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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

O Chefe Disto Tudo - Direktøren for det Hele ****

20.05.07, Rita

Realização: Lars Von Trier. Elenco: Jens Albinus, Peter Gantzler, Friðrik Þór Friðriksson, Benedikt Erlingsson, Iben Hjejle, Henrik Prip, Louise Mieritz, Mia Lyhne, Jean-Marc Barr, Casper Christensen, Sofie Gråbøl, Anders Hove. Nacionalidade: Dinamarca / Suécia / Islândia / Itália / França / Noruega / Finlândia / Alemanha, 2006.





Ravn (Peter Gantzler) é dono de uma empresa de Tecnologias de Informação que decidiu evitar conflitos com os seus empregados inventando um director para a empresa com a responsabilidade das decisões mais impopulares. Uma das quais é a venda da empresa a um magnata islandês, Finnur (Friðrik Þór Friðriksson). Mas para prosseguir com as negociações este exige a presença do director da empresa. Ravn decide então contratar o actor de método Kristoffer (Jens Albinus). Com um péssimo briefing e tendo de conviver com as erróneas percepções que cada um dos empregados tem da figura do director, Kristoffer ver-se-á obrigado a tomar decisões (morais) pela sua personagem.


Depois de liberdade de câmara ao ombro do Dogma95 e da rigidez espacial de “Dogville” e “Manderlay”, Von Trier adoptou agora uma nova técnica de filmagem - Automavision. Após escolher uma série de ângulos e planos, um programa de computador selecciona automaticamente as melhores opções segundo critérios predefinidos, estabelecendo mesmo a sequência de montagem. O objectivo é limitar a interferência humana e libertar o trabalho do hábito e da estética. O lado positivo desta opção é o efeito de documentário (na senda Dogma 95) conseguido pela naturalidade dos planos, o lado negativo é que, muitas vezes temos personagens a desaparecerem do ecrã simplesmente porque nem a câmara se move, nem o plano é aberto.


Fugindo do seu habitual tom dramático, Lars Von Trier envereda pela comédia com o domínio de quem é, de facto, o “chefe disto tudo”. Aliás, é a sua voz off que avisa de início o espectador de que este filme se trata de uma comédia e, portanto, não deverá ser merecedora sequer de um momento de reflexão. Ora, é mesmo isso que apetece fazer.


“O Chefe Disto Tudo” é uma sátira sobre o mundo empresarial e sobre a manipulação dos trabalhadores através do engano. Mas é também um olhar sobre o trabalho do actor e o processo de construção de uma personagem incoerente e que é, com efeito, várias. Entre os hilariantes mal-entendidos e a divertida rivalidade entre dinamarqueses e islandeses, um homem tenta desesperadamente defender as acções de “outro” e resolver os problemas por ele criados. A dura realidade é que a melhor forma de evitar o confronto é atribuir a responsabilidade a uma instância superior (seja ela um chefe ou um deus).























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