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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Breach ***1/2

15.06.07, Rita

Realização: Billy Ray. Elenco: Chris Cooper, Ryan Phillippe, Laura Linney, Caroline Dhavernas, Gary Cole, Dennis Haysbert, Kathleen Quinlan, Bruce Davison, Jonathan Watton, Tom Barnett, Jonathan Potts. Nacionalidade: EUA, 2007.





Eric O’Neill (Ryan Phillippe) é um aspirante a agente do FBI colocado como assistente do agente Robert Hannsen (Chris Cooper) com o objectivo de arranjar provas das suas perversões sexuais, um embaraço para o FBI ao final de 25 anos de carreira. O’Neill é encarregado de vigiar todos os seus movimentos de Hannsen e reportar directamente à agente Kate Burroughs (Laura Linney).


Apesar de Hannsen ser arrogante, duro e até paranóico, O’Neill começa a duvidar da natureza da sua investigação. A sua extraordinária capacidade de ler as pessoas, o seu orgulho laboral, os seus fortes valores morais e a sua devoção religiosa, acabam por despertar admiração em O’Neill, que também partilha com Hannsen a desaprovação pela burocracia e os rígidos protocolos do FBI.


Perante esta hesitação, O’Neill é informado dos reais motivos por trás da sua investigação. Ao longo de mais de 20 anos, Hannsen vendeu segredos de estado ao regime soviético que resultaram na morte e prisão de vários agentes americanos, além de milhões de dólares de perdas materiais. O objectivo é apanhá-lo num acto de entrega de informação e utilizar a pena de morte como alavanca para a confissão.


“Breach” conta a história real dos últimos meses desta investigação e de como o FBI perseguiu e deteve um dos seus, com um esforço aparentemente superior ao das actividades de espionagem internacional.


Billy Ray (“Shattered Glass - Verdade ou Mentira”) realiza um filme sólido que, sem mistério inerente, consegue um bom nível de tensão. Para isso, o foco centrou-se na relação de Hannsen com O’Neill e nos jogos psicológicos para desmanchar os artifícios que cada um construiu à sua volta. Neste tour de force Chris Cooper é o elemento mais forte. Também frente a uma supreendentemente agressiva Laura Linney, a compentente prestação de Ryan Phillippe surge algo nublada.


Apesar de algumas opções de montagem deixarem incómodas pontas soltas, “Breach” apresenta situações mais reais, e menos espalhafatosas, que as típicas histórias de espiões, conseguindo uma interessante ambiguidade nas motivações que levaram Hannsen a trair o seu próprio país (eu própria se fosse americana, acho que também teria essa tentação...).