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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Corpse Bride ***

25.12.05, Rita

Realização: Tim Burton e Mike Johnson. Vozes: Johnny Depp (Victor Van Dort), Helena Bonham Carter (Corpse Bride), Emily Watson (Victoria Everglot), Tracey Ullman (Nell Van Dort/Hildegarde), Paul Whitehouse (William Van Dort/Mayhew/Paul The Head Waiter), Joanna Lumley (Maudeline Everglot), Albert Finney (Finnis Everglot), Richard E. Grant (Barkis Bittern), Christopher Lee (Pastor Galswells). Nacionalidade: Reino Unido / EUA, 2005.





“Corpse Bride” é um regresso ao imaginário gótico de “The Nightmare Before Christmas”. No entanto, ao contrário deste, o seu visual inventivo perde com uma narrativa pouco original.


Baseado numa história tradicional russa, e localizado na Inglaterra Victoriana, conta a história de Victor Van Dort (voz de Johnny Depp), um rapaz tímido a quem os pais, novos-ricos, arranjaram um casamento com a filha de um casal nobre mas arruinado, Victoria Everglot (voz de Emily Watson). Aterrorizado com a perspectiva do casamento, Victor começa, apesar de tudo, a apreciar a maneira de ser carinhosa e doce de Victoria. Por um infeliz acaso, Victor acaba por professar os seus votos a uma voluntariosa (mas morta) noiva, Emily (voz de Helena Bonham Carter). Ela leva-o para o mundo dos mortos, um sítio bem mais divertido (vivo?) que a sua taciturna cidade, mas Victor apenas quer regressar para a sua noiva original.


Transpirando Tim Burton por todos os poros, e minucioso até ao mais pequeno detalhe (um piano tem a marca “Harryhausen” em homenagem a um dos pioneiros da stop-motion Ray Harryhausen), cada personagem é uma obra de arte do grotesco, ou seja, de uma beleza atroz, movendo-se em cenários sumptuosos, onde a monocromia do mundo dos vivos contrasta com a maré de cores do mundo subterrâneo. A técnica de stop-motion, consideravelmente morosa, está tão bem feita que parecem haver mais computadores do que realmente há.


O humor negro e o visual bizarro casam da melhor maneira com a fotografia de Pete Kozachik (“James and the Giant Peach” - 1996, “The Nightmare Before Christmas” - 1993) e com a música de Danny Elfman, colaborador recorrente de Burton (“Big Fish” - 2003, “Charlie and the Chocolate Factory” - 2005, etc.), acrescentando mais uns ingredientes à salivação de todos os nossos sentidos.


O elenco de vozes faz um óptimo trabalho, com especial destaque para o (sempre) assustador Christopher Lee como o padre Galswells, e Stephen Ballantyne como a larva Emil, habitante do cadáver da noiva.


Infelizmente, a história é vaga e com pouco ritmo (mesmo com a galeria de esqueletos dançantes) e até os seus reduzidos 75 minutos parecem estender-se em soluções fáceis. O facto deste filme ter sido feito em simultâneo com “Charlie and the Chocolate Factory” poderá ter algo que ver com algum menor cuidado na história. Este grupo de interessantes personagens parece ser deixado um pouco à deriva, procurando uma razão para existir, uma história que lhes dê sentido.


Felizmente, um Burton medíocre (mas com inegável coração) consegue ser melhor que a maioria dos filmes que chegam às nossas salas.






CITAÇÕES:


“With this hand I will lift your sorrows. Your cup will never be empty, for I will be your wine. With this candle, I will light your way into darkness.”
VICTOR VAN DORT


“And with this candle... I will light your mother on fire.”
VICTOR VAN DORT


“Why go up there when people are dying to get down here?”
ELDER GUTKNECHT


“I've got a... dwarf, and I'm not afraid to use him!”
VICTOR VAN DORT


“Can a heart still break after it's stopped beating?”
BARKIS BITTERN


“If I touch a burning candle I can feel the pain
if you cut me with a knife it's still the same
and I know her heart is beating, I know that I am dead
yet the pain I feel, try and tell me it's not real
for it seems I still have a tear to shed.”
CORPSE BRIDE



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