Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Ne Le Dis À Personne ***

16.05.07, Rita

Realização: Guillaume Canet. Elenco: François Cluzet, André Dussollier, Marie-Josée Croze, Kristin Scott Thomas, Nathalie Baye, François Berléand, Jean Rochefort, Gilles Lellouche, Olivier Marchal, Florence Thomassin, Marina Hands, Jalil Lespert. Nacionalidade: França, 2006.





Naquele que seria o dia de aniversário do seu casamento, Alex Beck (Francois Cluzet) recebe um e-mail com um link para uma câmara de vigilância na rua que lhe mostra uma imagem em tempo real da sua mulher Margot (Marie-Josée Croze), morta há 8 anos. Na altura as suspeitas recaíram sobre um serial killer, que sempre negou esse crime. Mas a recente descoberta de dois corpos começa a lançar dúvidas sobre essa explicação, colocando o próprio Alex como possível autor do crime. Sob vigilância cerrada, Alex vê-se obrigado a fugir, não só para provar a sua inocência, mas sobretudo para descobrir a verdade acerca da sua mulher.


Depois de “Mon Idole” (2002), o actor Guillaume Canet (“Jeux d'Enfants”) regressa à realização com a adaptação do livro 'Tell No One' de Harlan Coben. Fazendo uso das típicas pistas falsas, segredos e corrupção, Canet faz um bom uso do humor, e incute ao filme um ritmo irrepreensível com opções estéticas de grande bom gosto, como é o caso da brilhante cena da auto-estrada. É talvez por isso que a travagem necessária para momentos de revelação acabe por ser denunciadora e se sentir como demasiado forçada.


Bastará uma pequena atenção aos pormenores para decifrar o cerne da intriga. E há que conseguir negligenciar outros, como o facto de aqui as passwords não aparecerem como asteriscos, para conseguir continuar a acreditar na história. Mas ainda que saibamos qual o desfecho há um considerável prazer em ver de que forma o herói chegará à verdade. Sobretudo devido à interpretação tremendamente física de François Cluzet. No global, as personagens são consideravelmente caricaturais, numa vertente bastante unidimensional, mas o apoio de secundários da categoria de Kristin Scott Thomas, André Dussollier e François Berléand fazem com que “Ne Le Dis À Personne” se mantenha à tona.


Não é um filme genial, mas não direi nada a ninguém, porque nutro uma especial simpatia por Guillaume Canet e estou curiosa com a sua carreira, à frente e atrás das câmaras. Talvez o facto dele ter escolhido a música ‘Lilac Wine’ na voz de Jeff Buckley tenha amolecido o meu coração. Agora silêncio.









LILAC WINE
(de James Shelton)

I lost myself on a cool damp night
I gave myself in that misty light
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree

I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see
And be what I want to be

When I think more than I want to think
Do things I never should do
I drink much more that I ought to drink
Because it brings me back you

Lilac wine is sweet and heady,
Like my love
Lilac wine, I feel unsteady,
Like my love

Listen to me, I cannot see clearly
Isnt that she, coming to me
Nearly here

Lilac wine is sweet and heady,
Wheres my love
Lilac wine, I feel unsteady,
Wheres my love

Listen to me, why is everything so hazy
Isnt that she, or am I just going crazy, dear

Lilac wine, I feel unready for my love
Feel unready, for my love.