulouque é um homem íntegro e idealista, profundamente envolvido no seu trabalho. A pressão e o abandono a que é votado acentuam a sua fragilidade e o seu sentimento de solidão, agravados pela acusação em 1988 de violação do segredo de justiça. No dia 13 de Dezembro de 1990, Gilles Boulouque suicida-se.


Na altura da sua morte, a sua filha Clémence tem 13 anos. Como ultrapassar estes acontecimentos? A morte de um pai? O desaparecimento do seu herói? Depois de uma infância constantemente rodeada de seguranças, ela vê-se sem a única pessoa com quem se sentia protegida e refugia-se no silêncio e na escola. Mais tarde acabará por escrever a sua dor e a sua solidão no livro 'Mort d’un Silence’, trazido ao cinema pela mão de William Karel.


Sem o propósito da controvérsia, Karel filma a própria Clémence Boulouque em Nova Iorque, e utiliza as suas fotografias pessoais e filmes em super 8 e para reconstituir a infância de Clémence e traçar o retrato da sua relação com o pai. As palavras de Clémence Boulouque, um texto rico perfeitamente interpretado por Elsa Zylberstein, constroem um documento comovente e transbordante de amor, uma homenagem plena de emoções, mas que nunca opta pelo sentimento fácil.


Karel insere o contexto histórico e a conjuntura em que se criou a máquina político-mdiática que levou Boulouque ao suicídio, com uma série de imagens de arquivo, onde não falta um debate entre François Miterrand e Jacques Chirac, na campanha presidencial de 1988, em que cada um deles tenta ilibar-se de qualquer responsabilidade no caso.


O elemento com menos força deste filme é a ligação aos atentados do World Trade Center que parece algo forçada, mas que, ao mesmo tempo, permite perceber que esta é uma questão muito mais antiga do que muitos de nós se dão conta. Por outro lado, o irmão de Clémence, Sylvain é referido diversas vezes, mas não aparece em todo o filme. Ainda que “La Fille du Juge” não precise da sua presença, a sua ausência é tão marcada que nos faz questionar de que lado foi tomada essa decisão.


“La Fille du Juge” é um filme lento, e que poderia ser facilmente entediante. Mas, pelo contrário, é uma obra completamente absorvente, numa brilhante montagem entre confissão privada e questões políticas, num magnífico equilíbrio entre drama íntimo e tragédia pública. Karel lida respeitosamente com os factos, aproveitando esta história pessoal para trazer para cima da mesa as ambíguas relações entre política e justiça.


Este “monólogo ilustrado” é um documento marcante. Uma vida cheia de interrogações e feridas que tenta fazer esse tortuoso caminho em direcção à serenidade.






CITAÇÕES:


“Personne ne se souvient de mon père et la vague d’attentats des années 80 à Paris se confond avec celles qui ont suivi. C’est après tout le destin des vagues de se retirer. C’était aussi le sien.”
CLÉMENCE BOULOUQUE




Paris, Je T'Aime ***

19.10.06, Rita


SRC=http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/36/32/16/18675771.jpg WIDTH=500>


ALIGN=CENTER>SIZE=1>Nacionalidade: Liechtenstein / Suiça / Alemanha / França, 2006.



ALIGN=JUSTIFY>“Paris, Je T’Aime” é baseado numa ideia de Tristan Carné, tendo as transições a cargo de Emmanuel Benbihy, e uma equipa de produção liderada por Claudie Ossard ( “Arizona Dream”, “Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain”). A diversos cineastas foi-lhes proposto o desafio de escreverem curtas-metragens de cinco minutos, contando cada uma delas uma história de amor tendo Paris como pano de fundo, nomeadamente, cada um dos “arrondissements”. Os realizadores estiveram sob a forte contingência de 2 dias e 2 noites de filmagens. No chão da sala de montagem acabaram por ficar dois dos “arrondissements”, que estavam a cargo de Christoffer Boe e Raphaël Nadjari. Mesmo assim, os 18 que sobraram dão para 2 horas de filme.

ALIGN=JUSTIFY>“Paris, Je T’Aime” mostra uma cidade polimórfica e multi-cultural, tal como o amor se assume nas suas diversas facetas. Os realizadores usam a sua própria linguagem para, como um ‘cadavre esquis’, escreverem uma carta de amor colectiva a Paris. Mas Paris vista pelos olhos de outros é sempre e apenas uma versão. O verdadeiro amor não se encontra nos locais mais turísticos, e “Paris Je T’Aime” ganha bastante quando se aventura para fora deles, pela classe trabalhadora e pelos emigrantes. Quem não conhece o trabalho de alguns destes realizadores, poderá sentir-se tentado a descobri-los, mas relativamente a outros, este filme não é de todo uma boa amostra da sua obra.

ALIGN=JUSTIFY>Sem que o todo seja necessariamente melhor que as partes que o constituem, “Paris Je T’Aime” é pelo menos um desafio para cada um construir a sua própria Paris, com o seu próprio amor e ao som da belíssima voz de Leslie Feist em “La Même Histoire”. Eu, por aqui, estarei atenta aos voos baratos para a cidade luz.

ALIGN=JUSTIFY>Um filme de retalhos é quase sempre de uma qualidade oscilante, e “Paris, Je T’Aime” não foge à regra. No entanto, a unidade narrativa é garantida pelo tema e até mesmo reforçada pelo entrecruzar de algumas das histórias no final do filme. Afinal o amor não é também uma coisa consistente, inalterada, e por isso amamos Paris, ainda que nem sempre da mesma forma.

ALIGN=JUSTIFY>Aqui fica uma pequena descrição de cada segmento, onde saliento as minhas preferências pessoais.


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Montmartre”, de Bruno Podalydès

SIZE=1>com Bruno Podalydès e Florence Mueller


Um condutor (Bruno Podalydès, “Le Mystère De La Chambre Jaune”) tenta desesperadamente arranjar lugar de estacionamento no bairro de Montmatre. Quando finalmente o consegue, aproveita para reflectir sobre a sua vida e sobre a dificuldade que é arranjar uma namorada.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13916.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Quais de Seine”, de Gurinder Chadha

SIZE=1>com Leïla Bekhti e Cyril Descours


O discurso da realizadora Gurinder Chadha (“Bend It Like Beckham”) apela à paz e compreensão, ao abordar o tema do uso do hijab pelos jovens árabes. Um jovem (Cyril Descours) põe em questão as atitudes dos amigos, depois de conhecer uma rapariga árabe (Leïla Bekhti).



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13930.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Le Marais”, de Gus Van Sant

SIZE=1>com Marianne Faithfull, Elias McConnell e Gaspard Ulliel


Gus Van Sant (“Elephant”) aborda não só o amor homossexual, mas também o amor transcendental onde existe o destino e alma gémea. Neste caso, a espiritualidade está toda do lado de Gaspard Ulliel “Un Long Dimanche de Fiançailles”).



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13926.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Tuileries”, de Joel e Ethan Coen

SIZE=1>com Julie Bataille, Steve Buscemi, Axel Kiener e Frankie Pain


Os irmãos Coen, iguais a si mesmos, focam-se na agressividade sobre um turista americano na estação de metro de Tuileries. Com a quantidade de kitsch turístico que ele transporta, quase dá mesmo vontade de lhe bater. Vale por Steve Buscemi e por um detalhe do seu dicionário de bolso.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13909.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Loin du 16ème”, de Walter Salles e Daniela Thomas

SIZE=1>com Catalina Sandino Moreno


Walter Salles (“Diarios de Motocicleta”) e Daniela Thomas contam a história de uma mãe emigrante (Catalina Sandino Moreno), obrigada a deixar o seu filho num infantário nos subúrbios para ir tomar conta do filho de um casal rico do 16ème. Uma história forte, com as implicações sociais de um trabalho (não)remunerado. Comovente.



ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Porte de Choisy”, de Christopher Doyle

SIZE=1>com Barbet Schroeder e Li Xin


Christopher Doyle, director de fotografia de Wong Kar Wai (“2046”), mantém a onda oriental, num alucínio sem sentido a la Jackie Chan. O realizador Barbet Schroeder dá o seu contributo no papel de Monsieur Henny, um vendedor de cosméticos capilares.



ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Bastille”, de Isabel Coixet

SIZE=1>com Sergio Castellitto, Emilie Ohana, Miranda Richardson e Leonor Watling


A realizadora de “Mi Vida Sin Mí” e “La Vida Secreta de las Palabras” relata a história de um casamento em ruptura, cuja chama se reacende quando à mulher (Miranda Richardson) é diagnosticada uma leucemia terminal. O marido (Sergio Castellitto) “de tanto de comportar como um homem apaixonado, torna-se um homem apaixonado”.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13915.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Place des Victoires”, de Nobuhiro Suwa

SIZE=1>com Juliette Binoche, Martin Combes, Willem Dafoe e Hippolyte Girardot


História muito morna de uma mãe (Juliette Binoche) que chora pela morte do seu filho. A sua dor é acalmada por um cowboy imaginado (Willem Dafoe) que a devolve à sua família.



SRC=http://www.commeaucinema.com/images/galerie/big/54312_7e51802ab673902b50fdf2399e0c9e64.jpg WIDTH=500>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Tour Eiffel”, de Sylvain Chomet

SIZE=1>com Yolande Moreau e Paul Putner


Um rapaz conta como os seus pais (Yolande Moreau e Paul Putner) se conheceram, fazendo mímica perto da Torre Eiffel. Com imaginação e humor, o realizador de “Belleville Rendez-Vous” este é um conto de doçura e inocência.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13925.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Parc Monceau”, de Alfonso Cuaron

SIZE=1>com Nick Nolte, Ludivine Sagnier e Sara Martins


A curta de Alfonso Cuaron (“Y Tu Mamá También”) é um história de amor lida em palavras sombrias, como a rua por se passeiam Vincent (Nick Nolte) e Claire (Ludivine Sagnier). Inteligente.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13929.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Quartier des Enfants Rouges”, de Olivier Assayas

SIZE=1>com Maggie Gyllenhaal, Lionel Dray e Joana Preiss


Uma actriz americana (Maggie Gyllenhaal) tenta arranjar droga para aguentar a noite de festa e as filmagens que a esperam. Mas o encontro com o dealer (Lionel Dray) poderá significar algo mais. Frio.



ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Place des Fêtes”, de Oliver Schmitz

SIZE=1>com Seydou Boro e Aïssa Maïga
Este é o encontro entre uma paramédica (Aïssa Maïga) e um músico (Seydou Boro), que acab de ser esfaqueado numa rixa. O amor nem sempre chega à hora certa.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13908.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Pigalle”, de Richard LaGravenese

SIZE=1>com Fanny Ardant e Bob Hoskins


Fanny Forestier (Fanny Ardant) e Bob Leander (Bob Hoskins) encontram-se num bar de strip-tease do Pigalle. Uma interessante abordagem sobre o amor numa fase de maior maturidade (dos indivíduos e da sua relação).



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13912.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Quartier de la Madeleine”, de Vincenzo Natali

SIZE=1>com Elijah Wood, Olga Kurylenko e Wes Craven


Depois de já se ter servido do primeiro prato (o realizador Wes Craven), uma vampira (Olga Kurylenko) ataca um turista (Elijah Wood). Apesar do interessante visual Sin City, não se percebe exactamente a razão de ser de Paris nesta visão lúgubre de Vicenzo Natali (“Cube”, “Cypher”).



ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Père-Lachaise”, de Wes Craven

SIZE=1>com Emily Mortimer, Rufus Sewell e Alexander Payne


Num cemitério de Père-Lachaise, Frances (Emily Mortimer, “Match Point”) põe em questão o seu casamento pela falta de humor do seu noivo William (Rufus Sewell). O realizador Alexander Payne dá uma ajuda no papel do falecido Oscar Wilde. Wes Craven (“Red Eye”) é bem melhor quando tem tempo para criar tensão.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13935.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“Faubourg Saint-Denis”, de Tom Tykwer

SIZE=1>com Natalie Portman e Melchior Beslon


Francine (Natalie Portman), uma actriz em início de carreira tenta terminar a sua relação com Thomas (Melchior Beslon), um jovem cego. Uma boa surpresa, que se estraga com a lamechas e dispensável imagem final.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13932.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Quartier Latin”, de Gérard Depardieu e Frédéric Auburtin

SIZE=1>com Gena Rowlands, Ben Gazzara e Gérard Depardieu


Gena (Gena Rowlands) e Ben (Ben Gazzara) encontram-se para combinar a assinatura dos seus papéis de divórcio. O vinho é servido por Gérard Depardieu, mas a temperatura não é a melhor.



SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/13918.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#E90909>“14ème arrondissement”, de Alexander Payne

SIZE=1>com Margo Martindale


Carol (Margo Martindale) é uma turista americana que chega sozinha a Paris decidida a praticar o francês que aprendeu. Escutando em off a composição que ela escreveu sobre a sua viagem percebemos que não foi muito. Além disso, toda a gente lhe respondia em inglês. Alexander Payne (“Sideways”) finaliza o filme com uma nota melancólica, tocante, mas também divertida (“...la tombe de Jean-Paul Sartre et Simon Bolivar...”).


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=CENTER> COLOR=#AAAAAA>LA MÊME HISTOIRE

COLOR=#E90909 SIZE=1>Feist


Quel est donc
Ce lien entre nous
Cette chose indéfinissable
Où vont ces destins qui se nouent
Pour nous rendre inséparables

Life’s a dance
We all have to do
What does the music require
People all moving together
Close as the flames in a fire
Feel the beat
Music and rhyme
While there is time

We all go round and round
Partners are lost and found
Looking for one more chance
All I know is
We’re all in the dance

Quel est donc
Ce qui nous sépare
Qui par hasard nous réunit
Pourquoi tant d’allers, de départs
Dans cette ronde infinie
On avance
Au fil du temps
Au gré du vent
Ainsi

On vit au jour le jour
Nos envies, nos amours
On s’en va sans savoir
On est toujours
Dans la même histoire

We all go round and round
Partners are lost and found
Looking for one more chance
All I know is
We’re all in the dance

Dans la même histoire
La même histoire





































































































































Palais Royal! **

18.10.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Valérie Lemercier. Elenco: Valérie Lemercier, Lambert Wilson, Catherine Deneuve, Michel Aumont, Mathilde Seigner, Denis Podalydès, Michel Vuillermoz, Gisèle Casadesus, Gilbert Melki.. Nacionalidade: França, 2005.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/8493.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Armelle (Valérie Lemercier), terapeuta da fala e mãe de duas filhas, vê-se obrigada a cumprir as funções de primeira dama de um país fictício cujo rei, pai do seu marido Arnaud (Lambert Wilson), morre acidentalmente. O Príncipe Arnaud é um bon-vivant que assume a sua nova função com a mesma leveza com que se deita com a mulher do seu melhor amigo. mas para Armelle, desajeitada por natureza, o ridículo e a humilhação tornam-se uma constante em todo e qualquer acto oficial. Quando Armelle descobre que o seu marido a engana, não hesita em se vingar dele e de todos os que a obrigam a ser quem não é, nomeadamente da sua sogra (Catherine Deneuve).

ALIGN=JUSTIFY>“Palais Royal!” é uma comédia de situação bastante banal e sem consequências. Pegando numa série de clichés associados à realeza europeia, nomeadamente a inglesa, e à sua conturbada relação com os media, faz uma sátira que tem o mérito de arrancar um ou outro sorriso, mas nada mais.

ALIGN=JUSTIFY>Evidenciando as trivialidades idênticas às de qualquer outra família, com um ou outro segredo para dar mais cor, esta sátira à monarquia acaba por ter tonalidades um pouco mórbidas, ao fazer uma clara alusão à trágica morte de Diana.

ALIGN=JUSTIFY>“Palais Royal!”, cuja exibição na Festa do Cinema Francês contou com a presença da realizadora e protagonista Valérie Lemercier, é um filme que se vê sem sofrimento, com um bom ritmo e uma boa fotografia de James Welland, além de ganhar com um naipe de actores totalmente à vontade no registo cómico. Um intervalo fresco entre sessões, mas que a memória derrete rapidamente.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Maman, tu te souviens quand tu était gentille?”











Vers Le Sud **

17.10.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Laurent Cantet. Elenco: Charlotte Rampling, Karen Young, Louise Portal, Ménothy Cesar, Lys Ambroise, Jackenson Pierre Olmo Diaz, Wilfried Paul. Nacionalidade: França, 2005.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/7613.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Haiti, princípio dos anos 80. No aeroporto, enquanto Albert (Lys Ambroise), maître d’hôtel, aguarda por uma nova hóspede, é abordado por uma mulher, cujo marido foi capturado pelas autoridades, e que lhe pede que ele fique com a sua filha, uma jovem pobre e bonita, temendo pelo seu futuro – demasiado previsível para todas as jovens pobres e bonitas. Perante a recusa de Albert, ela faz-lhe um aviso: “As boas máscaras estão misturadas com as más, mas todos usam uma.”

ALIGN=JUSTIFY>Três mulheres de meia-idade, Brenda (Karen Young, “The Sopranos”), Ellen (Charlotte Rampling, “Swimming Pool”) e Sue (Louise Portal) são visitas regulares nos Verões de Port-au-Prince. O paraíso: o sol, a praia, e os homens que quiserem. Aqui elas são rainhas, porque pagam para isso. Com este mecanismo de fuga tentam preencher e dar sentido a uma vida vazia. Brenda e Ellen partilham a atenção e o desejo por Legba (Ménothy Cesar), um jovem de 18 anos. Sob uma camuflagem de amizade, elas serão rivais, possessivas e ao mesmo tempo vulneráveis.

ALIGN=JUSTIFY>As norte-americanas estão famintas por sexo, os haitianos estão famintos. Mas o convívio entre a riqueza e pobreza apenas aumenta o contraste em vez de o atenuar. Entre elas e eles estabelece-se uma relação de dependência mútua, que poderia ser extrapolada para uma relação entre nações (com petróleo ou diamantes à mistura), com o dinheiro a ser a verdadeira fonte do mal (como Albert de facto refere).

ALIGN=JUSTIFY>A acção de “Vers Le Sud” decorre no contexto de pobreza resultado do feroz governo de François ‘Papa Doc’ Duvalier (não que hoje a sua situação política seja mais estável, com efeito, as gravações no resort foram efectuadas na vizinha República Dominicana). O turismo sexual é aqui apresentado sob o ponto de vista feminino, com claros reflexos da definição de forças colonial. Estas mulheres tiram uns meses das suas vidas para fingirem que têm uma outra vida, mas este pedaço não poderá nunca encaixar-se na sua realidade (“Não importa, tudo aqui é diferente.”). A sua visão, pseudo-liberal, acaba por se revelar estereotipada e mesmo hipócrita, pois sem sequer se misturarem com a realidade onde se encontram (“Aos turistas nunca acontece nada.”), nem se dão conta dos conflitos sociais que se adensam. Numa caridade muito pouco generosa, elas oferecem a Legba um passaporte, mas ele recusa a oportunidade de sair do seu país. Não é isso que ele quer. Este indício insinua que ele tem outros planos para mudar de vida sem sair do Haiti. Infelizmente, Cantet recusa-se a dizer-nos muita coisa.

ALIGN=JUSTIFY>Em compensação, soterra-nos em informação redundante e desnecessária em quatro monólogos feitos directamente para as câmaras, por parte das três mulheres e também por Albert (para isso, seria bem mais interessante ter o lado de Legba). Para o pouco que retiramos desses momentos bastaria filmar um ou outro ponto de vista.

ALIGN=JUSTIFY>Em “Ressource Humaines” e “L’Emplois du Temps”, Laurent Cantet debruçou-se sobre o conflito entre a identidade pessoal e profissional, aqui parece querer fazer um retrato pós-colonial individualizado onde a identidade de colonizador e colonizado simulam uma integração, mas acaba por se perder numa disputa entre gatas com o cio.

ALIGN=JUSTIFY>“Vers Le Sud” é um filme presunçoso e extremamente aborrecido. E as interpretações – incluindo a de Charlotte Rampling – estão impregnadas dessa mesma transpiração. O que me apetecia mesmo era estar numa praia das Caraíbas.


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA>“Se calhar não o amava, mas amava a forma como ele olhava para mim.”
KAREN YOUNG (Brenda)












Combien Tu M’Aimes? **

16.10.06, Rita

ALIGN=JUSTIFY>Realização: Bertrand Blier. Elenco: Monica Bellucci, Bernard Campan, Gérard Depardieu, Jean-Pierre Darroussin, Edouard Baer, Farida Rahouadj, Sara Forestier. Nacionalidade: Itália / França, 2005.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/8126.jpg>


ALIGN=JUSTIFY>Daniela (Monica Bellucci) é a estrela de um bar do Pigalle, uma prostituta de origem italiana que faz apaixonar os homens à sua passagem. François (Bernard Campan) acabou de ganhar um prémio de milhões de euros, e propõe a Daniela que se instale em sua casa e partilhe a sua vida mediante um salário. Ela aceita, mas o mundo da noite não tardará a apanhá-los neste sonho. Caberá a François, com a sua desarmante candura e sinceridade, tocar o coração desta mulher endurecida pela vida.

ALIGN=JUSTIFY>Combien Tu M’Aimes?” é uma comédia romântica onde se mistura dinheiro, sexo, ternura e posse, num triângulo delimitado por uma prostituta com dilemas existenciais, um tímido solitário e um gangster perigoso (Gérard Depardieu).

ALIGN=JUSTIFY>Monica Bellucci adapta-se na perfeição a este registo. Faustosa, ela é um banquete para os olhos. Daniela diz, na voz de Bellucci: “Todos os homens me amam.” Eu acrescento, “e muitas mulheres também”. E esse parece ter sido o grande problema do realizador Bertrand Blier – a ofuscação. Só isso pode explicar as dúbias opções de iluminação, uma história sem sentido onde todas as personagens são irreais, com atitudes incoerentes e onde o inverosímil é anota dominante. A excessiva artificialidade afasta-nos das personagens ao ponto de esperarmos que tudo se trate de uma fantasia, para resolver as inconsistências.

ALIGN=JUSTIFY>Apesar disso, Combien Tu M’Aimes?” tem uns quantos momentos bastante cómicos, marcados por um absurdo burlesco que valem apenas como sketches (um destaque para a personagem da vizinha interpretada por Farida Rahouadj), e também um forte momento melodramático por parte de Jean-Pierre Darroussin (“Un Long Dimanche de Fiançailles”) no papel de André, o médico amigo de François. Como contraponto à facilidade de amar o belo, o saudável, o equilíbrio, ele representa o amor do feio, do doente, na ausência e na memória.

ALIGN=JUSTIFY>Mas, no global, Combien Tu M’Aimes?” está longe de comover. Ou convencer.


ALIGN=JUSTIFY>P.S. - Ainda assim é uma boa desculpa para colocar aqui umas fotas da Bellucci sem parecer exageradamente voyeur.


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/8121.jpg>


SRC=http://www.linternaute.com/cinema/image_cache/objdbfilm/image/300/8125.jpg>


WIDTH=70% COLOR=#E90909 SIZE=1>


ALIGN=JUSTIFY>CITAÇÕES:

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA> “Tous hommes m’aime.”
MONICA BELLUCCI (Daniela)


ALIGN=JUSTIFY> “Mulheres que gemem assim, estão a fingir.”
FARIDA RAHOUADJ (a vizinha)

ALIGN=JUSTIFY>COLOR=#AAAAAA> “Temos muita ternura em atraso.”
BERNARD CAMPAN (François)


















Pág. 1/3