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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Red Road ****

13.04.07, Rita

 

Realização: Andrea Arnold. Elenco: Kate Dickie, Tony Curran, Martin Compston, Nathalie Press, Andrew Armour. Nacionalidade: Reino Unido / Dinamarca, 2006.


 



Na segurança do seu local de trabalho, Jackie (Kate Dickie) controla as câmaras de vigilância que estão espalhadas pelas ruas de Glasgow, atenta a possíveis distúrbios e prontamente avisar a polícia. Mais do que simples dever, Jackie já conhece as personagens daquelas ruas, estranhos que quotidianamente ela acompanha à distância. Mas um daqueles muitos ecrãs devolve um dia a Jackie uma imagem que ela pensa reconhecer, a de um homem, Clyde (Tony Curran), cuja ligação a Jackie só muito mais tarde viremos a perceber. Jackie tem uma existência anestesiada, particularmente visível na frieza das (poucas) relações pessoais que mantém - como se a protecção do ecrã fosse o seu estado natural. A perseguição que ela começa a fazer a Clyde, até aos edifícios de habitação social de Red Road onde ele vive, é o caminho que ela precisa de fazer, também através da sua dor, para conseguir seguir em frente com a sua vida.

 

Com “Red Road”, Andrea Arnold, cuja curta “Wasp” lhe valeu um Oscar em 2005, constrói um filme honesto, forte e sensível, onde as acções valem mais do que as palavras. Durante a maior parte do filme não sabemos para onde estamos a ser conduzidos, e é num ambiente de tensão que, de uma forma perturbante, nos é revelada o objectivo de Jackie e do que ela disposta a fazer para o conseguir.

 

Kate Dickie e Tony Curran (“The Good German”) estão longe de quaisquer estereótipos, e, num ambiente soturno onde as palavras são duras e o sexo explícito, eles produzem duas interpretações intensas, absorventes, versáteis e quimicamente eficientes.

 

No mundo de hoje, a vigilância tende a assustar mais do que tranquilizar – e o 1984 de George Orwell parece estar sempre perto demais. Em “Red Road” ela é protecção e invasão, com o elemento humano (não é sempre esse?) a determinar o seu peso moral. Esta é mais uma das relatividades que marca todo o filme.


No final, a versão de ‘Love Will Tear Us Apart’ pelos Honeyroot parece querer dizer exactamente o contrário: “love will make us whole again”. We hope...


 



 

LOVE WILL TEAR US APART
Joy Division

When the routine bites hard
And ambitions are low
And the resentment rides high
But emotions won’t grow
And we’re changing our ways,
Taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
Our respect run so dry?
Yet there’s still this appeal
That we’ve kept through our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just can’t function no more?
When love, love will tear us apart again



 

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