Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Ratatouille ****

23.08.07, Rita

Realização: Brad Bird. Vozes V.O.: Patton Oswalt, Ian Holm, Lou Romano, Brian Dennehy, Peter Sohn, Peter O'Toole, Brad Garrett, Janeane Garofalo, Will Arnett. Nacionalidade: EUA, 2007.





Remy (Patton Oswalt) é uma ratazana abençoada com um apurado sentido de olfacto e paladar. Não satisfeito com a alimentação à base de lixo que o seu irmão Emile (Peter Sohn) e o pai Django (Brian Dennehy) parecem adorar, Remy sonha tornar-se um chef de cozinha, à semelhança do grande chef Auguste Gusteau (Brad Garrett), defensor do lema “qualquer um pode cozinhar”, e recentemente falecido após uma devastadora crítica do infame gastrónomo Anton Ego (Peter O'Toole), que arruinou a sua reputação. Remy dá consigo na cozinha do restaurante de Gusteau, uma sombra do que tinha sido, agora sob as ordens do ambicioso chef Skinner (Ian Holm). Inspirado pela alucinação do seu ídolo, Remy não consegue controlar a tentação de temperar a sopa do dia, acabando por formar uma surreal equipa com Linguini (Lou Romano), o desajeitado rapaz do lixo. Linguini assume os créditos pelo talento de Remy, enquanto este o usa (literalmente) como uma marioneta para as suas criações gastronómicas.


Os heróis de “Ratatouille” não diferem dos do costume, são improváveis, enfrentam os seus medos e superam-nos. Mas, à semelhança de uma receita (‘ratatouille’ é um estufado de vegetais francês), o segredo não está nos ingredientes, mas na sua dosagem e, sobretudo, no talento de quem o confecciona, neste caso, Brad Bird, autor do igualmente delicioso “The Incredibles”).


“Ratatouille” faz uso de algumas soluções infantis, mas evita a facilidade de fazer humanos e animais comunicarem na mesma língua. Combina igualmente o cinismo adulto, marcadamente evidente no monólogo do vampiresco Anton Ego sobre o que é ser crítico profissional.


Ao inesperado do argumento alia-se o deslumbramento visual, o realismo quase fotográfico, os geniais efeitos sonoros e um óptimo casting de vozes.


O império da Disney começou com um rato, e agora é a vez de, através dos estúdios Pixar, uma ratazana perpetuar essa herança. Metáfora para todas as almas perdidas que procuram o seu lugar no mundo, e cujo rumo está fundeado na paixão por uma arte e na busca da excelência em tudo o que se faz.


Se temos de comer, que seja bem! Se temos de ir ao cinema, que seja por iguarias como esta!


NOTA: “Ratatouille” é antecedido da curta-metragem de animação “Lifted”, de Gary Rydstrom (EUA, 2006).






CITAÇÕES:


“DJANGO – Food is fuel. You get picky about what you put in the tank, your engine is gonna die. Now shut up and eat your garbage.”


“REMY – No! It's... he's ruining the soup! And no one's noticing? It's YOUR restaurant! Do something!
GUSTEAU – But what can I do? I am merely a figment of your imagination!”

“SKINNER – So this is your first time cooking?
LINGUINI – My fifth time, actually. I think... Monday was my first time.”

“LINGUINI – Oh, and thanks, by the way, for... um... all the... advice. On cooking.
COLETTE – And thank you as well.
LINGUINI – For... for what?
COLETTE – For taking it!”

“ANTON EGO – You're a bit slow for someone in the fast lane.
LINGUINI – And... you're thin for someone who likes food!
ANTON EGO – I don't LIKE food, I LOVE it. If I don't LOVE it, I don't SWALLOW.”




























2 comentários

Comentar post