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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Big Bang Love, Juvenile A ****

01.05.07, Rita

T.O.: 46-okunen no koi. Realização: Miike Takashi. Elenco: Ryuhei Matsuda, Masanobu Ando. Nacionalidade: Japão, 2006.





Jun Ariyoshi (Ryuhei Matsuda) acaba de ser preso pelo assassinato de um homem que se vem depois saber ser um cliente do bar gay onde Jun trabalhava. Juntamente com Jun, é preso um outro jovem, Shiro Kazuki (Masanobu Ando). Shiro tem um carisma magnético apenas comparável com um instinto desmedido para a violência. Um dia, Shiro é encontrado morto, com as mãos em torno do seu pescoço está Jun.


O filme de Miike Takashi (“Uma Chamada Perdida”, segmento “Box” do filme “3... Extremos”) está dividido em episódios, cada um deles aportando novas informações ao mistério material deste filme.


No plano imaterial, o mistério é outro. Apesar da abstracção espacial e temporal, a sociedade destes indivídos mostra-se orfã de valores com a procura de uma identidade como o Santo Graal. A pergunta que move Jun é “que homem quero ser?”. As suas acções ditarão isso mesmo.


“Big Bang Love, Juvenile A” é uma obra de arte visual, com um belíssimo trabalho de câmara do cinematógrafo Masahito Kaneko e uma fotografia saturada de dourados, da pele, dos tecidos, do céu. Esse mesmo céu que, em determinado momento, é colocado em oposição ao espaço (religião vs. ciência).


Miike Takashi cria uma prisão extrema, de violência, de sexo, de loucura, e até de filosofia, juntando à claustrofobia desse interior um exterrior surreal e opressivo, de onde não parece ser possível escapar. Estes homens vão vagando pela realidade, pela memória, pelos sonhos e pelos medos, no tortuoso caminho que é o da liberdade. E onde o amor é um raio de luz directo ao coração.