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CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

CINERAMA

CRÍTICA E OPINIÃO SOBRE CINEMA

Chaos **1/2

25.01.07, Rita

Realização: Tony Giglio. Elenco: Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes, Justine Waddell, Henry Czerny, Nicholas Lea, John Cassini. Nacionalidade: Canadá / Reino Unido / EUA, 2006.





Durante a hora de maior afluência, a agência de um banco em Seattle é tomada de assalto por um grupo de homens liderado por um homem que se denomina Lorenz (Wesley Snipes). O detective Quentin Conners (Jason Statham), suspenso há uns meses atrás por ter lidado de forma ineficiente com uma situação semelhante, é chamado a intervir, por pedido expresso de Lorenz. Para controlar o seu desempenho, Conners é obrigado a ter como parceiro o jovem detective Shane Dekker (Ryan Phillippe), cujo sentido de responsabilidade e dever é bem menos flexível que o de Conners.


O filme do praticamente desconhecido realizador e argumentista Tony Giglio não prima pela imaginação, os clichés policiais abundam, bem como uma grande dose de improbabilidades, e os arcos das personagens são pouco credíveis, tanto mais porque o grosso da acção de “Chaos” decorre durante praticamente uma noite – período que parece suficiente para Dekker passe de citar Buda para ameaçar fisicamente uma testemunha.


A parte inicial de “Chaos” reporta muito a “Inside Man”, mas a partir do momento em que o banco fica para trás, o filme começa a adquirir alguma personalidade, muito à custa de falsas pistas, motivações dúbias e flashbacks explicativos. O jogo que a personagem de Wesley Snipes faz com Conners e Dekker encontra inspiração na Teoria do Caos, da autoria Edward Lorenz (que também inspirou o muito bom “Butterfly Effect”), segundo a qual pequenos acontecimentos podem ter efeitos de dimensões catastróficas.


Jason Statham e Wesley Snipes, sem grandes rasgos, são credíveis como personagens determinadas pelos seus objectivos, mas o talento de Ryan Phillippe é desperdiçado numa personagem que parece não encontrar o sítio que lhe pertence nesta história.


Apesar da pouca química entre a dupla de polícias, da extrema sorte de alguns acontecimentos e do incrível mau discernimento de outros, Giglio consegue juntar com alguma decência as peças que fazem um thriller policial e consegue uma boa gestão do suspense. “Chaos” tenta ser inteligente, mas acaba por ser algo pretensioso. O seu mérito reside na mensagem final, totalmente distante do estereotipado happy ending.


Mas o momento mais (literalmente) excitante de “Chaos” é quando a detective Marnie Rollins (Keegan Connor Tracy) coloca o seu cartão de visita no bolso do casaco de Dekker dizendo-lhe: ”For a list of things you can put in my mouth”.


Fora isso, “Chaos” é um pequeno acontecimento, sem consequências.