René Magritte no cinema (i)
As imagens do pintor surrealista belga René Magritte (1898-1967) são poderosas. Metáforas em si mesmas, mostram aquilo que queremos dizer, quando nem as palavras seriam suficientes. Os meus conhecimentos técnicos são totalmente limitados, portanto é o coração que fala. Ou melhor, a cabeça. Ou melhor, onde quer que se encontre depositada a nossa noção de beleza.
Como explicar a emoção de linhas, formas e cores? Como explicar que uma textura, uma imagem, nos toque a alma e nos conforte? Magritte é calor, é felicidade, é um mundo que descubro em cada novo olhar, em cada refrescante reflexo.
E se alguém duvida desta paixão, aqui está.
Porquê Magritte no cinema? Porque me dei conta de que há quem tenha reparado no seu poder energético e que o tenha estendido num prolongamento lógico para a imagem em movimento. Existem alguns exemplos crassos, mas acredito que a sua obra tenha influenciado visualmente o cinema das mais diversas formas. Aqui saliento alguns desses casos, mas agradeço a quem quiser partilhar alguns outros que vá descobrindo.
Magritte é o autor do quadro “Le Fils de l’Homme” (1964) que se torna praticamente uma personagem no filme THE THOMAS CROWN AFFAIR de Jonh McTiernan (1999).
O seu quadro “La Reproduction Interdite” (1939) é transcrito numa cena do filme SECRET WINDOW de David Koepp (2004).
E ninguém me consegue convencer que o CASTELO ANDANTE de Hayao Miyazaki (1986) não se inspirou em “Le Château des Pyrenees” (1959).