Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Bee Movie **

15.01.08, Rita

Realização: Steve Hickner e Simon J. Smith. Vozes V.O.: Jerry Seinfeld, Renée Zellweger, Matthew Broderick, Chris Rock, Patrick Warburton, Barry Levinson, Kathy Bates. Nacionalidade: EUA, 2007.





Barry B. Benson (voz de Jerry Seinfeld) e o seu amigo Adam (voz de Matthew Broderick) são duas abelhas recém-saídas da escola e a ponto de escolherem a profissão que vai ter até ao final dos seus dias. O entusiasmo de Adam contrasta com a inquietude de Barry, que prefere a ideia de conhecer um pouco mais do mundo. Os pais de Barry, Janet (voz de Kathy Bates) e Martin (voz de Barry Levinson), querem que Barry siga a tradição familiar e se encarregue da tarefa de mexer o mel, mas Barry acaba por juntar-se à equipa de polinizadores, juntando o néctar para o mel fora da colmeia (neste caso, um improvável Central Park). A aventura de Barry tem início quando uma chuvada o obriga a abrigar-se na casa de uma florista, Vanessa (voz de Renée Zellweger), com quem inicia uma improvável amizade – e sim, eles falam a mesma língua! Este contacto com a raça humana, fá-lo aperceber-se da usurpação que os humanos fazem da produção de mel da sua espécie. Barry decide então processar a raça humana.


Improbabilidade é aqui o ponto chave e aquele que marca o argumento de Jerry Seinfeld, Spike Feresten, Barry Marder e Andy Robin. O problema de obras inteligentes como “Shrek”, “The Incredibles” e “Ratatouille” (a obra prima de 2007), é que erguem a fasquia no que concerne os filmes de animação.


Claro que isto tem tudo a ver com a minha idade. Se eu fosse uma criança, provavelmente bastar-me-ia a boa animação, com cores vibrantes e o humor moderado de Seinfeld. Mas como não sou, e cada vez vou sendo menos, queria mais. Queria a acutilância a que Seinfeld nos habituou, queria alguma consistência, contentava-me até com alguma lógica.


A crise existencial de Barry aponta para um lado, é aflorada a importância das abelhas no nosso ecossistema (com a possibilidade de extrapolação para uma observação educativa sobre questões ambientais), e a mensagem sobre cada um se esforçar para seguir os seus sonhos nunca é levada muito longe nem muito a sério.


Nem sequer em termos de trabalhos de voz “Bee Movie” é particularmente interessante. À excepção de Renée Zellweger, os nomes sonantes (onde se incluem ainda Oprah Winfrey dando voz à Juíza Bumbleton e Chris Rock como o mosquito Mooseblood, e Ray Liotta e Sting fazendo de si mesmos), são desperdiçados.


Uma estrela é para a música, em especial pela recuperação a canção “Sugar Sugar” popularizada por The Archies no final da década de 60. A outra é para as abelhas, um animal de que gosto particularmente.