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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Vacancy **1/2

06.09.07, Rita

Realização: Nimród Antal. Elenco: Kate Beckinsale, Luke Wilson, Frank Whaley, Ethan Embry, Scott G. Anderson, Mark Casella, David Doty. Nacionalidade: EUA, 2007.





O casal David (Luke Wilson) e Amy (Kate Beckinsale) está prestes a divorciar-se. De regresso de uma reunião familiar onde se viram obrigados a fingir que tudo estava bem entre ambos, o seu carro avaria-se no meio de uma estrada secundária. Forçados a passar a noite num motel longe de tudo, apenas povoado por um arrepiante empregado que insiste que eles fiquem na suite nupcial. Para passar tempo, David decide ver televisão, mas perante a falta de captação da antena decide espreitar as cassetes que estão no quarto. Todas elas contêm aquilo que parecem ser snuff videos, filmes de baixo orçamento que exploram o lado visual de agressões violentas. David e Amy não demoram muito a perceber que o cenário filmado é precisamente o quarto onde se encontram, e de que estão perante um contexto real de horror no qual serão eles as próximas vítimas.


Seguindo todas as regras dos filmes de terror consegue-se um filme que funciona. O que não quer dizer que se consiga um filme original. “Vacancy” tem um bom trabalho visual (especial destaque para o genérico inicial) e sonoro que trata o suspense com um respeito clássico. Os planos são irrepreensíveis e Nimród Antal contrasta a extrema evidência dos slasher movies das cassetes com uma subtileza cheia de bom gosto.


Infelizmente, a previsibilidade do argumento – todos sabem que nos lugares em que há assassinos psicóticos os telemóveis nunca têm rede – impede que o resultado global da experiência perdure na nossa lembrança. O que é agravado pelo facto das personagens não serem particularmente cativantes e cedo nos deixarmos de importar com o que lhes acontece. A gritante falta de química entre Wilson e Beckinsale torna-se um sério handicap num contexto de amor menos problemático.


Mas pensando bem, “Vacancy” não chega a ser sequer previsível. Até ao final esperamos que haja um twist surpreendente onde sejam dadas algumas explicações, momento que nunca chega a ocorrer. Uma que me teria agradado particularmente seria a de um centro de terapia conjugal cujo método patenteado seria colocar casais desavindos num ambiente de terror onde só pudessem contar um com o outro (em oposição ao ambiente de terror que criam um ao outro), para ver se o afecto vinha à tona. Ou não.






CITAÇÕES:


“At least they could've provided us with a little bit of porn.”
LUKE WILSON (David Fox)