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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Fracture ***

17.05.07, Rita

Realização: Gregory Hoblit. Elenco: Anthony Hopkins, Ryan Gosling, David Strathairn, Rosamund Pike, Embeth Davidtz, Billy Burke, Cliff Curtis. Nacionalidade: EUA, 2007.





Ted Crawford (Anthony Hopkins) é um engenheiro de estruturas que, depois de descobrir que a sua mulher, Jennifer (Embeth Davidtz), está a ter um caso com outro homem, lhe dá um tiro na cabeça e confessa o seu crime à polícia. Willy Beachum (Ryan Gosling) é o promotor público a quem é entregue o caso, um jovem ambicioso que está prestes a passar para uma grande empresa e para o dinheiro do direito corporativo. O caso parece simples, existe uma confissão verbal e outra assinada, bem como a arma do crime. Mas nem tudo é o que parece, começando pelo facto do detective que toma conta do assassinato, Rob Nunally (Billy Burke), ser o amante da vítima.


Gregory Hoblit (realizador de episódios de “Hill Street Blues”, “NYPD Blue” e “L.A. Law“) constrói um thriller cheio de jogos mentais. De um lado está Hopkins, um homem com a capacidade de descobrir as mínimas falhas numa construção maciça e que desenha um plano meticuloso onde a ausência de provas impossibilita a sua condenação. Hopkins é um mestre na frieza calculista e na intimidação e o seu casting é perfeitamente previsível, o que não prejudica de modo algum a sua eficácia. Do outro lado está Gosling, com uma presença e expressividade capazes de equilibrar a balança do veterano, um homam lutando com o seu próprio ego e obrigado a fazer escolhas morais cada vez mais difíceis.


O argumento de Daniel Pyne e Glen Gers está bem estruturado, com voltas na narrativa que vão construindo desafios progressivamente maiores, e permitindo uma agradável disputa de intelectos. Dispensava-se, no entanto, o romance entre Willy Beachum e Nikki Garner (Rosamund Pike), com uma nota de falsidade e que parece existir por meras razões comerciais.


Uma palavra sobre o design de produção de Paul Eads e as fabulosas máquinas Rube Goldberg utilizadas, da autoria do professor de música holandês Mark Bishoff (Rube Goldberg machine: (1) Accomplishing by extremely complex roundabout means what actually or seemingly could be done simply. WEBSTER’S DICTIONARY; (2) Any exceedingly complex apparatus that performs a very simple task in a very indirect and convoluted way. WIKIPEDIA).


Todos nós temos alguma fraqueza, pequenas imperfeições, fissuras no nosso carácter que podem servir de arma para outros. Negá-las é pura arrogância. Não é à toa que quem melhor nos conhece é também quem mais nos pode ferir.















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