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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Pink *

07.05.08, Rita

T.O.: Roz. Realização: Alexander Voulgaris. Elenco: Alexander Voulgaris, Argiris Thanasoulas, Romanna Lobats, Christina Mathea, Dimitris Veanos, Teresa Kouroukli. Nacionalidade: Grécia, 2006.





Vassilis (o realizador Alexander Voulgaris), um jovem na casa dos 20 vive com o seu pai (Dimitris Veanos) e o irmão Sakis (Argiris Thanasoulas), um actor de televisão. Fechado num complexo de Peter Pan, ele investe todo o seu tempo em música e em sonhos despertos com Emily, uma irlandesa por quem se apaixonou numa passagem de ano em Berlim. Após recuperar de um cancro, a mãe (Teresa Kouroukli) abandonou a família. O pai voltou a casar, mas manteve-se distante e silencioso. Enquanto Sakis se passeia pelas ruas a coleccionar os números de telemóvel de jovens fans, Vassilis dedica-se ao seu documentário sobre música, através do qual conhece Snezana (Romanna Lobats), a filha de 11 anos de um casal ucraniano que Vassilis entrevista. Os dois tornam-se improváveis amigos, e, juntos, refugiam de um mundo que não entendem (ou que não os entende).


Aquele que pretendia ser um estudo sobre os medos e ansiedades de uma geração grega dividida entre uma infância cómoda e um imprevisível futuro de objectivos nebulosos, acaba por se tornar um teste à paciência do espectador, obrigado a suportar o arrastado ritmo quotidiano de personagens com as quais nunca se chega a identificar. À excepção de um momento surpreendente de humor, a solução fácil do desfecho serve apenas para confirmar, por um lado, a impossibilidade de uma amizade genuína que não se confunda com nada mais e, por outro, a total falta de necessidade desta história.


Alexander Voulgaris tem, no entanto, escolhas estéticas que não deixam de ser interessantes, dos bonecos biomórficos espalhados pelo quarto de Snezana (todo ele um reduto de elementos mágicos) às tintas que escorrem pela parede num simbolismo emocional. Mas tudo isso perde força quando estamos perante um argumento tão pessoal que parece não ter sido objecto das questões devidas.


É verdade, o “pink” vem do nome do poodle de Vassilis, Roz. As if it mattered anyhow...